Lages, São Joaquim e Correia Pinto estão entre os principais alvos da força-tarefa do Ministério Público de Santa Catarina - MPSC, a “Intramuros”, que mira uma facção criminosa com atuação dentro e fora das unidades prisionais do Estado. A ofensiva, também se estende a outras dez cidades catarinenses.

A ação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e, pela primeira vez, conta com a participação do recém-criado Grupo Estadual de Enfrentamento a Facções Criminosas (GEFAC), do MPSC. No total, são cumpridos 8 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão.

Além dos municípios da Serra, as ordens judiciais se estendem a Videira, Pescaria Brava, Rio do Sul, São José, Palhoça, Laguna, Balneário Piçarras, Santa Cecília, São Cristóvão do Sul e Curitibanos, onde tramita o Procedimento Investigatório Criminal que originou a operação.

Mais de 104 agentes participam da ação, incluindo equipes especializadas da Polícia Penal, que atuam tanto nas ruas quanto dentro das unidades prisionais. Até o momento, foram registradas cinco prisões em flagrante: uma por integrar organização criminosa e lavagem de capitais, três por porte de drogas e uma por porte ilegal de arma de fogo.

Serra Catarinense no centro das apurações

Embora a operação seja estadual, a investigação aponta que a facção tem forte atuação na Serra Catarinense, especialmente em Lages — considerada eixo estratégico do grupo criminoso — e ramificações diretas em São Joaquim e Correia Pinto.

Segundo o MPSC, a intenção é desarticular a estrutura que conecta membros presos e comparsas em liberdade para coordenação de tráfico de drogas, homicídios e outros delitos.

As apurações tiveram apoio da Inteligência da Polícia Penal, que identificou indícios de que os investigados utilizavam telefones celulares dentro de unidades prisionais para comandar atividades ilícitas nas cidades envolvidas.

A ação também conta com participação da Diretoria de Segurança e Operações da Polícia Penal, responsável por aprofundar a coleta de elementos e ampliar o mapeamento das ramificações da facção.

Material apreendido segue para análise pericial

Todo material recolhido nas diligências será encaminhado à Polícia Científica para exames periciais. O GAECO analisará os laudos para avançar na identificação de outros possíveis integrantes e fortalecer o conjunto probatório. A investigação segue em sigilo. 

GAECO 

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) é uma força-tarefa conduzida pelo Ministério Público de Santa Catarina e composta pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas. 

GEFAC 

O Ministério Público de Santa Catarina, conta com o Grupo Estadual de Enfrentamento a Facções Criminosas (GEFAC), composto por membros especializados do Ministério Público, cujo objetivo é promover o enfrentamento a facções criminosas e aos crimes praticados por seus integrantes, em casos de elevados grau de complexidade e gravidade. 

Com informações da Comunicação MPSC