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Onéris Lopes / Divulgação
Somente de janeiro a maio deste ano, 5.396 pessoas não compareceram nas consultas agendadas na Policlínica Municipal de Lages. Essas pessoas também não desmarcaram, impedindo que a vaga fosse destinada a outro paciente que estivesse na fila. O percentual de faltantes chega a 20% do total de 26.850 consultas agendadas no período.
Pelo sistema instalado pela Secretaria de Saúde de Lages, a população é atendida nos vários postos de saúde distribuídos nos bairros e, quando necessário para avançar com o diagnóstico ou tratamento, consultas com médicos especialistas são agendadas na policlínica municipal, que oferece serviços em vários ramos da medicina.
Quando o paciente falta e não informa antecipadamente, o médico permanece à disposição, mas é impossível na hora, chamar alguém que esteja à espera de atendimento. Ou seja, além da fila não andar, o profissional médico e toda a equipe de apoio fica ociosa. O prejuízo é para toda a população.
Pelo balanço feito pela Secretaria de Saúde, o volume de faltas sempre é alto, mas neste ano o recorde foi em março, quando 1.293 pessoas deixaram de comparecer às consultas.
Foto: Tabela policlinica 1
Gráfico mostra o número de consultas agendadas e os pacientes que não compareceram ao agendamento
Amures enfrenta o mesmo problema
Onéris Lopes
imprensa@amures.com.br
A ausência de, ao menos, 3.500 pacientes a consultas e exames agendados através do Consórcio Intermunicipal de Saúde - CIS-Amures, nos primeiros cinco meses deste ano, levou os prefeitos da Serra Catarinense a autorizar uma campanha de alerta aos usuários destes serviços do Sistema Público de Saúde.
O problema vem se avolumando nos últimos meses e pacientes mais necessitados de atendimento, estão tendo de esperar ainda mais, para serem atendidos.
A deliberação dos prefeitos sobre o assunto aconteceu em assembleia geral realizada em Bom Jardim da Serra e foram unânimes sobre a necessidade de um "chamamento" às pessoas, para que compareçam aos exames e consultas agendados. "Atingimos um limite e não podemos tolerar que consultas e exames sejam agendados e as pessoas nem comuniquem porque não foram ao procedimento", diz a presidente do CIS-Amures, prefeita de Urubici, Mariza Costa.
O levantamento apresentado aos prefeitos, indica que cerca de 20% dos pacientes que agendaram atendimento entre janeiro e maio deste ano não compareceram. Uma das consequências, segundo a diretora executiva do CIS-Amures, Beatriz Bleyer Rodrigues, é que pacientes realmente necessitados estão sendo prejudicados e tendo de aguardar mais que o normal na fila de espera, porque os faltosos represam o sistema.
"Além disso, os profissionais estão sendo impactados porque aguardam um número de pacientes e no dia marcado, estes não comparecem. E, por conta disso, corremos o risco de ter a redução do número de agendamentos diários nas consultas e exames pelo descontentamento dos prestadores, já que não é possível ressarcir pelo inconveniente do paciente não comparecer", alerta Beatriz Bleyer Rodrigues.
O não comparecimento às consultas e exames gera, ainda, um custo adicional ao sistema público. Tanto ao Consórcio de Saúde, quanto às secretarias municipais de Saúde. Pessoas são mobilizadas, serviços são acionados e equipes de profissionais são preparadas para um atendimento que acaba não acontecendo. Na tentativa de conter esse problema, uma campanha de conscientização será liderada pela Amures na esperança de reverter a situação que se arrasta há anos
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