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Capão Alto

Homem que matou a ex-companheira na frente do filho é condenado a 42 anos de prisão

A sessão do Tribunal do Júri aconteceu na quinta-feira (24), no fórum de Campo Belo do Sul, município sede da comarca, com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina

"Ela era uma pessoa boa, trabalhadora, que amava a família. Sinto muita falta dela." As palavras são do seu Sonivaldo, um pai que nunca mais vai ver a filha Helen, mas que agora sabe que o homem que a matou não ficará impune.

Ele chegou cedo à Câmara de Vereadores de Campo Belo do Sul, na quinta-feira (24) para assistir ao julgamento, e só voltou para casa, no município vizinho de Capão Alto, depois de o ex-genro ser sentenciado a 42 anos de prisão em regime inicialmente fechado.

A sessão do Tribunal do Júri teve 13 horas de duração. Os trabalhos começaram às 9 horas e se estenderam até as 22h07. Durante esse período, aconteceu o sorteio dos jurados, os depoimentos das testemunhas, o interrogatório do réu, os debates entre o Promotor de Justiça Marco Antônio da Gama Luz Junior e os advogados de defesa, a votação dos quesitos e a leitura da sentença. 

A denúncia do Ministério Público de Santa Catarina foi acolhida integralmente, condenando o réu por homicídio, qualificado pelo feminicídio, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa.

Segundo consta nos autos, no dia 30 de setembro de 2023, ele deu três tiros na ex-companheira, na frente de um dos filhos, por não se conformar com o fim do relacionamento, e fugiu a pé pela mata, sendo preso dias depois na região norte do estado.

Durante a sustentação oral, o Promotor de Justiça Marco Antônio da Gama Luz Junior falou sobre a gravidade do crime e pediu para a sociedade se unir para dar um basta nos casos de violência contra as mulheres.

"A mulher é a fonte geradora da vida e precisa ser cuidada, não violentada. Não podemos admitir que um crime como esse fique impune. Precisamos de uma resposta firme para que isso não volte a se repetir", disse ele.

Helen tinha 33 anos quando foi morta. Ela havia se mudado de Caxias do Sul para Capão Alto com os dois filhos para ficar mais perto dos pais e irmãos e se desvencilhar de um relacionamento marcado por conflitos, mas mesmo assim foi atacada de surpresa pelo homem com quem viveu por quase duas décadas.

O irmão mais velho, Guilherme, sente falta das viagens, dos almoços em família e de vários outros momentos felizes que nunca mais se repetirão.

"Sei que nunca mais verei a minha irmã, mas espero que hoje essa agonia finalmente acabe", disse ele, referindo-se ao fato de o julgamento ter sido marcado três vezes.

A sessão deveria ter acontecido no dia 30 de janeiro, mas foi adiada porque um dos advogados teve um problema de saúde na véspera.

O julgamento foi remarcado para o dia 6 de março e chegou a ser iniciado, mas foi interrompido quando a defesa abandonou o plenário, sob a alegação de que uma testemunha teria conversado com uma jurada durante um intervalo. Agora, enfim, o caso teve um desfecho.

"A condenação não traz a vítima de volta, mas traz conforto à família, que, a partir de agora, poderá, finalmente, viver o seu luto", conclui o promotor de Justiça Marco Antônio da Gama Luz Junior.

Familiares da vítima usaram camisetas com os dizeres "Somos a voz da Helen. Apenas queremos justiça" durante a sessão do Tribunal do Júri.

A cunhada Vanusa diz que ela também era uma amiga e confidente e que faz muita falta. "Nunca mais iremos ver ela, mas pelo menos a condenação alivia um pouco a nossa dor", pondera.


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