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Case florestal

ACR completa 50 anos a frente de um mega setor da economia

Com informações da ACR

Em 3 de novembro de 2025, a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) comemora cinco décadas de atuação em defesa do setor, consolidando-se como voz institucional das empresas de base florestal no Estado.

Criada em 1975 como Associação Catarinense de Reflorestadores, a entidade evoluiu acompanhando os desafios globais, fortalecendo o associativismo e promovendo práticas de manejo sustentável. 

Atualmente, reúne 46 associados e segue como protagonista no desenvolvimento econômico e ambiental de Santa Catarina. O documento que traz todo o levantamento da atividade e apresenta ao mercado os números do setor é o Anuário Estatístico de Base Florestal 2025, produzido pela entidade, e que está disponível para consulta em www.acr.org.br

O professor do Departamento de Engenharia Florestal do @engflorestalcavudesc Udesc, em Lages, e pró-reitor de Extensão, Cultura e Comunidade, Rodrigo Terezo, parabeniza a ACR pelos 50 anos da associação. A UDESC é grande parceira em pesquisas que contribuem para o desenvolvimento do setor florestal em Santa Catarina.

“Venho parabenizar a ACR pelos 50 anos de existência, dos quais, por mais de 20 anos, o Departamento de Engenharia Florestal tem contribuído com o desenvolvimento de pesquisas, ensino e trabalhos de extensão no setor de florestas plantadas no Estado de Santa Catarina. Muitos anos de vida e que esta parceria de sucesso possa dar mais frutos a todos os catarinenses.” 

Em 2025 a ACR completa 50 anos de fundação. Ao longo deste tempo, muitas pessoas foram importantes para construir a história da associação e do setor florestal catarinense.

Uma delas é o nosso conselheiro, o Eng. Agrônomo Ulisses Rogério Arruda de Andrade. Aqui ele conta um pouco da sua trajetória e da relevância do segmento florestal para Santa Catarina.

“Me sinto muito feliz, porque atuo nesta entidade desde o primeiro dia. Eu trabalhava naquela época em uma autarquia do Ministério da Agricultura, responsável pelas políticas de incentivo fiscal para florestas cultivadas no Brasil.

A ACR, nesses 50 anos, cumpriu seus objetivos. Tornou-se a maior representação do setor em Santa Catarina e tem contribuído decisivamente para a agregação de valores tecnológicos nos plantios florestais do Estado.

Portanto, aqueles que fazem parte da ACR devem se sentir jubilosos com essa comemoração, entendendo sempre que nós, além de termos uma participação muito importante na economia e no desenvolvimento do estado, ainda contribuímos efetivamente na conservação dos recursos naturais renováveis.

Sabemos que para cada hectare de floresta cultivada em Santa Catarina, um outro hectare é preservado. São duas formas de contribuição que têm valorizado muito a nossa entidade e que é motivo de orgulho para nós.

Tão antigas quanto o município de Lages

A relevância do setor florestal remonta a origem do município de Lages, inicialmente, é claro, com base no extrativismo. O livro História da Indústria da Madeira, do escritor Cláudio Silveira, relata que as serrarias se instalaram na região de Lages na segunda metade do século 19, precisamente em 1885.

Naquela época, o Almanaque Laemmert aponta que existiam dois engenhos de serrar madeira. “Um de propriedade do senhor Antônio Waltrick e outro do senhor Aureliano de Oliveira Ramos.”

Em 1910, a instalação de uma serraria movida à eletricidade, na Localidade da Chapada, próxima da Localidade de Índios, foi um marco para o setor, porque conseguiu ampliar a produção.

É que as primeiras serrarias eram tocadas pela força da água desviada de rios. Outras, mais modernas, queimavam lenha para aquecer caldeiras. A água pressurizada pelo calor movia as serras. O advento da energia elétrica trouxe mais eficiência ao setor. 

No ciclo da madeira (1940 a 1960), como o nome já sugere, as empresas do setor tornaram Lages o município mais rico e importante de Santa Catarina, época em que a cidade recebia os principais shows nacionais e que o poder econômico teve forte influência na política com a eleição de quatro governadores lageanos. 


O advento das florestas plantadas

A indústria florestal soube se reinventar com a proibição, na década de 1960, do corte de araucárias. As florestas plantadas (pinus e eucalípto) surgiram como alternativas e permitiram a ampliação do setor, que se há mais de um século comercializava toras, palanques e tábuas, atualmente produz celulose, papel, móveis e chapas de madeira. 

O tempo passou e a indústria florestal só soube crescer, mantendo milhares de empregos diretos; movimentando outros setores, a exemplo do de transporte e de reparação mecânica e até contribuindo com o meio ambiente quando preserva corredores de mata nativa em meio às florestas plantadas. 


Santa Catarina lidera setor florestal e figura como potência na balança comercial brasileira

Estado se destaca pela produtividade florestal e pela indústria de base, com impacto decisivo nas exportações e no desenvolvimento regional.

Santa Catarina reafirma em 2025 sua posição estratégica como potência nacional no setor florestal, com mais de 1,04 milhão de hectares plantados, sendo 713,6 mil hectares de pinus e 325 mil de eucalipto.

Esses cultivos garantem uma produção anual estimada em 28,3 milhões de m3 de madeira em tora, matéria-prima fundamental para abastecer indústrias de serrados, painéis, móveis, papel e celulose, que alavancam a economia estadual e fortalecem a balança comercial brasileira. 

No ano passado, Santa Catarina respondeu por 51% das exportações nacionais de madeira serrada de coníferas, movimentando US$ 331 milhões e tendo como principais destinos Estados Unidos, México, Vietnã e China.

Outros segmentos igualmente relevantes, como molduras, compensados e painéis reconstituídos, ampliaram a presença catarinense em mercados internacionais exigentes, demonstrando a competitividade do segmento. 

O setor de base florestal é também um importante gerador de empregos. As 11,4 mil empresas catarinenses ligadas à atividade empregam mais de 103 mil pessoas.

A força industrial de Santa Catarina se destaca pela diversificação da cadeia, que vai desde a produção de biomassa energética até produtos de alto valor agregado, consolidando o estado como referência em inovação e sustentabilidade. 

“A atividade da indústria florestal é um dos pilares da economia catarinense. Produzimos com eficiência, tecnologia e responsabilidade socioambiental, garantindo competitividade internacional e impacto positivo para milhares de famílias daqui”, celebra o presidente da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Jose Mario Ferreira. 

 

Municípios líderes em reflorestamentos 

Santa Cecília, Lages e Otacílio Costa ocupam as três primeiras posições entre os municípios catarinenses com maior área de florestas plantadas, somando juntos cerca de 115 mil hectares.

Outros polos que integram a lista são Caçador (27,1 mil ha), Rio Negrinho (27 mil ha), Lebon Régis (23,2 mil ha), Mafra (21,8 mil ha) e Capão Alto (20,8 mil ha). Ao todo, os 10 municípios de maior destaque no setor concentram aproximadamente 271 mil hectares reflorestados, o equivalente a um quarto da área plantada em todo o território catarinense. 

 Fotos: ACR

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