Muro do Convento Franciscano é restaurado
-
Mauro Maciel
Feito com tijolos a vista, o muro do Convento Franciscano, na Rua Lauro Müller, em Lages, será restaurado. Com mais de um século de existência, uma estrutura apresenta fissuras, rachaduras e entortou, ameaçando a segurança de pedestres e veículos estacionados. Como se trata de um bem tombado como patrimônio histórico, o projeto foi aprovado pela Fundação Cultural de Lages e também pela Fundação Catarinense de Cultura. O Colégio Bom Jesus Diocesano absorveu todo o custo com projeto e execução da obra.
A parte frontal do convento, que era fechada com uma cerca de ferro, não é tombada. Nesta parte, a primeira a ser trabalhada, será instalado um muro de vidro, que receberá adornos relacionados a São Francisco de Assis. As laterais, com tijolos, serão restauradas, como características originais.
Frei Miguel da Cruz assume a administração do convento em 2019 e avalia que a restauração acaba com uma preocupação permanente. "Assim que assumimos fomos informados pela Defesa Civil que o muro apresentava risco, principalmente aos pedestres.
Buscamos apoio da comunidade e orientação com a Fundação Cultural de Lages, para ver o que podia ser feito. Felizmente a obra foi criada. "
Gilberto Ronconi, superintendente da Fundação Cultural, compartilha da mesma opinião. Lembra que o local chegou a ser interditado, mas infelizmente as pessoas não respeitavam e retiravam os cavaletes que limitavam a área.
Com a obra em andamento, a atenção se volta para a restante da estrutura, onde está a igreja, o mausoléu de Frei Rogério, a grutinha e o convento que abriga os frades
franciscanos. Aguardando a ação do tempo, a cobertura apresenta infiltrações, que danificam forros, paredes e a sustentação da própria cobertura.
Circulando pela estrutura, frei Miguel mostra parte do reboco do teto que está se soltando, e algumas peças de madeira de janelas e do piso que foram substituídas. "Solicitamos autorização para fazer pequenas manutenções, sem descaracterizar o prédio. Enquanto não conseguimos recursos para restaurar, não podemos deixar virar ruína. "
Ele comenta que a estrutura abriga frades idosos, alguns com mais de 90 anos. Desta forma precisa oferecer o mínimo de segurança e conforto. Inclusive, na reforma, a intenção era, se possível, implantar um sistema de calefação, já que o prédio é muito frio.
Além das estruturas físicas, quadros antigos, imagens e livros também precisam ser preservados. Integrantes da comunidade, chamados de amigos do asilo já fez um levantamento prévio que apontou a necessidade de R $ 70 mil para a realização do projeto de restauro e R $ 2 milhões para a execução das obras.
Dinheiro em caixa
O convento se mantém com as comunidades da comunidade e com algumas rifas. Frei Miguel diz que há dinheiro em caixa para pintar a capela, mas a obra depende de aprovação por parte da Fundação Catarinense de Cultura. "Também queremos fazer uma cobertura para proteger os fiéis que oram na capelinha de Nossa Senhora."
Gilberto Ronconi explica que a fundação fará o que for possível para viabilizar a restauração de toda a estrutura, principalmente orientando na busca de recursos. "Com essa obra (do muro), é uma preocupação a menos em relação ao patrimônio da cidade. Mas há uma biblioteca com livros antigos em latim, alemão ... que também precisa ser preservada. Além de quadros e de toda a estrutura física, "comenta o superintendente.
Curiosidade
Construída há cerca de 130 anos, uma primeira estrutura de convento, que deu nome ao local, foi incorporada ao Colégio Bom Jesus Diocesano e já foi totalmente restaurada. A aproveitado pelos frades, atualmente, completou um século em 2016.
Deixe seu comentário