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Um acampamento provisório dentro do Assentamento Pátria Livre, localizado às margens da BR-116, no município de Correia Pinto, na Serra Catarinense começou a ser instalado na manhã de segunda-feira (7). A ação foi coordenada por lideranças do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e contou com o apoio logístico de moradores assentados da comunidade.
De acordo com relatos, o espaço utilizado pertence a uma assentada que cedeu voluntariamente parte de seu lote para abrigar as famílias. A medida foi tomada após discussões entre o movimento e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), como alternativa ao modelo tradicional de ocupação, visando a evitar conflitos em áreas rurais.
O acampamento reúne, até o momento, cerca de 94 famílias oriundas de municípios próximos, incluindo Correia Pinto, Ponte Alta, Lages e Curitibanos. A previsão, segundo os organizadores, é de que o número possa atingir mais de 200 famílias nos próximos dias. Parte dos acampados já possui cadastro junto ao Incra; outros estão em processo de inclusão no sistema.
Segundo informações obtidas junto a assentados da região, há três propriedades em Santa Catarina mapeadas e em fase de liberação por parte do Incra para a criação de novos assentamentos. Entretanto, os envolvidos apontam demora na definição dessas áreas, fator que teria motivado a instalação do acampamento como forma de acelerar os trâmites.
O Assentamento Pátria Livre é resultado de políticas de reforma agrária promovidas pelo Incra e abriga atualmente cerca de 70 famílias. A comunidade é organizada pela Associação de Cooperação Agrícola do Assentamento Pátria Livre (ACAPAL), que coordena iniciativas produtivas como a criação de gado e o cultivo de milho, feijão e pastagens.
Apesar da iniciativa, houve resistência por parte de alguns assentados, que foram consultados sobre a possibilidade de ceder espaço em suas propriedades e não concordaram com a proposta.
A chegada dos acampados também foi registrada pela Prefeitura Municipal de Correia Pinto, que acompanha o processo. A administração avalia o impacto da instalação no sistema público local, considerando possíveis demandas adicionais em áreas como educação, saúde e assistência social.
Parecer do Incra
A Superintendência Regional do Incra em Santa Catarina afirma que somente na terça-feira (8), “a Câmara Regional de Conciliação Agrária foi informada acerca de ocupação de imóvel no Assentamento Pátria Livre, no município de Correia Pinto e que o conciliador entrou em contato com as lideranças locais e agendou visita ao assentamento para, ainda nesta semana, ouvir a reivindicação e realizar tratativas para a resolução do conflito”.
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