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Naquela época, era tudo campo?
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Mauro Maciel
A frase que embasa o título desta matéria é dita com certa frequência por pessoas de mais idade, mas, desta vez, é carregada de significados. Seu autor, João Ivandel Leite, vive há 70 anos no mesmo local e ainda se surpreende ao detalhar como aquela região, que envolve os bairros Pizani, Cristal e Guarujá, cresceu tanto e tão rápido.
Atualmente, com 77 anos de idade, de forma simples e educada, seu João afirma que vive desde os 7 anos no Pisani. Mas até o nome do bairro mudou. Quando ele chegou com o seu pai para trabalhar nas fazendas, tudo após o trevo do Acesso Norte era chamado de Tributos. "A gente morava na localidade de Mangueirão, próximo de onde agora é o Salto Caveiras. Nos mudamos para trabalhar nas propriedades. Os fazendeiros dessa região eram Lauro Paes, seu irmão, Aldo Paes e o senhor Lauro Martins."
Para seu João, o trabalho na fazenda não durou muito. Ainda garoto, foi trabalhar na Madeireira Soreq, ou outro nome similar, ele não recorda precisamente em função do tempo. Por sete anos, beneficiou ripas para caixas, até que a empresa queimou. "A madeireira era a referência e essa região levou o seu nome. Algum tempo após o incêndio, foi comprada pela Pisani e o bairro trocou de nome novamente."
Assim, o Tributos encolheu, perdeu espaço para o Pisani, depois para o Guarujá e Cristal. Atualmente, denomina região de sítios e fazendas, que fazem divisas com esses bairros.
Guarujá
Emocionado, seu João conta que nunca teve infância. Desde criança sempre trabalhou para ajudar o seu pai. A cavalo, andava por toda a região e viu nascer o primeiro empreendimento do Bairro Guarujá, a charqueada, que estava em construção. Atualmente, com quase 10 mil pessoas e vários empreendimentos, o bairro é notadamente o que mais cresce em Lages.
Crescimento rápido, principalmente nos últimos anos, e difícil de ser compreendido por quem vive há tanto tempo na região. "O local onde tem o aeroporto pertencia ao fazendeiro Tito Bianchini. Agora a cidade chegou até lá."
Problema de visão?
Viúvo e pai de quatro filhos, seu João vive sozinho. Mostra com orgulho a oficina muito bem organizada onde, até pouco tempo, fabricava algumas peças para montaria. Um problema na retina impede que trabalhe e ele lamenta. Explica que já encaminhou a documentação para realizar uma cirurgia pelo SUS, mas o procedimento está demorado.
Enquanto não recupera a visão plena, passa o tempo comercializando algumas peças que sobraram do estoque e cuidando de uma égua e de dois cachorros. É que apesar de residir no Pisani, sua propriedade está no extremo do bairro, o que lhe garante um certo ar de sítio. Um sítio bem próximo da área que mais se desenvolve em Lages.
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