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Exército russo confirma início de bombardeios na Ucrânia

  • Antonio Bronicds/Reuters

O Exército russo confirmou, hoje (24), o início dos bombardeios no território da Ucrânia, mas garantiu que os ataques têm apenas como alvo bases aéreas ucranianas e outras áreas militares, não zonas povoadas. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Rússia lançou operação em larga escala. O ataque teria sido feito pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. O Exército ucraniano diz ter abatido cinco aviões russos e um helicóptero, segundo as agências Reuters e AFP.

Em comunicado citado pela agência de notícias estatal russa Tass, o Ministério russo da Defesa disse que está usando "armas de alta precisão" para inutilizar a "infraestrutura militar, instalações de defesa aérea, aeródromos militares e aviação das Forças Armadas da Ucrânia".

"A Rússia lançou ataques contra nossa infraestrutura militar e postos fronteiriços", disse hoje o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em vídeo divulgado na rede social Telegram.

Zelensky impôs a lei marcial em todo o território. Pediu aos ucranianos que evitem "pânico" e confiem na capacidade do Exército para defender o país.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kouleba, acusou a Rússia de ter iniciado "invasão em larga escala".

"Cidades pacíficas da Ucrânia estão sendo atacadas. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia vai se defender e vencer. O mundo pode e deve parar Putin. É hora de agir agora", escreveu Kouleba na rede social Twitter.


Explosões

Foram registadas, nesta quinta-feira, fortes explosões em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado o início de operação militar no país.

Pelo menos duas explosões foram ouvidas, de madrugada (horário local), no centro de Kiev, tendo sido seguidas pelas sirenes de ambulâncias, segundo jornalistas.

Fontes em Mariupol, no Leste da Ucrânia, disseram à AFP que a cidade portuária foi atingida por bombardeios de artilharia.

Com meio milhão de habitantes, Mariupol é a maior cidade na fronteira com as autoproclamadas repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Luhansk.

Mais perto da fronteira, na cidade de Kramatorsk, quartel-general do Exército ucraniano, pelo menos quatro explosões foram ouvidas.

Também a cidade de Kharkiv, no Leste da Ucrânia, e o Porto de Odessa, no Mar Negro, Sul do país, registraram explosões.


Ucrânia anuncia fechamento do espaço aéreo para a aviação civil

Em comunicado, o ministério ucraniano das Infraestruturas anunciou o fechamento do do espaço aéreo ucraniano para a aviação civil e justificou, alegando "elevado risco para a segurança" do setor.

Segundo agências noticiosas russas, foram cancelados todos os voos com destino ou partida dos aeroportos de Rostov-sur-le-Don, Krasnodar, Sotchi e Anapa, todos situados no Sul da Rússia, próximo à fronteira com a Ucrânia ou ao Mar Negro.

O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a operação militar, afirmando que se destina a proteger civis de etnia russa em Donetsk e Luhansk, cuja independência ele reconheceu na segunda-feira (21).


EUA e aliados anunciam mais sanções contra a Rússia

Os Estados Unidos e seus aliados divulgaram mais sanções contra a Rússia, na quarta-feira (23), por causa do reconhecimento por Moscou de duas áreas separatistas no Leste da Ucrânia. Ao mesmo tempo, deixaram claro que manteriam medidas mais duras na reserva no caso de uma invasão em grande escala pelos russos.

As sanções da União Europeia que entraram em vigor na quarta-feira adicionarão a uma lista todos os membros da câmara baixa do Parlamento russo que votaram pelo reconhecimento das regiões separatistas da Ucrânia, congelando seus bens e proibindo viagens.

O Reino Unido seguiu os Estados Unidos ao anunciar novas restrições que proíbem a Rússia de emitir novos títulos em seus mercados.

As medidas seguem as ações anunciadas na terça-feira (22), incluindo o congelamento da aprovação de um novo gasoduto russo pela Alemanha e a imposição de novas sanções dos EUA aos bancos russos.

Nenhuma das medidas anunciadas até agora visa diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, ou espera-se que tenham graves consequências de médio prazo para Moscou, que tem mais de US$ 630 bilhões em reservas internacionais.

Os preços do petróleo caíram em relação às máximas de sete anos de terça-feira, uma vez que ficou claro que a primeira onda de sanções provavelmente não afetaria o fornecimento da commodity.

Países ocidentais temiam que a Rússia planejasse uma invasão total da Ucrânia depois que Putin anunciou, na segunda-feira (21), que estava reconhecendo duas pequenas regiões controladas desde 2014 por separatistas vistos pelo Ocidente como representantes de Moscou. Putin também assinou um decreto permitindo que forças russas fossem enviadas para lá.

houve o anúncio de planos para impedir a Rússia de emitir novas dívidas externas em Londres, uma medida tomada anos atrás pelos Estados Unidos. Moscou disse que responderia emitindo qualquer nova dívida localmente em rublos, por enquanto.

Alguns líderes ocidentais enfrentaram críticas em seus países pela resposta até agora. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi ridicularizado no Parlamento quando anunciou a lista de três bilionários que já estavam sob sanções dos EUA há anos e cinco bancos obscuros. Os líderes dizem que as sanções mais sérias precisam ser mantidas de reserva para impedir um ataque maior.

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