Carmen Zanotto apresenta balanço dos 100 primeiros dias de governo |
Além de estancar a falta de medicamentos, equipe da Farmácia Básica Municipal foi reforçada com alunos do Curso de Farmácia
No dia 7 de abril, próxima segunda-feira, comemora-se o Dia Mundial da Saúde. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é um momento para que questões sérias relacionadas à saúde sejam trabalhadas, garantindo a conscientização sobre esse tema e estimulando a criação de políticas voltadas ao bem-estar da população.
A seguir, a secretária de Saúde de Lages, Susana Zen, e a secretária adjunta Rose Cristina Possato avaliam como está o atendimento no município, os avanços e o que ainda precisa melhorar. Uma das novidades é a contratação de 70 novos médicos que atendem na policlínica e nos postos de saúde.
Folha da Serra - Geralmente, o primeiro atendimento à população ocorre nos postos de saúde. Como Lages está neste quesito? A prefeitura conseguiu contratar os médicos que pretendia?
Susana Zen, secretária de Saúde e Rose Cristina Possato, secretária adjunta - A Prefeitura de Lages, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde, implantou no mês de março o programa “Agenda + Consulta”. As Unidades Básicas de Saúde e Policlínica receberam cerca de 70 novos médicos para realização de consultas à população em horários diferenciados.
O objetivo é ampliar o acesso às consultas médicas garantindo maior efetividade e qualidade na área da saúde do município. Os agendamentos das consultas seguem conforme fluxo já estabelecido, realizado via Unidade Básica de Saúde (UBS).
Os atendimentos estão acontecendo a partir das 17 horas nas Unidades de Saúde, basta o paciente se deslocar até a unidade e agendar a consulta, pode ser na própria unidade ou na Policlínica.
Em relação aos profissionais médicos, temos um panorama extremamente favorável, com profissionais especialistas em Saúde da Família ou em Processo de formação em todas as UBS’s, o que efetivamente contempla os objetivos da APS, e garante a qualidade dos serviços oferecidos junto a população cadastrada. A presença de profissionais especialistas em Saúde da Família, faz com que tenhamos uma estrutura segura, contínua e eficaz.
Sancionada pela prefeita do município de Lages, Carmen Zanotto, a Lei Municipal nº: 4.791 dispõe a respeito do direito de acesso, na rede pública municipal de saúde, a exames e medicamentos prescritos por médicos da rede particular. Conforme este regramento, as prescrições de medicamentos e solicitações de exames emitidas por médicos da rede particular poderão ser aceitas pelas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do município, para fins de dispensação de medicamentos e agendamento dos respectivos exames, desde que estejam dentro do regulamento.
A prefeitura também está contratando profissionais de enfermagem para atuar como vacinadores.
Outra demanda era aprimorar o atendimento na Farmácia Básica. O que já foi feito?
Estamos vendo junto ao Seplan para fazer a ampliação da estrutura física do local. Além disso, estamos em estudo para disponibilizar mais pontos de dispensação dos medicamentos.
Conversamos diariamente com os colaboradores para que tenham empatia com o seu semelhante. Procurem escutar e se colocar no lugar do paciente . Através de um bom dia e atendimento ágil e preciso. Saber se portar no guichê, bem como estar sempre buscando resolver a demanda do paciente. Por um pedido da prefeita Carmem, solicitamos mais agentes administrativos para dispensação de medicamentos. Alunos de estágio do Curso de Farmácia estão atendendo nos guichês.
Estamos elaborando um plano de assistência farmacêutica para que possamos estar mais próximos aos pacientes por meio de cuidados farmacêuticos de qualidade à população. Além de estarmos com estoques de medicamentos básicos dentro das determinações do que rege a atenção básica.
Lages é referência na área da Saúde, possui clínicas e hospitais com várias especialidades. Esse potencial evita o deslocamento de pacientes para outros centros?
Sim, somos referência na área da Saúde e também somos a cidade polo. Então atendemos a população de várias cidades da região. Os encaminhamentos para atendimento fora domicílio acontecem sempre respeitando a Rede de Atenção à saúde (RAS).
A tecnologia auxilia no desenvolvimento de medicamentos, exames e tratamentos. A senhora acredita que a população atual tem uma saúde de mais qualidade, ou ainda é refém de problemas antigos como o tabagismo e o sedentarismo?
Infelizmente, ainda temos muitas pessoas reféns desses problemas e de outros. Pós Covid, as pessoas não voltaram a ter uma rotina saudável. Pelo contrário, ficam mais isoladas e consequentemente ocorre o aumento do sedentarismo. Nós, enquanto Secretaria da Saúde, já estamos buscando alternativas para mudar essa realidade. Precisamos de ações preventivas e saudáveis para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
O tabagismo continua sendo uma das principais causas de morte evitável em todo o mundo. Segundo dados do Vigitel 2023, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,3%, sendo 10,2% entre homens e 7,2% entre mulheres. Em Lages, cerca de 5,7% da população se declara tabagista (cerca de 9 mil pessoas).
A tecnologia tem, inegavelmente, revolucionado a área da saúde, impulsionando o desenvolvimento de medicamentos inovadores, exames mais precisos e tratamentos mais eficazes. No entanto, apesar desses avanços, a população atual ainda enfrenta desafios significativos em relação à saúde, como o tabagismo e o sedentarismo.
Avanços tecnológicos na saúde
• Desenvolvimento de medicamentos: A tecnologia tem acelerado a descoberta e o desenvolvimento de novos medicamentos, incluindo terapias personalizadas e medicamentos biológicos.
• Exames mais precisos: Exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, e exames laboratoriais mais sensíveis permitem diagnósticos mais precoces e precisos.
• Tratamentos inovadores: A cirurgia robótica, a radioterapia de alta precisão e a terapia genética são exemplos de tratamentos inovadores que melhoram os resultados para os pacientes.
• Telemedicina: A telemedicina permite o acesso a cuidados de saúde remotos, o que é especialmente importante para pessoas que vivem em áreas rurais ou remotas.
• Inteligência artificial: A inteligência artificial está sendo usada para desenvolver novas ferramentas de diagnóstico e tratamento, bem como para melhorar a eficiência dos sistemas de saúde.
Homenagem a Oswaldo Cruz
No dia 5 de agosto, comemora-se o Dia Nacional da Saúde no Brasil. A data, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a ter um estilo de vida mais saudável, foi escolhida em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872.
Oswaldo Cruz foi um importante personagem na história do combate e erradicação das epidemias da febre amarela, peste bubônica e a varíola no Brasil. Além de ter fundado em 1900 o Instituto Soroterápico Federal, transformado em 1908 em Instituto Oswaldo Cruz.
Graduou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1892, apresentando a tese de doutoramento “A vehiculação microbiana pelas águas”. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.
Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Dois anos depois, a convite de Egydio Salles Guerra, que se tornaria seu amigo e biógrafo, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, onde era responsável pela montagem e a chefia do laboratório de análises clínicas. Em 1897 Oswaldo Cruz viajou para Paris, onde permaneceu por dois anos estudando microbiologia, soroterapia e imunologia, no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia.

Dois anos depois, o jovem bacteriologista assumiu a direção do Instituto e trabalhou para ampliar suas atividades para além da fabricação de soro antipestoso, incluindo a pesquisa básica aplicada e a formação de recursos humanos. No ano seguinte, chegou ao comando da Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP).
Oswaldo Cruz teve que empreender uma campanha sanitária de combate às principais doenças da então capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Para isso, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores – mosquitos e ratos –, e a desinfecção das moradias em áreas de focos. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou campanhas de saneamento e, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.
Em 1904, com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, que durou uma semana, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina. Mesmo assim, em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em 1908, em uma nova epidemia de varíola, a própria população procurou os postos de vacinação.
A luta contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.
Com insuficiência renal, morreu em 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.
O Dia Nacional da Saúde foi instituído pela Lei nº 5.352/1.967. As ações implementadas nesse dia visam despertar valores relacionados a saúde, cuja definição vai muito além da ausência de doenças, pois está diretamente relacionada a presença de uma autêntica qualidade de vida no cotidiano da população. Ser saudável depende de uma série de fatores físicos e mentais que devem fazer parte da rotina de todos, como uma boa alimentação, privilegiando alimentos frescos em detrimento de alimentos processados e ultra processados, ingestão suficiente de água, a prática de atividades físicas, lazer e descanso.
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