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Boa fase econômica: Hotéis de Lages lotam até nos dias de semana

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Conhecido, tradicionalmente, por receber o turista em viagem entre o Oeste e o Litoral, argentinos, uruguaios e representantes comerciais, o setor hoteleiro de Lages vive uma nova fase. Em plena pandemia, a maioria dos hotéis estão lotados até mesmo durante a semana com hóspedes de outras cidades e que foram contratados por indústrias e comércios locais. É uma situação que pode até estimular a ampliação dos existentes ou o surgimento de novos empreendimentos hoteleiros.

"Nossa média de ocupação durante a semana está em 90%. São funcionários principalmente das empresas Berneck, Ambev, Klabin e Havan. Antes, a melhor taxa que tínhamos era de 70%", explica o recepcionista do Le CanarD, Julio Viana.

Iolita Schlichting Ramos, gerente do Nacional Park Hotel, confirma a excelente fase. Com 100% de ocupação, disse que até já suspendeu as ofertas de leitos nos aplicativos. "Recebemos muitos turistas argentinos, mas também funcionários de empresas, principalmente da Klabin, que está fazendo a parada geral para manutenção."

O hotel tem apenas um ano de funcionamento e Iolita comenta que o movimento foi muito fraco durante os primeiros meses da pandemia. "Não precisamos nem restringir o fluxo de hóspedes. Estava muito fraco, mas agora recuperou."

O movimento intenso auxilia na recuperação do setor, que foi limitado em função da pandemia. É que em março de 2020, com o decreto que formalizou as regras para combater o coronavírus em Santa Catarina, os hotéis foram limitados a utilizar apenas 30% de sua capacidade e, mesmo assim, o fluxo de pessoas reduziu quase a zero em função das limitações impostas e em decorrência do fechamento temporário de várias empresas. Como resultado, muitos hotéis do estado fecharam suas portas em definitivo.

Depois, quando o número de mortes e de pessoas contaminadas reduziu, a ocupação dos hotéis foi autorizada em 50%, depois 70% e finalmente 100%, situação que vigora até hoje.


Economia em alta

Nos últimos anos, Lages recebeu vários investimentos. Além da Berneck, que deve iniciar a produção em abril, com 600 empregos diretos e cerca de 1.500 indiretos, Cassol Centerlar, Brasil Atacadista, Fort Atacadista, Pernambucanas, Pompeia e tantas outras inauguraram. Outras ampliaram, a exemplo da GTS. Isso sem contar as de médio e pequeno porte, que também são extremamente importantes para a economia.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico registrou a abertura de mais de mil Micro e Pequenas Empresas Individuais (MEIs) em 2021. Toda essa movimentação reflete também em outros setores, a exemplo dos hotéis que fazem parte do setor de serviços. "As terceirizadas que estão implantando a Berneck trazem muitos funcionários de outras cidades. Eles estão hospedados em Lages. Temos também a Klabin e a Camargo Correa, que está implantando uma linha de transmissão de energia elétrica," avalia o secretário de Desenvolvimento Econômico, Álvaro José Mondadori, o Joinha.


Turismo também movimenta hotéis

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Álvaro José Mondadori, o Joinha, o número de leitos oferecidos nos hotéis em Lages é insuficiente para atender a demanda. Ele cita como exemplo o último final de semana, quando a Coxilha Rica recebeu turistas de Belo Horizonte, Brasília, Joinville, São Paulo e Rio de Janeiro.

"Lages e a Serra Catarinense são cada vez mais procuradas por turistas. Em grandes eventos, a exemplo do Transcatarina, faltou leitos em hotéis. As pessoas usavam aplicativos para alugar quartos em residências. A tendência é que essa necessidade aumente cada vez mais."


Larissa Sandri Wojcik

Presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Lages

Folha da Serra_ A rede hoteleira de Lages possui quantos leitos no perímetro urbano e rural?

Larissa_ Aproximadamente 1500 leitos.

Como você avalia a atual situação do setor?

Nos últimos dois anos, o setor hoteleiro passou por diversas dificuldades em razão das restrições advindas da pandemia, todavia observou-se uma melhora gradativa, estando no fim do ano de 2021 e agora início de 2022 com quase ocupação máxima. Eis que o turismo rural é cada vez mais uma alternativa para as famílias em suas férias. Fora isso, a ocupação corporativa também é crescente e acontece o ano todo, eis que Lages é a cidade polo na Serra Catarinense, bem como os novos investimentos empresariais geram uma demanda de leitos para empresários e trabalhadores dos diversos setores.

Como a ocupação está favorável, você acredita que surgirão novos empreendimentos ou até mesmo ampliação dos existentes?

Acredito que sim, e mais, acredito que a Serra Catarinense é o futuro do turismo em Santa Catarina. Todavia, precisamos do apoio e iniciativa do poder público para dar estrutura (acessos rodoviários, novas atrações e revitalização dos espaços públicos) aos municípios envolvidos, bem como, uma união de esforços de empresários e poder público para capacitarmos os colaboradores do setor. A projeção é de aumento da demanda e seria crucial que a população da Serra Catarinense estivesse intimamente envolvida no processo.

Foto: Hotel (escolher)

Crédito: Canva.com


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