Motonáutica arrasta multidão para o lago da Marina em Abdon Batista |
Folha da Serra_ Gostaria que você falasse um pouco sobre a história da Banca Central.
Hernani Vieira_ Eu quero só agradecer essa oportunidade e dizer a todos os queridos leitores da Folha da Serra, o quanto é importante e me traz alegria transmitir alguns dos objetivos de vida que fez, em 1983, termos sido convidados pela editora Abril a assumir a distribuição de publicações na região serrana e fez com que, em 1986, exatamente no dia 26 de fevereiro, comprarmos a banca que era do Felipe. Em 1973, parece que na época o prefeito era Juarez Furtado, ele fez o calçadão e ali a primeira banca. Todos chamavam a Banca do Daniel. E, depois, o Renato Arruda, pai do Felipe Arruda, comprou a banca. Em 1986, no dia 26 de fevereiro, compramos a Banca do Felipe. Naquela época, não foi licitação, nós compramos o ponto. E, a partir daí, o pessoal começou a chamar de Banca do Hernani. Aí eu pensei, o meu nome em um estabelecimento comercial não é legal. E como a banca estava no calçadão, criamos a Banca Central. Ali acontecia tudo.
Por ali passaram muitas pessoas e muitos fatos foram testemunhados. Gostaria que você falasse um pouco sobre a observação da cidade de dentro da banca.
Tivemos a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento da cidade. Uma coisa que eu nunca gostei foi do estilo do nosso calçadão. Eu, inclusive, há uns vinte anos, fiz um projeto [para construir uma nova banca] em taipa de pedra, até porque a taipa é cultural da região serrana. O projeto foi capa do jornal, do nosso Correio Lageano. Só que não foi aprovado pelo plano diretor do município. Mas tudo que está acontecendo hoje com o Café Central, há 25 anos eu já tinha essa ideia. A banca era muito pequena, não podia ampliar porque o plano diretor não permitia. E quando surgiu essa oportunidade de deixarmos a Banca Central e criarmos um novo estilo, chegou a nossa vez. Porque, na verdade, a Banca Central, eu tinha até vergonha dos clientes porque você queria um coquetel, eu tinha que procurar pra você. Se precisasse uma ficha, eu tinha que pegar a ficha; se quisesse o cigarro, eu tinha que pegar o cigarro. As revistas, tínhamos muita dificuldade, deixamos de vender muita revista por falta de espaço, por falta de exposição. Não era um quiosque que estava ali. Mesmo assim, a banca trouxe muita alegria para mim e para minha família.
A Banca Central cumpria um papel muito além de uma banca. Era, praticamente, uma central de informação turística. As pessoas chegavam de fora e queriam saber exatamente onde era a fazenda tal, onde era catedral... Nós, ali, éramos o centro de informações turísticas da cidade.
E vou te dizer que o Recanto da Festa do Pinhão foi criado por causa de um casal de Londrina, que chegou a Lages e eu estava com a minha esposa na banca. O casal queria saber 'onde era essa tal de Festa do Pinhão'. Expliquei sobre o Parque Conta Dinheiro, ele deu uma risadinha, por causa do nome do parque. Aí contei a história. Queria saber que horas abria o parque. Eu disse: oito horas. Você pega teu ingresso, entra, vai ter show, vai ter gastronomia... Mas quando estava saindo, perguntou: "mas durante o dia, eu faço o que em Lages?" Comecei a falar dos nossos pontos turísticos, da catedral, das fazendas rurais, enfim. Mas fiquei pensando sobre as poucas atrações da nossa cidade. Pensei: vamos fazer alguma coisa a mais. Fui na Serratur. O Flavinho, na época, era o secretário. Eu disse: Flavinho, gostaria de criar o Recanto da Festa do Pinhão. Estou com vontade de fechar o calçadão com costaneira, fazer um palcozinho, umas barraquinhas para as entidades poderem vender algum produto da gastronomia do pinhão. Fizemos toda aquela estrutura. E os shows, fui aos colégios, pedindo shows das crianças. A Salete Jasper me ajudou, a Maria Jabel me ajudou, fizemos o desfile, um monte de brincadeiras. E o calçadão encheu. Foi um sucesso. Me sinto feliz, que foi uma ideia que surgiu da Banca Central e que deu certo.
E o Café Central? Como surgiu?
Abrimos no dia 1º de abril, fizemos um social que, na verdade, não foi uma inauguração, foi a abertura de novas instalações da história da Banca Central. Participamos das licitações, mas minha única preocupação era se aquele ponto caísse para alguém que não se identificasse com a cidade. Porque existe uma coisa muito diferente: ter um estabelecimento comercial, pensando em faturar, em ganhar dinheiro, ou ter um estabelecimento comercial que seja direcionado exatamente a nossa população. E o que eu pretendo fazer ali, não é apenas vender o café, não é apenas vender um almoço, não é apenas vender um doce, enfim, o que mais quero é que ali seja o ponto de encontro das famílias. Antigamente, quando tinha a Banca Central, no sábado de manhã, principalmente, era uma aglomeração de pessoas que iam discutir, trocar ideias. E quantas ideias nasceram dessas conversas. Era, até, um ponto de encontro. É isso que eu quero para o Café Central.
Estamos iniciando uma nova atividade. Não somos experts em café, em almoço, em doce, em lanches. Mas estamos querendo acertar. Trabalhei a vida inteira representando uma editora. Mas, enfim, acho que é oportuno a gente aprender um pouquinho mais. Fazer o nosso melhor para que a sociedade fique feliz.
O Café Central é uma continuidade do que era a Banca Central, com o mesmo objetivo de se tornar um ponto de encontro, de oferecer um bom lanche, um bom almoço, as revistas, os jornais da cidade. O que você espera desse novo desafio?
Hoje, temos enfrentado essa pandemia, mas é isso que queremos. E não só pensar em ganhar dinheiro, mas sim em estar junto com a sociedade. Porque o Café Central veio para unir as famílias, para as pessoas virem para o calçadão; pai, mãe, com as crianças, para elas brincarem, porque, a atual administração está de parabéns pelo que fez no centro da nossa cidade. A nossa cidade de Lages, o nosso centro estava feio. Agora, está começando a entrar no rumo.
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