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Mês do meio ambiente

Lages avança no tratamento de esgoto, mas patina na reciclagem do lixo

  • Obras são realizadas no entorno da sede do Parque Natural

    Mauro Maciel

Maior desafio é conscientizar a população da necessidade de reciclar, ampliando a vida útil do aterro sanitário

Inaugurado em 2019, o Complexo Araucária estendeu a coleta e tratamento de esgoto sanitário para, aproximadamente, 5 mil residências, de 10 bairros, atendendo cerca de 25 mil pessoas. São números expressivos, mas como a cidade cresce sem parar, segundo análise da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa) atualmente 40% do esgoto de Lages é tratado, percentual que será ampliado para 70% com a ativação do Complexo Ponte Grande, ainda em obras. A média no Brasil é de 46%. Como a população também tem acesso à água tratada, Lages vai bem no quesito saneamento básico (esgoto e água tratada), mas tem dificuldades em ampliar a coleta e processamento de lixo reciclável.

Segundo Milton Matias Filho, diretor de resíduos sólidos da Semasa, existe a previsão de, neste mês de junho, entregar dois Ecopontos de entrega voluntária de lixo reciclável, no total serão oito Ecopontos distribuídos pela cidade. O objetivo é facilitar o descarte e estimular a população a separar corretamente o lixo.

Tudo o que for coletado será encaminhado para a Cooperlages, cooperativa que já atua na coleta e triagem do lixo reciclável. A prefeitura dá suporte financeiro ao processo, destinando R$ 66 mil mensais para o custeio. "Hoje a coleta mensal é em torno de 2% do lixo que vai para o aterro, cerca de 60 toneladas por mês," acrescenta Matias, ao afirmar que a Semasa dá suporte à cooperativa com o objetivo de aprimorar a coleta.


Aterro Sanitário

O contrato de exploração do aterro sanitário municipal tem vigência até o ano de 2026, podendo ser prorrogado por mais 10 anos, caso tenha vida útil para tal. Além da possibilidade legal de ampliação do prazo, Matias avalia que o melhor meio de prolongar a vida útil do aterro sanitário é uma gestão eficiente de resíduos sólidos, bem como a conscientização de toda a população no uso racional de consumo e a devida separação dos resíduos.

Pelos números apresentados, a maioria do lixo reciclável, produzido na cidade, ainda vai para o aterro. Com isso, deixa de gerar renda para as pessoas que atuam na cooperativa de reciclagem, não retorna para ser reprocessado na indústria, exigindo o consumo de reservas naturais e ainda acelera o processo de esgotamento do aterro sanitário. A expectativa da prefeitura/Semasa é reverter esta situação facilitando a coleta, que por sua vez vai estimular a separação do lixo doméstico.


Recuperação do lixão

Há 20 anos, Lages não possuía aterro sanitário e todo o lixo era destinado a um lixão, onde dezenas de pessoas tentavam coletar algo de valor assim que os caminhões despejavam as cargas. O processo era totalmente inadequado e colocava em risco a vida dessas pessoas. O aterro sanitário foi implantado, mas está em curso um processo para recuperar a área do lixão, nas proximidades do Bairro Chapada.

A tarefa foi entregue à Diretoria de Resíduos Sólidos, comandada por Matias. "O plano de recuperação foi feito pela Unesc. O projeto nos mostra as várias áreas que precisam ser recuperadas ou atendidas, como por exemplo, refazer o sistema de drenagem recuperação das lagoas de chorume, ampliação de sistema de vazão de gás, recuperação do solo devido às erosões por falta de drenagem, dentre outros." O valor estimado para execução do projeto é de R$ 1 milhão. Desta forma, a diretoria de resíduos sólidos está em busca de parceria para execução do projeto.


Mesmo fechado, parque natural está em obras

Em obediência a decreto expedido pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), o Parque Natural Municipal João José Teodoro da Costa Neto permanece fechado ao público desde março do ano passado. O objetivo é evitar aglomeração de pessoas e o contágio por coronavírus. Apesar desta condição, obras de revitalização são realizadas no entorno da sede, no Bairro São Paulo.

O portal está quase pronto, lixeiras serão implantadas e um deck de madeira será construído sobre o lago. A trilha do Xaxim, que possui problemas de erosão do solo, também será revitalizada.

Chamado de Parnamul, o parque possui área de 2,34 milhões de metros quadrados, sendo um dos maiores parques urbanos do Brasil. A gerente de Educação Ambiental da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, bióloga Michelle Pelozato, já solicitou a reabertura do espaço, mesmo que inicialmente seja para pesquisadores.

Ela avalia que o parque possui uma rica biodiversidade. Espécies vegetais como Araucária, Bracatinga, Ingá, Canela Lageana, Ipê Amarelo, Guabiroba. Diversas espécies de animais já foram registradas, a exemplo do Bugio, Gralha Azul, Cutia, Paca, Mão Pelada, Ouriço Caxeiro, além de 168 espécies de aves e nove de répteis.

"Unidades de Conservação, como o Parnamul, são importantes para a preservação dessas espécies nativas, conservação de recursos naturais, belezas naturais e cênicas, além de um importante espaço para contato com a natureza e Educação Ambiental.


Conjunto de obras

O conjunto de benfeitorias é integrado pela instalação de um portal de entrada com portão e placas informativas, rampa de acesso à sede do Parque Natural, situada no bairro São Paulo, passarela suspensa na Trilha dos Xaxins para melhorar o acesso e a segurança, bem como a reforma das escadarias, realização de drenagem na lateral da sede, e limpeza do lago, o qual receberá um pontilhão na sua proximidade, e do local como um todo.

Esta revitalização é a última etapa do projeto de melhorias para o Parque Natural Municipal, pois os seus ambientes já foram contemplados com as fases anteriores: compra de equipamentos para o começo do funcionamento da sede física administrativa do Parque (computador, mesa, cadeiras, Datashow), divulgação do Parque Natural em mídias digitais e a formação da primeira turma do Projeto Guarda Mirim em 2018 (aquisição de uniformes e transporte), em que os recursos financeiros no montante de R$ 195 mil foram captados por intermédio de uma compensação ambiental pela empresa Púlpito Energia Eólica S.A., de Bom Jardim da Serra, e quando firmado um Termo de Cooperação entre o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Prefeitura de Lages.

Fonte: site Prefeitura de Lages

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