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Sábado e domingo

Shopping quer ônibus, Transul diz não haver fluxo

  • Nilton Wolff

A direção do Lages Garden Shopping reclama que seus colaboradores estão sem transporte público na noite de sábado e durante todo o domingo. Alega que 150 pessoas utilizam o serviço e a ausência do ônibus está encarecendo a operação das lojas, já castigadas em função dos efeitos da pandemia. A empresa Transul, responsável pelo transporte público em Lages, aponta que não há fluxo de passageiros que justifique a manutenção do serviço.
O diretor de Marketing do Shopping, Thiago de Ataide Santos, diz que os colaboradores enfrentam problemas de locomoção desde a decretação da pandemia em março de 2020. Para ele, a região de acesso ao Bairro Guarujá (o mais populoso de Lages) via Avenida das Torres têm crescido ano após ano com chegada do shopping, Havan, Cassol CenterLar e em breve Brasil Atacadista, que trará sozinho mais 200 funcionários/dia o que deve agravar ainda mais o problema.
"Atualmente, temos, somente no Garden, cerca de 150 funcionários que fazem uso do transporte público e que não conseguem retornar para suas residências com o transporte público, pois as linhas acabam no sábado às 18h. Tanto o shopping como a Havan terminam suas operações às 22h," comenta Thiago.
Diante da situação, o custo do translado do funcionário, a partir das 18h do sábado, é absorvido pelos lojistas, o que acaba gerando uma despesa inviável para as operações, que têm de lidar com um cenário já bastante adverso, "ora por conta das inúmeras restrições que encareceram o custo fixo das lojas, ora pelo péssimo momento econômico que temos devido a inflação, que tem atingido especialmente o público que atendemos em nossos estabelecimentos."
Ele finaliza dizendo que a conta só piora, já que o público que utiliza ônibus para ir ao shopping ou a outros empreendimentos instalados na avenida não tem como fazê-lo.
Linha chegou a operar com dois ônibus
Antes da pandemia, a linha Vila Mariza operava com dois ônibus, tal era o fluxo de passageiros. A avaliação é do gerente de tráfego da empresa Transul, Genésio Küster. Atualmente, em alguns horários o ônibus circula apenas com o motorista e com o cobrador. "Vou usar como base o dia 7 de setembro. A primeira linha teve cinco passageiros, depois um, dois e às 9h17 nenhum passageiro utilizou o serviço. É sempre assim. Durante a semana, no último horário das 22h05, a média de passageiros fica entre 15 e 20 pessoas, é quando mais lota," explica Küster.
Desta forma, ele comenta que não há como manter o serviço na noite de sábado e no domingo. Para o gerente, a pandemia transformou um serviço essencial (transporte público) em pó. Tanto que em cidades como Tubarão, Rio do Sul e Itajaí, as empresas devolveram o serviço às prefeituras. Em Lages, isso só não ocorreu porque o contrato estabelece que a prefeitura faça a reposição do equilíbrio econômico. Ou seja, auxilie financeiramente a Transul para que esta mantenha o serviço. "Atualmente temos apenas 40% da demanda que tínhamos em março de 2020."
Por força de decreto, o transporte público foi interrompido em Santa Catarina em meados de março de 2020 e a retomada, com o controle do número de pessoas, foi autorizada em 8 de junho de 2020. "Foi um período em que as pessoas continuaram a trabalhar, mas não tinham acesso ao transporte público. Cada um buscou sua alternativa. Comprou carro, moto? O transporte voltou, mas as pessoas perderam o hábito de usá-lo," comenta o gerente de tráfego.
Küster diz que também tratou deste assunto com o presidente da Associação de Moradores do Bairro Guarujá, Luis Borges e enfatiza que as linhas somente serão retomadas se alguém subsidiar o serviço.

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