Epagri de Lages avalia fetos de vacas alimentadas com bagaço de maçã |
As facas e a paixão colorada
Um torcedor do Internacional de Lages não tem outra opção na vida que não seja a de ser otimista. Pense bem: o time sequer entrou em campo em 2025, e há meses não se tem notícias sobre os próximos passos do clube.
Nada disso é razão para esperar grande coisa do Inter no ano que vem, certo? Pois esse é justamente o ponto. Em um quadro que não inspira nem um farelo de confiança, do que adianta ficar de cabeça baixa?
Ser pessimista quando se tem tanto motivo para isso é chover no molhado, redundância. O mesmo vale para o raciocínio com sinal trocado: ser otimista com ventos a favor é coisa de preguiçoso, acomodado, “poser”.
Quero ver é ser otimista quando cai sobre nós uma chuva de canivetes e, das grotas úmidas da Coxilha Rica, sobe o odor do enxofre que anuncia o fim dos tempos.

Nada mais enfadonho do que a confiança na conquista de títulos que exalam torcedores de potências endinheiradas como Barcelona, Real Madrid, Paris Saint-Germain.
Cada gol do prolífico artilheiro norueguês Erling Haaland pelo Manchester City é a senha que recebemos para mais um bocejo.
Os fatos não dão aos colorados lageanos qualquer indício de que o Inter voltará a encher nossos olhos com boas atuações e disputas de títulos? Bom, os fatos que se lasquem.
Os fatos são eventos fugazes da vida, e o brilho cego de nossa paixão colorada está aqui para mostrar que podemos ignorá-los enquanto esperamos para voltar a vibrar com um novo bom momento do clube.
Estamos otimistas de que isso acontecerá, e sem base alguma para sustentar essa fé, porque a crença no sobrenatural é assim mesmo que funciona.
Amolemos as facas enquanto estamos no escuro para que, quando a luz do nosso clube voltar a brilhar, estejamos prontos para a peleia. Isso há de acontecer, e voltaremos a sorrir, felizes por termos novamente razão para sermos pessimistas.
Um feliz 2026, colorados!

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