Além da fauna e flora, floresta tem grande importância econômica para a Serra
Nos últimos dois anos, as queimadas exacerbadas, principalmente nas regiões do Pantanal e do Amazonas, aumentaram a preocupação em relação às árvores e florestas, fonte de alimentos, essenciais para a manutenção de rios e mananciais e para a purificação do ar.
O Dia Internacional das Florestas, comemorado no 21 de março, evidencia esta situação. Neste quesito, comparado a outros estados, Santa Catarina destaca-se por manter 32% do seu território com florestas.
É aqui que está a maior fatia preservada da Mata Atlântica. Somente na Serra Catarinense são 508 mil hectares cobertos por florestas.
Este número está no Inventário Florestal Nacional, concluído em 2018. Nossa região é tratada como Campos de Lages, a maior em extensão de Santa Catarina. A área total é de 1.572.580 hectares, sendo 326.519 hectares de florestas nativas e outros 181.443 hectares de florestas plantadas.
Com 95.738 km², 295 municípios e aproximadamente 7 milhões de habitantes. Santa Catarina encontra-se totalmente inserido no bioma Mata Atlântica e detém o maior percentual de cobertura florestal remanescente neste bioma.
O Inventário Florestal Nacional – IFN foi realizado em Santa Catarina sob a denominação de Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina e sob coordenação da Universidade Regional de Blumenau - Furb em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri e Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc.
Os recursos para coleta de dados de campo do IFN-SC foram concedidos pelo Governo Estadual, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina - Fapesc e do Governo Federal. O IFN baseia-se na coleta de dados em campo para conhecimento da qualidade e condição das florestas, em milhares de pontos amostrais em todo o país.
Com informações do IFN e do Gov.SC
Preocupação permanente
O FlorestaSC é um programa permanente do Governo do Estado de Santa Catarina, coordenado pela Universidade Regional de Blumenau (Furb).
O programa estuda as florestas e espécies nativas que existem em Santa Catarina, gerando informações aplicáveis na formulação de políticas públicas de uso e conservação das florestas do estado; zoneamento econômico-ecológico para a atividade florestal no estado; divulgação científica. As informações do estudos podem ser obtidas no: https://www.iff.sc.gov.br/conhe%C3%A7a-o-florestasc/o-programa
A importância das unidades de conservação
De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação – CNUC/MMA, Santa Catarina possui 359.7376 hectares de áreas protegidas em Unidades de Conservação (UC), o que corresponde a 4% de seu território. Há no estado 80 UCs, das quais 16 são federais, dez estaduais, 16 municipais e 38 são reservas particulares. Do total de áreas protegidas no estado, 74% (cerca de 265 mil hectares) contém floresta.
Grande parte das áreas florestadas são florestas naturais (97%). Os Parques são responsáveis pela maior porção de áreas florestadas, respondendo por 72% das florestas existentes em UCs.
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior UC do estado e possui 92% de cobertura florestal. A Reserva Biológica Estadual da Canela Preta, Reserva Particular do Patrimônio Natural Emilio Einsfeld Filho, Parque Nacional da Serra do Itajaí e Floresta Nacional de Chapecó estão dentre as maiores UC do estado e apresentam as maiores proporções de floresta por unidade de área (acima de 95%).
Região abriga reserva gigante
A Reserva Particular do Patrimônio Natural Complexo da Serra da Farofa, foi implantada pela empresa Klabin em uma área de 4.987,16 hectares que abrange os municípios de Bocaina do Sul, Painel, Rio Rufino, Urubici e Urupema.
O local é abrigo de pelo menos 600 espécies da flora e 75 da fauna, muitas delas em risco de extinção, como o papagaio-charão, o tamanduá-mirim, a jaguatirica e o leão-baio.
Nascentes de importantes rios como o Canoas, que forma a maior bacia hidrográfica de Santa Catarina; e Caveiras, responsável por fornecer água aos 160 mil lageanos, estão nessa área.
A região foi dividida em seis grandes blocos a fim de criar corredores ecológicos nos quais as espécies poderão se desenvolver da forma mais natural possível.
A proposta foi também ampliar a área preservada até se encontrar com outras unidades de conservação no Estado, como o Parque Nacional de São Joaquim e o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.
Sem moradores, reflorestamentos de pinus e eucalipto, lavouras e criação de gado, a reserva natural da Serra da Farofa serve de cenário para projetos de educação ambiental como o Programa Caiubi e os Protetores Ambientais Mirins, mantidos pela própria Klabin, e pesquisas científicas.
Fonte: Klabin.com.br
Setor florestal é gigante
O setor de base florestal tem sido amplamente discutido na Fiesc, e o destaque é para a ampliação de matéria-prima, a madeira. Santa Catarina possui mais de 700 mil hectares de área plantada de pinus.
O estado é responsável por 35% da produção nacional deste pinheiro de origem norte-americana, mas que se adaptou perfeitamente no sul do Brasil.
O desenvolvimento do setor de base florestal de Santa Catarina esteve em discussão durante o Congresso do Pinus Sul Brasil, realizado em Lages.
A madeira é um dos setores mais importantes da cadeia Agroindustrial Catarinense que consegue estabelecer uma boa relação entre bem-estar e produtividade, conservação dos recursos naturais e benefícios econômicos.
A escassez da matéria prima é uma preocupação do setor responsável por mais de 100 mil postos de trabalho no estado, cerca de 13 mil na Serra Catarinense.
Por isso, é importante entender que esse tipo de floresta é plantada para um dia ser cortada e gerar matéria prima com foco na sustentabilidade, compromisso com o meio ambiente e modelo para futuras gerações.
Fotos: Klabin / Divulgação
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