Parece o básico, mas nos tempos atuais, com as imensas variações climáticas, apontar que o outono será tradicional, é no mínimo surpreendente.

A estação começou oficialmente na quinta-feira (ontem, 20), mas seus efeitos são sentidos há alguns dias, principalmente marcados pelas geadas nos locais mais altos da Serra Catarinense e por tardes extremamente quentes.

Para o engenheiro agrônomo, Ronaldo Coutinho do Prado, essa será a tendência para os próximos dias. Manhãs e noites frias com tardes quentes.

Na segunda metade do outono, as massas de ar frio se tornarão mais constantes, prenúncio de um inverno rigoroso. Em dezembro, Coutinho já havia previsto que poderíamos ter geada na segunda quinzena de março. Também previu um inverno curto e gelado. 

Em seu canal no Youtube, Coutinho analisando os satélites diz que uma frente fria está se formando no Paraguai e pode trazer chuva para Santa Catarina a partir de domingo, mas em pontos isolados. Mesmo assim, a tendência é de tempo estável. “O clima está bom para quem está colhendo grãos e ruim para quem precisa de chuva para plantar.”

Na quinta-feira, a Prefeitura de Chapecó decretou estado de emergência em função da estiagem prolongada. Falta água principalmente na área rural onde estão instaladas agroindústrias que necessitam de grande quantidade de água para tratar e abater animais. 

Tendência_ A estiagem deve permanecer para os próximos meses. Segundo Coutinho, a previsão é de chuvas na média ou abaixo da média histórica, nada que recupere o déficit acumulado nos últimos tempos, principalmente nas regiões mais ao Oeste de Santa Catarina.

É que nestas condições, chuvas torrenciais até amenizam, mas não resolvem a situação. O ideal seriam chuvas regulares que abastecem os rios e os lençóis freáticos. 

Frio_ Por enquanto, foram registradas geadas na região de São Joaquim, principalmente em locais de baixada, onde o ar frio se concentra. Mas, as montanhas de Urubici também marcaram 3ºC. A oscilação entre calor e frio exigirá cuidados com a saúde, principalmente entre idosos e crianças. 

Fotos: Mycchel Legnaghi