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A exemplo dos demais municípios brasileiros, Lages tem problemas, mas que não desmerecem conquistas significativas, a exemplo da revitalização do Centro
É difícil comparar épocas distintas, principalmente quando envolve décadas. Mas, se no passado, no auge da extração da araucária, Lages era a capital econômica e política de Santa Catarina, atualmente, ao completar 255 anos, pode-se afirmar que o município vive uma fase positiva em praticamente todas as áreas. Mesmo com os efeitos da pandemia, a economia mostra sinais claros de crescimento e a saúde, responsável por atender as vítimas da Covid, conseguiu ampliar sua estrutura nos últimos anos.
Polo macrorregional na área da Saúde, o município possui o maior hospital público do estado, o Tereza Ramos. A ativação gradual da nova ala foi acelerada durante a pandemia para atender pacientes que precisavam de leitos de UTI. A pandemia arrefeceu, e a estrutura permanece a serviço não somente dos lageanos, mas de toda a Serra Catarinense.
Vale lembrar que o município também é polo macrorregional na área da educação, com rede particular, estadual, municipal e diversas universidades presenciais e à distância. A partir de 2022, essas entidades devem retomar as aulas 100% presenciais, atraindo todos os dias milhares de estudantes.
É claro que a cidade possui problemas estruturais, principalmente em ruas e avenidas, mas a grande conquista em infraestrutura foi, sem dúvida, a revitalização do Centro, que levou anos para ser executada, mas garante um aspecto de modernidade e limpeza para a cidade e deve encantar lageanos e turistas.
Outro avanço previsto é no Complexo Ponte Grande. A parte de saneamento foi concluída e agora a prefeitura aguarda autorização para licitar a pavimentação de dois trechos, entre a Avenida Presidente Vargas até o Bairro Caça e Tiro, onde está a estação de tratamento de esgoto.
O Mercado Público, que está fechado há anos, será reaberto no dia 4 de dezembro, depois de passar por processo de revitalização e ampliação. A expectativa é que volte a ser um ponto de compra e venda, negócios e principalmente lazer e turismo, importância que já teve nos áureos tempos da cidade.
Para funcionar, um município também precisa de recursos e pode-se dizer que Lages vive uma ótima fase. É sobre esse tema que falaremos nas próximas páginas.
Mauro Maciel/
Aniversário de Lages
Economia diversificada proporciona a abertura de 1.700 novas empresas
De acordo com o IBGE, a estimativa populacional de Lages em 2021 é de 157.158 habitantes. Alguns acreditam que o número é bem maior, situação que será verificada no censo em 2022. Mas, o que se pode realmente afirmar sem margem para contestação é que o município, ao completar 255 anos, vive uma ótima fase econômica. De janeiro a setembro abriu 1.932 novos postos de trabalho e mais de 1.700 novas empresas, o melhor resultado da década.
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico, Álvaro Mondadori, o Joinha, a pandemia prejudicou muito principalmente os setores de gastronomia e eventos, que agora finalmente estão se recuperando. Mas em contrapartida o setor industrial cresceu muito, alavancando o Comércio e o de Serviços.
Como resultado, o saldo entre baixas e registros em carteiras de trabalho, seguindo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ficou positivo em 1.932 vagas. No passado, em alguns anos, Lages penou para atingir saldo de 200 vagas em dezembro. O número de abertura de empresas é confirmado pelo Ministério da Fazenda. É claro que são empresas de todos os portes.
Somente nos últimos meses, Lages registrou a abertura da Pernambucanas, Cassol, Riachuelo e em breve terá a Brasil Atacadista e a Berneck, que sozinha vai gerar mais de 500 postos de trabalho diretos e cerca de outros 1.500 indiretos. "Essas empresas fazem pesquisas antes de investir milhões. Se vieram é porque Lages é um município promissor," avalia Joinha. Ele comenta que a sondagem de empresas continua. Recentemente foi procurado pela Copercampos e pela rede Santa Luzia. "A localização de Lages atrai muitas empresas que querem instalar centros de distribuição e logística."
Há vagas
De janeiro a setembro deste ano, 1.088 pessoas que buscaram os serviços do Balcão de Emprego saíram com a carteira assinada. O secretário de Desenvolvimento Econômico acredita que esse número é maior, já que algumas pessoas conseguem o emprego e não comunicam, ou a empresa não dá baixa na vaga.
"Pode ser que não tenha a vaga que a pessoa quer. Mas posso afirmar que temos vagas sobrando, falta qualificação e muitas vezes boa vontade para a pessoa buscar essa qualificação que geralmente é gratuita."
Parte das empresas abertas este ano são classificadas como Microempresas Individuais (MEIs). A secretária orienta sobre o processo de abertura, documentação e ainda viabiliza empréstimo para quem precisa, já que o Banco da Família instalou um polo dentro da secretaria.
Revitalização impulsiona turismo
A revitalização do Centro de Lages e a reabertura do Mercado Público, na avaliação de Álvaro Mondadori, vai impulsionar também o turismo urbano. "As pessoas gostam de lugares bem estruturados. Melhora o alto astral," comenta, deixando claro que ninguém viaja para ver cidades abandonadas.
Ele enfatiza que geralmente os mercados públicos são pontos turísticos das cidades e é esse retorno que se espera também em Lages a partir da abertura em 4 de dezembro.
Lages amplia produção de trigo em 494%
Considerada a nova fronteira agrícola de Santa Catarina, a região de Lages amplia a produção de trigo em 494%. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontam para uma colheita de 7,6 mil toneladas de trigo em 2,8 mil hectares plantados nos municípios que fazem parte dos Campos de Lages.
"Santa Catarina teve um avanço extraordinário, ampliamos a produção, a área plantada e a produtividade em todo o estado. Estamos no caminho certo, produzindo cereais de inverno tanto para a indústria alimentícia quanto para a fabricação de ração. Além do apoio ao produtor, estamos investindo na área da pesquisa para que possamos criar essa nova cultura, de ocupar as lavouras também no inverno. Temos cerca de um milhão de hectares disponíveis no inverno para a produção de cereais que podem fortalecer ainda mais o nosso agronegócio", ressalta o secretário de Estado da Agricultura Altair Silva.
A região de Lages, que já tem tradição no cultivo de aveia no inverno, demonstra um grande potencial para o cultivo de outros cereais que podem ser utilizados para alimentação animal no inverno. Segundo o professor do Departamento de Agronomia da Udesc Lages, Clóvis Arruda de Souza, o Brasil tem uma demanda crescente e sempre foi um importador de trigo, com o apoio do Governo do Estado e com o mercado atrativo, os agricultores catarinenses têm condições de abastecer o mercado interno.
Soja também deve surpreender com 40 mil toneladas
A pavimentação do acesso à Coxilha Rica, partindo da BR-116, em Capão Alto, em direção ao interior da localidade, que em grande parte está em Lages, era o que faltava para que o município ampliasse a produção de soja. Segundo informações divulgadas pela Prefeitura de Lages, a safra agrícola 2020 - 2021, na região da Coxilha Rica, será maior do que a anterior, e isto se deve a uma maior regularidade de chuvas em relação à safra 2019 - 2020, e também ao aumento da área plantada. A Cooperativa Agropecuária do Planalto Serrano (Cooperplan) estima uma colheita de 14 mil toneladas de grãos (milho, soja, feijão e pipoca), enquanto que a Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Copercampos) espera receber nesta safra de verão acima de 260 mil sacos de grãos, ou seja, em torno de 20 mil toneladas de cereais produzidos por produtores da região da Coxilha Rica.
Vale lembrar que o município também se destaca na produção de cevada e lúpulo, insumos utilizados na produção de cerveja.
Toninho Vieira/PML/
Histórico resumido
Habitada até o século XVIII por índios caingangues e xoclengues, começou sua história com a construção da estrada ligando as províncias do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Em seguida, alguns colonos iniciaram fazendas de gado e de exploração de erva-mate e madeira. Isso fez surgir conflitos entre índios e colonos ocasionados pela disputa dos pinheirais. Os pinhões de araucária e animais eram a fonte de alimento básica dos índios.
Fundada em 1766 pelo bandeirante paulista Antônio Correia Pinto de Macedo, Lajes (era escrita com J) servia inicialmente como estalagem para a rota comercial entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, principalmente na passagem do gado dos campos gaúchos para abastecer os trabalhadores da extração de ouro em Minas Gerais.
Correia Pinto batizou-a assim devido à abundância da pedra laje na região, o nome original era Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lajens.
Instituída vila pelo governador de São Paulo Luís António de Sousa Botelho Mourão, Lajes teve seu território transferido da capitania de São Paulo para a capitania de Santa Catarina, por D. João VI, em 9 de setembro de 1820.
Décadas após o fim da Revolução Farroupilha, teve seu primeiro paço municipal edificado entre 1898 e 1902.
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