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Lages é bronze na Olimpíada de Língua Portuguesa

Concorrendo com 59.000 professores de 3.877 cidades brasileiras, a professora Janimari Cecília Ferreira, a Ciça, do Colégio Militar de Lages, se classificou como semifinalista em duas categorias na 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa. Na Crônica, ela não vai disputar a final, mas já garantiu medalha de bronze. No Documentário, a próxima etapa será em novembro e ela ainda tem a possibilidade de ir à final. O professor Carlos Eduardo Canani, o Cadu, também é semifinalista na categoria Memórias Literárias pela Escola Municipal Suzana Albino França. A escolha acontece entre os dias 26 e 29 de outubro.

A Olimpíada de Língua Portuguesa reconhece o trabalho de professores(as) e estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio de escolas públicas de todo o Brasil. O concurso, em sua 7ª edição, é uma iniciativa do Itaú Social, em parceria com o Ministério da Educação (MEC). As adesões ocorreram até o dia 20 de maio e, desde então, os professores produzem com seus alunos. O tema deste ano é o Lugar Onde Vivo.

O concurso traz um novo formato em 2021, com foco na valorização da prática e do trabalho desenvolvido pelos docentes e no reconhecimento de produções realizadas por todos os alunos de forma coletiva. Diferentemente das outras edições, a proposta deste ano consiste em acompanhar e reconhecer os relatos de prática, com os registros dos processos de ensino-aprendizagem vivenciados pelos professores e estudantes durante o trabalho de produção de um dos gêneros propostos.

Os relatos de prática devem conter as estratégias, soluções, alternativas e inovações encontradas pelos professores para executarem as atividades em meio à pandemia com suas turmas garantindo assim a continuidade do processo de aprendizagem com os alunos. Para acompanhar o relato, é incentivada a multiplicidade de formatos de mídia que exemplificam essa relação professor-aluno, como: fotografias, vídeos, áudios e produções textuais desenvolvidas pelos estudantes e os resultados obtidos.

"Para além de um concurso, a Olimpíada de Língua Portuguesa é uma metodologia para mobilizar gestores, professores, estudantes e famílias e promover ações formativas e troca de experiências. As mudanças nesta edição reforçam esse compromisso com uma perspectiva coletiva, inclusiva e diversa - tal como nossa língua - no ensino e aprendizagem de leitura, escrita e oralidade", avalia a presidente e diretora-executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, que faz a coordenação técnica da Olimpíada.


Objetivos

A Olimpíada de Língua Portuguesa também quer proporcionar maior atenção à equidade entre as escolas. Para isso, a partir das etapas semifinais desta edição, 50% das vagas foram reservadas para as unidades consideradas mais vulneráveis, conforme os indicadores de desempenho educacional e de nível socioeconômico das escolas. De acordo com análises de edições anteriores, as contribuições da Olimpíada foram ainda maiores para escolas sob contextos mais desafiadores (menor nível socioeconômico, notas inferiores no Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, das zonas rurais e dos municípios mais vulneráveis), contribuindo na redução de desigualdades educacionais.

Desde a última edição, o programa homenageia autores da literatura brasileira. Neste ano, a homenageada é a escritora e poetisa Geni Guimarães, cuja obra viabiliza o debate em torno da literatura negra. Entre suas principais obras estão "Leite do peito", "Balé das emoções" e "A cor da ternura".

Entre as premiações estão notebooks e assinatura de periódicos para os docentes, além de certificado e leitor de livro digital para as respectivas turmas. As escolas dos vencedores receberão como prêmio acervo para biblioteca.


Ciça Ferreira

Estimulada pela direção do Colégio Militar, Ciça comenta que participou da Olimpíada pela primeira vez em 2019. Neste ano, além dela, outra professora do colégio também participou. "Concorremos com o relato de prática, escrito pelo professor, e com os textos dos alunos, no caso de crônica, e documentários no caso da categoria documentário. Estamos na semifinal nas duas categorias, o que nos dá medalha de bronze. Na categoria crônica não avançamos à final, e na categoria documentário o evento para escolha dos finalistas será em novembro."

Independentemente do resultado final, Ciça considera que Lages está em posição de destaque. Santa Catarina tem 295 municípios, que classificaram 10 trabalhos como semifinalistas, sendo três de Lages.

Como você analisa a importância da disciplina de Língua Portuguesa na formação do cidadão?

Na verdade, todos os componentes curriculares se complementam. No caso do Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires temos Língua Portuguesa e Técnicas de Redação. Eu leciono Técnicas de Redação. Hoje em dia, com tantas tecnologias, é muito complexo ensinar a língua materna, pois existem várias formas de se comunicar.

E a qualidade da Educação como um todo?

A qualidade da educação sempre será um tema polêmico, infelizmente. Vivemos em um país com inúmeras desigualdades sociais e não parece ser vantajoso investir em educação. Temos crianças e jovens tendo que superar muitos obstáculos para aprender. Uma educação de qualidade deveria estar ao alcance de todos, e não de uma minoria. Para que haja qualidade, é necessário que haja investimentos. Aguardamos o dia em que isso ocorra efetivamente.



Cadu, Carlos Eduardo Canani

Cadu leciona na Escola Municipal de Educação Básica Suzana Albino França, instalada no Bairro Jardim Panorâmico de Lages. Para participar na categoria Memórias literárias, os alunos produziram textos que resgatam as histórias do passado do lugar onde vivem, a partir de entrevistas realizadas com pessoas mais velhas.

O relato de prática feito por ele, foi produzido para embasar e contextualizar o trabalho realizado pelos alunos. "A propósito, o título do relato que concorre a uma vaga na final é: Tecendo os fios da memória: reflexões sobre o trabalho pedagógico na Olimpíada de Língua Portuguesa em tempos de pandemia", informa o professor, que já conquistou outros prêmios nacionais.

Como você analisa a qualidade da educação e a importância da língua portuguesa neste contexto?

Então, a Olimpíada de Língua Portuguesa é uma excelente oportunidade para demonstrar a qualidade da educação pública desenvolvida nas escolas, a partir da valorização das práticas de leitura e escrita, que são essenciais para a formação de nossos jovens. Conhecimentos relacionados à língua portuguesa, cada vez mais, têm sido indispensáveis para todas as áreas de atuação, o que reforça a relevância de concursos como esses. Especificamente na categoria em que participamos, há um especial destaque para a valorização da cultura e história local, bem como das experiências das pessoas mais velhas, o que contribui para o fortalecimento da memória lageana.


Foto: Maycon Lovat / Divulgação


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