Os primeiros cem dias de Carmen Zanotto

Já atingimos os 100 dias de governo da nova administração. Na realidade, mesmo os que não votaram em Carmen e Jair apostavam e ainda apostam muito nesta administração. Na entrevista concedida na última segunda-feira, a prefeita fez um balanço das atividades das principais pastas. Também exibiu os números das dívidas herdadas: dos R$ 38 milhões de restos a pagar, já conseguiu saldar R$ 37 milhões, restando apenas R$ 1 milhão para fechar as contas. Como fez isso? Com muita economia, diz ela. Mesmo a demora nas nomeações de secretários e comissionados foram estratégicas, assim como a redução de 40 cargos comissionados. A expectativa era muito grande com relação às primeiras ações. É certo que uma das primeiras coisas a fazer era a limpeza e organização da casa. A equipe de limpeza começou com muito fôlego, mas parece que vem perdendo força à medida que o tempo avança.  Por outro lado, um dos principais problemas da cidade, sua malha viária, que estava caótica, ainda aguarda medidas mais concretas e rápidas. Começou bastante devagar, embora tenha conseguido entregar boa parte das 65 obras em andamento. 40 delas estão prontas e a promessa é que todas estarão concluídas até julho. A saúde ainda tem gargalos não fáceis de superar, mas era aí que a expectativa era maior com relação a nova prefeita, visto ser esta a sua especialidade. As filas nos postos continuam. A qualidade do atendimento nas UBSs e, especialmente na UPA 24h, é sofrível. Talvez nem falte médicos, mas a qualidade do serviço prestado por eles é muito questionável. Morte de indivíduo recém saído da UPA mostra isso. Não sabem diferenciar um enfarto de uma gastrite. Como já falamos anteriormente, nem falamos no caso do vice como uma surpresa, pois sabíamos, desde o início, que este seria o maior problema que Carmen enfrentaria no percurso de sua gestão. Mas veio cedo. Pelas práticas que o mesmo vinha adotando – compra de terno de R$ 900,00, veículo de mais de R$ 230 mil para seu uso pessoal, reforma do seu espaço de trabalho – nos apontam que poderia gerar problemas bem maiores e comprometedores para a administração no futuro. Mas, o que mais está pegando neste início da gestão é a disposição em colocar a estrutura da prefeitura a serviço dos interesses políticos. Me refiro sobre a quantidade dos comissionados contratados. E nem tanto quanto a quantidade – dizem que são 178 até aqui – mas a falta de qualificação para os cargos. A preocupação foi apenas dar guarida aos companheiros de campanha. Atendendo apenas compromissos políticos, abrigando os suplentes de vereador, gente que se envolve em campanha não para resolver os problemas da cidade, mas os seus! Não sei até onde Carmen conseguirá chegar e cumprir o que prometeu em campanha, além de atender as expectativas de seus eleitores com uma equipe como esta, que montou, e que não confio que esteja mesmo tão comprometida quanto ela, em entregar um bom governo, e tirar Lages do marasmo em que vive hoje.

“O ideal seria que ele não retornasse à prefeitura”

Prefeita Carmen Zanotto ao falar a respeito do episódio com o vice-prefeito, Jair Júnior. Ela recorda com muita tristeza o que aconteceu, pois é uma pessoa que repudia qualquer violência doméstica e a combate desde sempre.

Na faculdade em horário de expediente

Foi aberto processo administrativo para apurar o caso do servidor comissionado, ex-vereador Leandro do Amendoim, que estava em sala de aula durante horário de expediente. A informação é do chefe de gabinete, Samuel Ramos. Observa que a administração “preza pela ética e economia de erros”. Se provado que houve erro, ele poderá receber de uma simples advertência à demissão do cargo.  Foi aberto o processo para saber se houve erro ou não. Admite que em alguns casos pode haver compensação de horário, mas tudo isso deverá ser apurado.

Ex-vereador foi flagrado na sala de aula em pleno expediente da prefeitura

Carla na Fundação Cultural

A administração concluiu, agora, a ocupação dos cargos do primeiro escalão, nomeando Carla Zonatto para a superintendência da Fundação Cultural. Ela já atuou na Prefeitura de Lages em outras administrações e, atualmente, estava atuando na Fundação Catarinense de Cultura, sendo responsável pela reabertura do Teatro Álvaro de Carvalho, na Capital. Carla sabe que tem muitas tarefas pela frente, pois a fundação se ocupava basicamente com a Festa do Pinhão, que agora fica afeta à Secretaria do Turismo.

Carla já atuou como diretora da Escola de Artes em outra administração

Novo modelo da festa não foi uma opção

A prefeita Carmen Zanotto fez questão de deixar bem claro que a adoção de um novo modelo para a festa não foi uma opção, mas uma “necessidade”, diante das dificuldades impostas. Já que não haverá festa em um espaço fechado, mas acontecerá em ruas abertas e em vários locais, não haverá, portanto, bilheteria para cobrir os custos do evento. Quem irá bancar o custo deste evento? Segundo ela, a prefeitura já se cadastrou para captação de recursos em R$ 1,2 milhão.  Acha que isso será suficiente para cobrir o custo do Recanto do Pinhão e a Sapecada da Canção Nativa. Lembra que no ano passado o Recanto consumiu R$ 800 mil. Também está buscando parceiros (e já tem empresas interessadas) para bancar os shows.

Propriedade

O secretário de Serviços Públicos, Jean Corbellini, lembra que a prefeitura não é proprietária do terreno do Morro da Cruz. O proprietário apenas cedeu o espaço para que fosse instalada a cruz, a pequena capela e a escadaria. Em vista disso, aquele projeto elaborado pelo vereador Gabriel Córdova, enquanto secretário de Planejamento, não valeu de nada. Mas o que admira: ele como secretário desconhecia que aquela área era particular? Até foi decretada de utilidade pública a fim de desapropriação, mas isso nunca chegou a acontecer.

Ratos

A prefeita Carmen disse que teve de contratar uma empresa para dedetizar o calçadão, praças e até o terminal que estavam infestados de ratos, alguns até maiores do que o normal. Quer dizer, a cidade não estava entregue somente às traças....

Escola de Artes

Houve críticas com relação a não ativação da Escola de Artes por parte da prefeitura. A prefeita Carmen explicou que está procurando outro local para tocar as aulas, porque o espaço ocupado hoje precisa de recuperação. Ela explicou que os espelhos estão rachados e as tábuas do assoalho danificadas, e não há rota de fuga. Portanto, não pode correr o risco de causar algum ferimento a quem frequentar o local. Carmen observa que ao assumir a prefeitura alguns contratos de aluguéis estavam atrasados, como foi o caso do espaço onde funciona a Secretaria de Educação, cujo aluguel estava vencido há seis meses. O espaço da Escola de Artes também estava com dois meses de aluguel atrasado.

Ingressos

Pela pesquisa realizada, Carmen cita que em todas as edições da Festa do Pinhão, o máximo de ingressos vendidos por dia não ultrapassou dez mil. Somente o Sindicato Rural, além do aluguel, tinha direito a 800 credenciais.

200 km recuperados

Segundo entrevista concedida pela prefeita Carmen Zanotto, nesta segunda-feira, a Secretaria de Obras já conseguiu a recuperação de 200 quilômetros de ruas, dos 800 quilômetros sem pavimentação da área urbana. Portanto, ainda restam 600 quilômetros para recuperar destas ruas que continuam esburacadas.

Iluminação

Na segunda-feira, a prefeitura assinou convênio com a Celesc para a implantação da iluminação da Avenida das Torres e também na Plínio Luersen.

Cascalheira

Conforme o secretário da Agricultura, Pedro Donizete, até agora já foi possível recuperar 250 km de estrada do interior. São quatro equipes que atuam direto somente no interior. Das 40 pontes existentes, seis delas já foram substituídas. “Mas há, ainda, muito por fazer”, disse o secretário. Sabemos que nosso interior é bastante extenso e há muita coisa para arrumar. Há algumas queixas dos que residem no interior de que não adianta passar a patrola e não cascalhar a estrada. O secretário sabe disso, mas explica que hoje contam com apenas uma cascalheira, o que é muito pouco. Já está contratando outras oito, o que possibilitará melhorar muito o trabalho realizado.