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Homenagem

Obra reverencia o protagonismo de Sebastião Ataide e da comunidade negra da Serra Catarinense

  • Família de Sebastião Ataide lotou o salão de festas do Centro Acadêmico Cruz e Souiza, para assistir ao lançamento do Livro

    Cláudia Pavão

Sebastião foi professor, sociólogo, escritor e pesquisador do homem negro dos campos de Lages

A noite 13 de maio, dia em que é lembrada a abolição da escravatura no Brasil, vai ficar marcada na história do Centro Acadêmico Cruz e Souza, em Lages, com o lançamento do livro “Sebastião Ataide: presença, trajetória e protagonismo”, de Renilda Vicenzi.

Familiares, amigos, admiradores, autoridades lotaram o salão de festas da associação para valorizar a história de vida do primeiro negro de Lages a concluir e receber um diploma do Ensino Médio, como normalista.

“Para a família, falar sobre Sebastião Ataíde, da vida dele, fazer a biografia é uma alegria. Nossa família se sente sensibilizada e honrada por uma homenagem belíssima. Ele foi uma pessoa tão marcante, um cidadão à frente do seu tempo, uma pessoa extremamente honesta. Era uma pessoa do povo, um cidadão comum. Então, estamos bastante emocionados, a família tá muito, muito agradecida”, disse Maria Inês Ataide Salmoria, filha do homenageado.

Professor, sociólogo, escritor, membro e liderança do Clube Cívico Cruz e Souza, publicou, no centenário da Abolição da Escravatura, em 1988, o livro “O Negro no Planalto Lageano”.

Em seu livro, Renilda Vicenzi, historiadora, doutora e professora da Universidade Federal da Fronteira Sul em Chapecó, trouxe à luz a história do escritor negro, em sua pesquisa sobre a escravidão em Santa Catarina.

A jornada de Renilda começou em 2010, quando se dirigiu a Lages em busca de fontes para sua pesquisa de doutorado sobre a presença escrava no Planalto Catarinense.

Ela conta que, no Museu Thiago de Castro, foi apresentada ao livro “Negro do Planalto Lageano", uma obra que despertou seu interesse com suas 196 páginas, cinco referências videográficas e uma introdução detalhada do autor.

Essa descoberta inicial levou a historiadora a uma pesquisa mais profunda, culminando em um projeto aprovado pela FAPESC, visando a escrita de biografias de indivíduos pouco destacados em suas comunidades, a exemplo de Sebastião Ataíde, que nasceu no início do século XX e foi criado por padrinhos, após seu pai, um homem branco não o reconhecer oficialmente.

Ataíde, contra todas as adversidades, tornou-se professor em 1947, período marcado pela escassez de pessoas negras em instituições educacionais.

A pesquisa de Vicenzi não se limitou à trajetória de Ataíde, mas também à sua obra, que oferece uma perspectiva única como homem negro.

E ela destaca a importância de incluir essas vozes não tradicionais na narrativa histórica brasileira, promovendo uma educação antirracista e uma compreensão mais completa da história.

Além de Ataíde, Vicenzi identificou outras figuras significativas, especialmente mulheres negras, cujas histórias merecem ser contadas.

Seu compromisso com a inclusão dessas vozes reflete-se em seu interesse em explorar trajetórias de mulheres negras que, apesar dos desafios, dedicaram-se à educação na região do Planalto Catarinense.

“A pesquisa não apenas lança luz sobre figuras historicamente negligenciadas, mas também oferece uma perspectiva essencial sobre a diversidade e a complexidade da história brasileira, incentivando uma abordagem mais inclusiva e multifacetada para o estudo histórico”, diz a autora.

A obra que conta a história de Sebastião Ataide será comercializada ao valor de R$ 35,00, de forma online, neste link

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