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Levantamento realizado pelo Observatório de Negócios mostra locais com escassez na oferta de comércio e serviços, apresenta tendências de consumo e traça perfil do consumidor
O Sebrae/SC apresentou, na quarta-feira (10), ao Núcleo de Comunicação da Associação Empresarial de Lages (Acil), os resultados do estudo Retrato do Consumidor de Lages, levantamento que traça o perfil socioeconômico, os hábitos de compra e as principais oportunidades de mercado no município.
A pesquisa ouviu 600 moradores maiores de 16 anos, entre os dias 6 e 9 de outubro de 2025, com margem de erro de 4 pontos percentuais para baixo ou para cima.
O objetivo do estudo é oferecer informações estratégicas que auxiliem empresas, gestores públicos e entidades na compreensão do comportamento do consumidor lageano e na identificação de demandas reprimidas em diferentes regiões da cidade.
“O levantamento completo e detalhado entrega uma leitura da realidade de Lages e passa a ser uma ferramenta pública para que todos possam tomar decisões com base em dados. Com informações confiáveis, é possível identificar oportunidades reais, reduzir riscos e construir um ambiente de negócios mais competitivo e sustentável. O estudo mostra que há muitas possibilidades na cidade”, destaca Altenir Agostini, gerente regional do Sebrae/SC na Serra Catarinense.
Segundo Cláudio Ferreira, coordenador do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, a iniciativa permite que quem pretende investir em Lages compreenda e se comunique na mesma linguagem dos consumidores, definindo estratégias para segmentar ou nichar seu mercado.
“Todas essas informações estão sendo disponibilizadas gratuitamente, com a possibilidade de ampliar filtros e cruzar dados, o que pode gerar novas descobertas de interesse para empreendedores e gestores”.
do consumidor lageano
Do total de entrevistados, 52% são mulheres e 48% homens. A maior parcela está na faixa dos 30 a 49 anos (37%), seguida pelos jovens de 16 a 29 anos (26,5%). Com relação à escolaridade, 47% concluíram o ensino médio, e 20% possuem ensino superior ou pós-graduação. As classes A/B representam 29% da população ouvida, enquanto a classe C soma 37% e as classes D/E, 33%.
O levantamento também mostra que 69% das famílias vivem em casa própria e que quase metade (47%) mantém algum tipo de poupança ou investimento bancário.
Hábitos de compra e comportamento digital
O atendimento permanece como o fator mais valorizado no momento da compra: 70% dos consumidores o consideram decisivo. Promoções (56%), preço (53%) e descontos (52%) também exercem forte influência.
A pesquisa aponta ainda que 70% já realizaram compras pela internet, e 40% têm o hábito de comprar online mensalmente. Porém, a adesão é menor entre pessoas acima de 60 anos e nas classes D/E, grupos em que boa parte afirma nunca ter comprado pela internet.
Em relação à pesquisa de preços, 56% comparam valores presencialmente, enquanto 53% utilizam buscadores e 43% recorrem a marketplaces.
Mercados em expansão
O estudo também dimensionou o potencial econômico de diversos segmentos. Em alimentos e bebidas, por exemplo, o gasto médio mensal por domicílio é de R$ 1.292,26, movimentando cerca de R$ 77,5 milhões por mês. Já o mercado de moda e vestuário representa R$ 44,2 milhões mensais, com maior frequência de compra entre jovens de 16 a 29 anos.
No setor de cuidados pessoais, onde 92% compram todos os meses, o ticket médio é de R$ 247,73, e o mercado total gira em torno de R$ 32,6 milhões mensais.
Outro dado relevante mostra que 68% dos moradores possuem animais de estimação, o que movimenta aproximadamente R$ 9,8 milhões por mês em produtos e serviços.
Oportunidades por região
O estudo mapeou, ainda, o que os moradores sentem falta em seus bairros. Supermercados e atacarejos aparecem como a maior demanda nas regiões Santa Catarina, Da Penha e Universitário. Já o serviço de lotérica é apontado como deficiência principalmente nos bairros Petrópolis, Da Penha e Conta Dinheiro.
No comércio, as lojas de moda e vestuário são mais requisitadas em Santa Catarina, Santa Helena e Universitário.
Cultura, lazer e qualidade de vida
Em relação a hábitos culturais, 35% têm o costume de ir ao cinema, mas 90% afirmam não frequentar o teatro. Já 41% costumam ir a shows e 55% viajam a turismo. A leitura semanal é hábito para 26% dos entrevistados.
O estudo também avaliou práticas de saúde: 61% da população pratica atividades físicas regularmente, e 40% têm plano de saúde — índice que chega a 58% entre as classes A/B.
Subsídio para decisões estratégicas
Segundo o Sebrae, o levantamento oferece um panorama detalhado do comportamento de consumo em Lages e serve como ferramenta estratégica para empresas que pretendem ampliar mercados, ajustar o posicionamento ou identificar oportunidades de expansão.
Os dados completos do estudo estão disponíveis no Observatório de Negócios, plataforma do Sebrae/SC voltada à análise de tendências de mercado.
Fotos: Lizzi Borges/Catarinas Comunicação


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