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A médica oncologista Maitê de Liz Vassen Schurmann nasceu em Lages e é visivelmente apaixonada por cuidar de pessoas. “Nunca gostei de ver pessoas em sofrimento ou em situações de vulnerabilidade, por falta de orientação ou de entendimento do seu real problema de saúde, por isso, caminhei no rumo do curso de medicina”. E foi na Universidade de Caxias do Sul que ela concluiu seu curso, para depois fazer residência em clínica médica em Criciúma e então a especialização em Oncologia Clínica no Hospital São Lucas, em Porto Alegre.
Em 2008 a jovem médica retornou para Lages. Hoje, atua como médica oncologista em sua própria clínica médica, a Animi – Unidade de Tratamento Oncológico, ao lado do esposo e médico oncologista Pedro Ervin Specht Schurmann, e também no Hospital Tereza Ramos e na Uniplac como professora no curso de Medicina. Além disso, cumpre diariamente o seu papel mais especial: o de ser mãe da Alice.
Nesta entrevista especial para o Mês das Mulheres ela fala sobre pontos importantes na sua atuação profissional e como mulher.
A sensibilidade feminina como diferencial
Os pacientes, hoje em dia, não querem mais apenas a receita do remédio para curar determinada doença. Os pacientes querem perceber que por detrás daquela mesa, onde está sentado o médico, também existe um ser humano, o qual está escutando de forma compassiva e preocupado em resolver os problemas de saúde da forma mais honesta e ampla possível, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis no momento. Atitudes compassivas fazem a diferença no cuidado às pessoas, por isso a sensibilidade feminina está sendo um diferencial nesse atendimento ao paciente.
Como lidar com as vitórias e perdas
Aprendi, no decorrer desses anos de formada, em 2023 irei completar 20 anos de formatura, que o autocuidado, ou seja, o cuidar da minha saúde física, mental, familiar, social e espiritual é tão importante quanto cuidar do outro. Pois, se não estou bem, não tem como eu cuidar bem de outro ser humano em sofrimento.
É impossível eu não me abalar. A gente sofre junto, muitas vezes, mas preciso estar em um eterno voltar para o prumo diante das adversidades e estresses diários. Lembrando, sempre, que não temos o controle das situações. Isso é um desafio para mim e trabalho muito para a minha própria evolução como ser humano, sempre tentando perceber o que ou quem me faz bem, para minimizar as situações de estresse, quando possível.
Sobre ser uma referência para outras mulheres
Nossa vida é um espelho, independentemente de qual cargo ou função estamos exercendo no momento, por isso, temos que agir com integridade, honestidade e ética, em todas as esferas dos relacionamentos da nossa vida, tanto pessoal como profissional. A nossa responsabilidade continua sendo a mesma, não podemos esquecer da humildade e gentileza em todas as nossas atitudes.
Relação com os estudantes
Atuo como professora do Curso de Medicina na Uniplac há 15 anos. No último ano fui paraninfa de turma, e uma das missões como professora desses jovens é enfatizar que tratar a doença ou prescrever o remédio é muito fácil, basta estudar o último livro ou o último artigo publicado sobre aquela determinada doença, mas cuidar de pessoas e termos uma boa relação médico-paciente é essencial nos dias de hoje, e que essa relação seja praticada com compaixão, respeito e ética.
A mulher e a medicina
Nós mulheres não temos mais medo de enfrentar as dificuldades inerentes à profissão. Estamos mais independentes, corajosas e donas de si. Agimos com o coração e com a razão de forma equilibrada, a fim de seguir a missão de vida de cada uma, em busca de um propósito maior, não só na realização pessoal ou familiar, mas o profissional é fundamental para a mulher se sentir útil e feliz. Servir ao próximo, muitas vezes, servindo pessoas desconhecidas sem querer nada em troca, é grandiosamente terapêutico para a nossa alma. O autoconhecimento faz com que esse propósito seja alcançado e, assim, nos sentimos felizes e realizadas.
Saiba mais
Na área da Medicina, o ofício era exclusivamente masculino até 1849, quando a americana Elizabeth Blackwell se tornou a primeira mulher a receber o título de médica no mundo. A primeira médica diplomada em universidade brasileira foi Rita Lobato Lopes, em 1887. A partir dessa data, observa-se uma crescente participação feminina no setor.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) indica que as mulheres são a principal força de trabalho da saúde, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais, quanto na Atenção Básica. Em áreas como fonoaudiologia, nutrição e serviço social elas ultrapassam 90% de presença, e 80% em enfermagem e psicologia. Na pesquisa de Demográfica Médica realizada em 2020, médicos homens representavam 53,4% da população de médicos e as mulheres, 46,6%. Trinta anos atrás, em 1990, as mulheres eram apenas 30,8%.
Fonte: xvifinance.com.br
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