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Acervo pessoal / divulgação
Pamela Marin, tenente do 1º Batalhão Ferroviário de Lages, deixou sua cidade natal e viajou a Roraima para atuar na Operação Acolhida, trabalho realizado pelo Governo Federal para, como o nome já diz, acolher refugiados venezuelanos. São milhares de pessoas que sem condições de viver em seu país, buscam uma nova oportunidade de vida no Brasil. Geralmente, elas chegam com fome, sem dinheiro e precisando de atendimento médico. Além das necessidades básicas, é por meio da operação que a maioria passa por um processo de interiorização, recebe documentos e é encaminhada para outros estados, onde terão oportunidade de trabalho e dignidade para tocarem suas vidas.
A estratégia de interiorização do Governo Federal, que leva voluntariamente refugiados e migrantes venezuelanos do estado de Roraima e de Manaus para outras cidades no país, alcançou no último mês o marco significativo de 50.475 pessoas beneficiadas, três anos após o seu início em abril de 2018. Nesse período, mais de 670 municípios acolheram os beneficiários da Operação Acolhida.
Quem faz_ A Operação Acolhida é um somatório de esforços por uma causa humanitária de imensa importância. Do lado do Governo Federal, são 11 ministérios agindo sob a coordenação da Casa Civil, além da ONU, prefeituras, estados e entidades da sociedade civil e do setor privado. Todos atuando para que os refugiados e migrantes vindos da Venezuela, nossos irmãos latino-americanos, encontrem no Brasil esperança e solidariedade"
Pamela Marin
Folha da Serra_ Por quanto tempo você vai atuar na Operação Acolhida?
Pamela Marin_O período previsto para o 11° Contingente é de quatro meses. Os militares da região Sul do país chegaram em maio com retorno previsto para setembro.
Onde exatamente você está (estado, município, região, localidade)?
Estou atuando na Base Operacional da Força-Tarefa Logística Humanitária, em Boa Vista-RR.
Qual foi a situação que você encontrou ao chegar e qual foi a sua primeira impressão?
Ao chegar eu encontrei uma Operação muito bem estruturada e organizada. Não imaginava que a Operação Acolhida ajudava tanta gente necessitada. São muitos venezuelanos em situação vulnerável buscando por uma vida com mais dignidade. É emocionante ver a força de vontade dos integrantes das Forças Armadas, ONGs e agências trabalhando sem parar, para proporcionar que refugiados e migrantes venezuelanos tenham um local para dormir e comida para alimentar os filhos. Um trabalho que me orgulha muito. Uma nobre Operação, com muito empenho e dedicação com a finalidade de acolher e atenuar o sofrimento dos venezuelanos que enfrentam um grande problema social.
Qual é a situação das pessoas que chegam para ser atendidas?
Elas chegam muitas vezes com fome, sem dinheiro, precisando de atendimento médico. Fazem um cadastro e são acolhidas pela Força-Tarefa Logística Humanitária, após isso recebem atendimento médico e local para se acomodar. Para se ter uma ideia, mais de 500 mil migrantes e refugiados venezuelanos foram atendidos nas fronteiras brasileiras desde 2017. São famílias inteiras, que enfrentam diversas etapas da chegada ao Brasil até a finalização do processo de interiorização.
Especificamente, qual é o seu trabalho?
Estou atuando na Comunicação Social, como jornalista. A equipe trabalha com o abastecimento das Redes Sociais, acompanhamento de comitivas de autoridades, assessoria de imprensa, relações públicas e produções audiovisuais.
Como você avalia a operação realizada pelo Governo Brasileiro?
A Operação Acolhida envolve as três Forças Armadas: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira. É uma Operação de ajuda humanitária que é considerada uma referência mundial. A Operação envolve esforços logísticos para deslocar refugiados, refugiadas e migrantes por todo o país, com iniciativas voltadas à moradia e ao emprego, promovendo a inclusão socioeconômica. São 12 Ministérios, mais de 100 agências como a ONU e Ongs envolvidas, além de parcerias com a sociedade civil. Outros países deveriam seguir o exemplo do Brasil.
Vinda do Sul do Brasil, região considerada rica pelos brasileiros, como é para você atender pessoas que tiveram que deixar tudo em busca de uma vida nova?
É uma missão que me emocionou muito. Quando cheguei e vi a realidade miserável dos migrantes e refugiados venezuelanos. Aprendi muito e passei a valorizar ainda mais o trabalho do Exército Brasileiro e das outras Forças na busca por proporcionar mais qualidade de vida e dignidade para quem perdeu tudo e deixou uma vida para trás. A região Sul é a que mais acolhe. Eles chegam na nossa região com a bagagem cheia de sonhos. Muitos migrantes ou refugiados interiorizados conquistam uma vaga de trabalho que não é preenchida por brasileiros e, na maioria das vezes, se destacam e crescem profissionalmente.
Em todo o trabalho, o que mais te marcou? Foi mais significativo?
O que marcou foi ver uma criança saindo da cadeira de rodas e voltando a ter os movimentos das pernas. Ela se recuperou depois de um acidente, graças ao trabalho dos profissionais do Núcleo de Saúde da Acolhida. Outra experiência, foi a de ver uma interiorização no Sul do Brasil, apesar de todo sofrimento que essas pessoas passaram, pude observar uma esperança, em poder começar uma vida nova, com emprego e carteira assinada.
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