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Bocaina do Sul ganha Centro de Comercialização de Vime

  • Lissandro Velho / PMBS / Divulgação

Vime, queijo, mel, hortaliças, frutas, panificados e pinhão. Esses são alguns dos produtos que podem ser comprados no Centro de Comercialização União do Vime, inaugurado recentemente às margens da BR-282, na comunidade de Areião, em Bocaina do Sul. O investimento conta com recursos públicos estaduais e municipais, além de contrapartidas dos produtores rurais e outras parcerias. O espaço foi cedido em comodato pela prefeitura do município.

"O Centro é resultado do trabalho de organização do produtor e da produção", explica Saulo Luiz Poffo, extensionista rural da Epagri em Bocaina do Sul. Ele conta que a Epagri vem apoiando os produtores de vime do município há mais de duas décadas. Bocaina do Sul tem 650 famílias agricultoras. O vime é a principal fonte de renda para 100 delas, que trabalham no cultivo em área estimada de 150 hectares. Eles atuam tanto no preparo e venda das varas de vime verde ou seco, como na agregação de valor, produzindo artesanato, cestarias, utensílios e móveis a partir desta matéria-prima.

O centro dá maior visibilidade à produção local, facilitando a comercialização, que antes era feita individualmente por cada produtor. Um dele é Jilson Macedo Vargas, que produz vime em apenas meio hectare. Apesar da área ser pequena ele colhe até 15 toneladas. "O vime agrega valor, o que faz a gente, mais jovem, permanecer no campo."

No centro, os consumidores encontram cestas, móveis e objetos de decoração. Tudo feito em vime. Para facilitar o acesso, as portas serão mantidas abertas até às 21 horas.

Para o prefeito de Bocaina do Sul, João Eduardo Della Justina, o grupo União do Vime é muito unido e realizou um importante trabalho, que certamente vai ampliar a divulgação do município em todo o Brasil. Certa deste resultado positivo, a prefeitura está pronta para apoiar no que for possível.


Desenvolvimento do grupo

O Grupo União do Vime trabalha em aliança produtiva de Vime e Artesanato na Comunidade de Areião, em Bocaina do Sul. Esta iniciativa nasceu com o grupo de jovens e se ampliou pela tradição das famílias, tanto na área de cultivo como na de transformação em cestaria. A aliança foi formada com o objetivo de implantar melhorias no sistema produtivo de Vime, construir e melhorar o ambiente físico de trabalho com o artesanato, adquirir máquinas e equipamentos que facilitem os trabalhos e, em grupo, acessar o mercado para a venda da produção do artesanato e a compra de insumos para a melhora da qualidade final do produto.


Região responde por 90% da produção nacional

A região do Vale do Rio Canoas, onde estão os municípios de Bocaina do Sul e Rio Rufino, responde, segundo a Epagri, por 90% da produção nacional de vime. Cultivam Vime na região 1.266 famílias que exploram 1.215 hectares, com uma produção anual média de 15.790 toneladas de varas verdes ou, aproximadamente, 6.000 toneladas de varas secas, prontas para o artesanato.

O gerente Regional da Epagri, José Márcio Lehmann, explica que ao longo dos anos vários cursos foram ministrados e a produção ganhou o apoio de máquinas e equipamentos. Um dos avanços é em relação à divisão das varas em tiras, que era feita de forma manual, processo cansativo e demorado. Agora, com as máquinas, a produção ganhou velocidade. "O vime é um produto que entre a colheita e a entrega para o consumidor final, passa 30 vezes pela mão humana."

Além dos cursos, o gerente comenta que o Programa SC Rural viabilizou a construção de 12 galpões na região, permitindo que as famílias trabalhem abrigadas. Outra linha de atuação da Epagri é para viabilizar a comercialização. Devido a esse trabalho, parte da produção é vendida para o Rio Grande do Sul, onde produtores de uvas utilizam as tiras para amarrar as parreiras. Em Santa Catarina, o vime é enviado também para Rio do Cedro, onde é transformado em artesanato.


Balança

Para o gerente Regional da Epagri, José Márcio Lehmann, a próxima meta é instalar uma balança rodoviária com capacidade para 40 toneladas. O equipamento deve ser colocado nas proximidades do Centro de Comercialização. É que atualmente, quando o vime é vendido em vara, precisa ser pesado em pequenas quantidades, já que as balanças disponíveis são pequenas.

Com a balança rodoviária, o veículo é pesado vazio e depois carregado. Calcula-se a diferença e está tudo pronto. Além de agilizar o tempo de carregamento, reduz a mão de obra aplicada no processo.

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