Com informações do portal NotiserraSC
Principalmente à noite e nas primeiras horas da manhã, javalis atravessam a rodovia SC-114 entre Painel e São Joaquim, colocando em risco a vida dos usuários.
O subtenente Sales, da Polícia Militar Rodoviária de Painel (posto 10), afirma que os avistamentos são praticamente diários e não há um ponto específico. “Entre Painel e São Joaquim temos registros. Os motoristas precisam ter muito cuidado.”
Ele comenta que os animais andam em grande número e alguns são pesados, de grande porte, com capacidade para causar sérios danos aos veículos, principalmente em automóveis.
Em caso de colisão, o risco de capotamento e ou saída de pista é grande. Felizmente, até agora, nenhum acidente envolvendo esses animais foi registrado.
O Portal NotiserraSC, de São Joaquim publicou reportagem alertando para o problema. Segundo o texto, moradores e motoristas que trafegam pelo trecho relatam cenas de apreensão.
Uma testemunha que presenciou o episódio narra o que viu e faz um apelo à população que segue pela estrada. “Então, o que acontece? Por sorte o rapaz da ambulância — ela estava levando um paciente a Lages — sem mentira nenhuma, ela disse, Sandro, eu não pude contar, mas ela não soube me dizer mais ou menos, parece que foi do Lava-Tudo para frente, mais de 30 javalis atravessando o asfalto. O rapaz da ambulância teve que parar no acostamento e ligar a sirene para o pessoal passar. Então, quem dirige por esse asfalto, compartilha nos grupos, toma cuidado; às vezes é professora ou amigo, andem devagar porque está atravessando muito javali na pista. Isso aí eu não sabia o que ia acontecer, mas, mais cedo ou mais tarde, vocês vão ver — pode ser que pare fila de carro para atravessar 50, 100 na frente. A situação é grave.”
Diante dos recentes registros na SC-114, moradores pedem ações rápidas e coordenadas entre órgãos ambientais, prefeituras e autoridades de trânsito.
Entre as medidas sugeridas estão reforço na sinalização de trechos de maior ocorrência, campanhas de conscientização para motoristas, monitoramento da população de javalis e programas de manejo com critérios técnicos que priorizem a segurança de pessoas, propriedades e o equilíbrio ambiental.
Especialistas e produtores rurais alertam que os javalis são uma espécie exótica e invasora, sem predadores naturais na região, o que favorece a reprodução descontrolada.
Em Santa Catarina, a presença desses animais tem causado prejuízos significativos à agricultura, com destruição de lavouras de milho, feijão e soja, e representa risco sanitário à suinocultura pela possibilidade de transmissão de doenças como a peste suína clássica e a peste suína africana.
Abate autorizado
Para tentar conter o avanço da espécie, foi sancionada em 2023 a Lei nº 18.817, que autoriza o controle populacional e manejo do javali europeu no estado.
A norma prevê a utilização de métodos como caça controlada e armadilhas, mas estabelece regras: qualquer ação deve contar com autorização do proprietário da área e seguir as normas dos órgãos ambientais competentes.
Cada fêmea pode ter até 24 filhotes por ano
A reprodução do javali é caracterizada pela maturidade sexual precoce (8 a 10 meses) e alta taxa de natalidade, com fêmeas podendo ter uma ou duas ninhadas por ano, com cerca de 4 a 12 filhotes em cada uma.
A gestação dura aproximadamente 115 dias e a época de acasalamento ocorre, geralmente, entre o final do outono e o inverno, com os machos lutando para acasalar com as fêmeas receptivas.
Situação piora com as safras de verão
Em função do clima frio, os municípios da Serra Catarinense colhem as safras de milho, feijão e soja nos meses mais quentes, justamente o período que os javalis ampliam a circulação para se alimentar nas lavouras que ficam destruídas, comem até as raízes das plantas.
Foto: NotisserraSC
 
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