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256 ANOS

Lages, relevante no passado, presente e futuro

  • Local onde foi construída a catedral ao lado da prefeitura

    Museu Thiago de Castro/ Arquivo

O dia 22 de novembro marcará os 256 anos de fundação de Lages, o maior município da Serra Catarinense e um dos principais de Santa Catarina. Desta forma, ao longo do mês, o Folha da Serra publicará reportagens com de aspectos históricos, mas também atuais. Na edição desta semana trataremos, resumidamente, da origem do município e do setor de saúde. É que em pouco mais de dois séculos o município se tornou polo macrorregional em saúde, oferecendo inúmeros serviços que atendem pessoas de diversas regiões catarinenses. A importância deste setor também pode ser medida pelo número de empreendimentos e de pessoas contratadas por eles. 

História, bem antes da fundação

Geralmente, a história de Lages é contada a partir de sua fundação, em 1766 por Antônio Correia Pinto de Macedo. Mas há registros que entre 1600 e 1727 esses campos eram cortados por bandeirantes que capturavam índios nas missões para trabalhar como escravos. Antropólogos apontam que mesmo antes do descobrimento do Brasil, aqui viviam tribos de Xokleng e Kaigang. 

Antes de ser denominada como Campos de Lajens, a região era conhecida como Vacaria das Lajens, região erma e muito grande, que ganhou importância econômica e militar com o passar dos anos. Militar porque o Sul do Brasil e principalmente as divisas do Rio Grande do Sul sempre foram alvo de disputas entre portugueses e espanhóis.Era necessário marcar a presença da coroa nessas terras e assim nasce a necessidade de uma estrada que permitisse o deslocamento das tropas até o Rio Grande do Sul. 

Segundo o escritor lageano Paulo Derengoski coube ao lagunense Cristóvão Pereira de Abreu abrir uma estrada que ligasse o Rio Grande do Sul a Sorocaba, em São Paulo. Ela foi chamada de Morro dos Conventos e Estrada das Tropas. Foi desta forma que surgiu o Passo de Santa Vitória, ponto onde os animais conseguiam atravessar o Rio Pelotas, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Foi criada também a travessia na Coxilha Rica, marcada até hoje pelo corredor de taipas.

Com o fim das missões jesuíticas, grande quantidade de gado ficou espalhado no Rio Grande do Sul. Foi esse gado que proporcionou o surgimento de vilas naquele estado onde eram produzidos charque e o couro que seria usado nos artefatos de montaria, como laço e botas. Essa estrada tornou-se a principal ferramenta para levar esse gado, o maior rebanho existente no Brasil, até Sorocaba, onde ocorriam as feiras. 

Essa movimentação econômica proporcionou o surgimento de grandes fazendas, distantes umas das outras, mas que representavam os únicos pontos de apoio para os tropeiros, que levavam meses para fazer a viagem entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Correia Pinto, mesmo antes de fundar Lages, já havia passado por aqui e conhecia bem essas terras.

Depois da fundação, várias casas foram instaladas e, aos poucos, surgiram os pontos de comércio. As tropeadas que até então se valiam das fazendas, ganham um ponto de descanso seguro. Um deles era próximo da Igreja Santa Cruz, onde os tropeiros usavam a fonte de água para matar a sede dos animais. 

Perto dali, onde atualmente está o terminal urbano, surgiu o primeiro mercado a céu aberto para o comércio de charque, animais e outros produtos, como artefatos de couro e grãos. Até hoje o local leva o nome de Praça do Mercado Velho. É que depois, o crescimento do número de casas dificultava a chegada das tropas e o comércio mudou para o local onde atualmente está o Mercado Público. 

Fases econômicas

A pecuária, o comércio e depois a madeira lideraram a economia de Lages, que chegou a ser a primeira de Santa Catarina. Essa importância econômica se refletiu também na política. Nosso município foi o que mais elegeu governadores e até, de forma indireta, um presidente, Nereu Ramos.

Com o passar do tempo, a economia ganhou a força de outros setores, a exemplo da indústria do alimento e de metalmecânica. Mas o Comércio, a Agropecuária e a Indústria Florestal permanecem vivas e fortes. Essa diversificação mantém o município entre as 10 maiores riquezas catarinenses (PIB) tema que será tratado com mais profundidade na edição do dia 18 deste mês. 


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