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Covid-19

Saúde confirma dois casos da nova variante XEC em SC

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública, identificou a presença no estado de uma nova variante do SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. As amostras foram coletadas de pacientes com sintomas de Covid-19 que adoeceram em setembro de 2024, no município de Jaraguá do Sul. A nova sublinhagem foi identificada em duas mulheres, uma com 85 anos e outra com 34 anos, e ambas foram internadas em um hospital da região, por apresentarem sintomas como febre, tosse, coriza e por terem comorbidades.

A subvariante XEC foi identificada inicialmente em maio de 2024, na Alemanha, sendo que é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante sob monitoramento. Este é um termo usado para sinalizar às autoridades de saúde pública que uma variante do SARS-CoV-2 pode exigir atenção e monitoramento priorizados. O principal objetivo desta categoria é investigar se esta variante (e outras intimamente relacionadas a ela) podem representar uma ameaça adicional à saúde pública global em comparação a outras variantes circulantes.

SES indica vacinação_Para a secretaria, a vacinação contra a Covid-19 continua sendo a melhor forma de prevenir casos graves, hospitalizações e mortes pela doença. Atualmente, a vacina utilizada contra a Covid-19 é da fabricante Moderna (SpikeVax), atualizada para a subvariante Ômicron XBB 1.5 e recomendada na rotina das crianças de seis meses a quatro anos de idade, para a população dos grupos prioritários e pessoas acima de cinco anos que nunca tenham se vacinado.

Caio Salvino explica como surgem as variantes

Caio Salvino é farmacêutico, bioquímico, microbiologista Clínico, Doutor em Saúde Pública, presidente do Grupo Técnico Assessor em Análises Clínicas do Conselho Regional de Farmácia e membro do Grupo Técnico Assessor em Análises Clínicas do Conselho Federal de Farmácia. A seguir ele explica sobre as mutações do vírus e como o XEC atua.

Para ele, a variante XEC é uma “recombinante” das sublinhagens KS.1.1 e KP.3.3 que são de grupos distintos: FLiRT e FLuQE respectivamente. Esse tipo de processo, recombinação, ocorre quando a mesma pessoa se infecta com duas versões distintas do vírus, no caso as duas citadas acima.

Isso gera troca de material genético e a formação dessa nova linhagem derivada, ampliando sua capacidade de escapar da imunidade da pessoa devido à soma de mutações na proteína spike, especificamente nesse caso, a T22N - herdada da KS.1.1 - e Q493E - herdada da KP.3.3. Sendo que trazem, também, em seu genoma as demais mutações já adquiridas das versões anteriores por sua evolução. 

Essas mutações na proteína spike somam mais de 40, o que distancia imensamente o atual vírus do inicial.

Mutação se espalha mais rápido

Essas mutações são conhecidas por aumentar a transmissibilidade do vírus. A variante XEC parece se espalhar mais rapidamente do que outras variantes circulantes, o que pode estar relacionado a essas mutações que potencializam a capacidade do vírus de escapar do sistema imunológico e se espalhar entre os indivíduos. Essa rapidez no aumento de casos foi observada em alguns países, como a Alemanha e o Reino Unido, onde XEC apresentou um crescimento significativo em pouco tempo

A replicação da variante Omicron, incluindo suas sublinhagens como a XEC, continua a ocorrer predominantemente no trato respiratório superior. Isso tem sido associado a um menor impacto nos pulmões em comparação com variantes anteriores, como Alpha e Delta, o que contribui para a redução da gravidade da doença. No entanto, essa replicação mais localizada no trato respiratório superior também aumenta a transmissibilidade, já que o vírus é mais facilmente expelido e transmitido a outras pessoas por meio de gotículas respiratórias.

Menor gravidade dos sintomas

Até o momento, não há evidências de que a XEC tenha mudado significativamente esse comportamento em relação às sublinhagens anteriores da Omicron. A XEC parece manter a mesma preferência por replicação no trato respiratório superior, o que provavelmente continua a contribuir para a menor gravidade dos sintomas, em comparação com variantes que afetam mais intensamente os pulmões. No entanto, seu aumento de transmissibilidade continua sendo uma preocupação, especialmente em populações de risco  .

Isso sugere que, embora a XEC possa se espalhar rapidamente, o padrão de doença leve a moderada da Omicron provavelmente se mantém, com menor impacto nos pulmões e maior foco no trato respiratório superior.

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