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BR-282

Duplicação pode salvar vidas e alavancar economia

  • Mauro Maciel

Fiesc defende a inclusão do trecho entre Lages e Palhoça, que ficou fora nas discussões realizadas em anos anteriores, em Brasília

Há anos, a duplicação da BR-282 é defendida por lideranças políticas e empresariais, mas nenhum projeto concreto foi realizado. Nesta semana, o tema ganhou o apoio do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, em reunião com o Fórum Parlamentar Catarinense. Ele entregou ofício propondo a busca de outras fontes de receitas para viabilizar a concessão, possivelmente com subsídios federais e estaduais, em um formato que não onere excessivamente os usuários da rodovia com o pedágio. Para a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), de forma emergencial, terceiras faixas deveriam ser implantadas em pontos estratégicos, o que além de agilizar o trânsito, reduziria o número de ultrapassagens e de acidentes.

"O Fórum Parlamentar Catarinense será fundamental para viabilizar a iniciativa, assim como para buscar mais investimentos federais em nossas rodovias. A BR-282 é uma importante via, que liga o litoral ao Extremo-Oeste. A duplicação é necessária e precisamos de trabalho e união para que se torne realidade", afirmou o governador.

Da forma que está, a rodovia necessita de muitas obras e a concessão à iniciativa privada representaria um alto valor de pedágio. A solução apontada pelo governador é o aporte de recursos federais e estaduais. Caberia à empresa que fosse explorar o pedágio, apenas a manutenção da estrada.

Israel Marcon, vice-presidente regional da Fiesc para a Serra Catarinense, avalia como importante essa iniciativa do governador. "Regularmente, a Fiesc produz estudos e relatórios apontando as deficiências das rodovias e a BR-282 necessita de uma solução urgente. Há muito tempo sua pista simples não comporta mais o fluxo de veículos."


Entrave para a economia

Israel Marcon avalia que Santa Catarina é um dos estados mais desenvolvidos do Brasil. Neste contexto, a Indústria responde por 30% do produto interno bruto (PIB), ou seja, praticamente gera sozinha um terço das riquezas do estado, isso sem falar em postos de trabalho. Apesar desta importância, o setor é extremamente penalizado em função da logística deficitária.

A pista simples da BR-282 dificulta o recebimento dos insumos necessários à produção e o escoamento da produção até os portos ou para outros estados brasileiros. "É tudo mais caro e demorado. A duplicação é primordial para o desenvolvimento." Marcon alerta para a necessidade em se incluir o trecho entre Lages e Palhoça, que ficou fora das discussões realizadas anteriormente em Brasília.

É que se propunha duplicar a rodovia do Extremo Oeste até o trevo de Campos Novos, onde a BR-282 se liga a BR-470, que há anos já está em processo de duplicação. Desta forma, os municípios da Serra Catarinense e do litoral não seriam contemplados pela obra.


Elevado número de mortes

Para Israel Marcon, vice-presidente regional da Fiesc para a Serra Catarinense, a duplicação também reduzirá o número de acidentes e mortes na BR-282. Diz que os acidentes são diários e as mortes são constantes, principalmente em colisões frontais motivadas por ultrapassagens mal sucedidas.

Estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta que em 2020 foram 7217 acidentes em rodovias federais catarinense (101- 116 - 153 - 158 - 163 - 280 - 282 - 285 e 470). Deste total, 1007 foram registrados na BR-282, resultando em 101 mortes e outras centenas de feridos. O número de mortes é bem maior, é que o estudo só contabiliza os óbitos registrados no local, mas muitas pessoas morrem nos hospitais em decorrência dos ferimentos.


Terceiras faixas são alternativas emergenciais

Como a duplicação da rodovia ainda é embrionária e a obra será demorada e cara, Israel Marcon sugere a implantação emergencial de terceiras faixas, principalmente no trecho entre Lages e Palhoça, onde a dificuldade em se ultrapassar com segurança é enorme e existem vários pontos de estrangulamento do trânsito, em função da região ser montanhosa.

Essa é a mesma linha de atuação da deputada federal, Carmen Zanotto, que também participou da reunião do Fórum Parlamentar Catarinense. "Enquanto a duplicação não é possível, estamos trabalhando para viabilizar a implantação de terceiras faixas que melhoram o fluxo de veículos evitando ultrapassagens e acidentes. Um exemplo foi a implantada, por meio de uma emenda parlamentar minha, na Localidade de Índios, em Lages."


Pesquisa Dnit

O mau estado de conservação da rede viária resulta no acréscimo do consumo de combustíveis em até 58%, no aumento do custo operacional dos veículos em até 40%, na elevação do índice de acidente em até 50% e no acréscimo no tempo de viagem em até 100%.


Destaques

BR-282 em 2020

1.007 acidentes

101 mortos

Fonte: CNT

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