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Serra Catarinense

Safra de pinhão deve ser maior este ano

  • Em uma araucária, é possível encontrar pinhas em diferentes estágios de crescimento

    Embrapa/Divulgação

Depois de dois anos com safras reduzidas, a produção atual de pinhão deve ser maior, ao menos essa é a expectativa dos produtores da Serra Catarinense. A colheita e comercialização é autorizada somente a partir do dia 1º de abril, mas a previsão de volume é feita de acordo com a quantidade de pinhas grudadas nos galhos dos pinheiros araucárias.

Painel é considerado o maior produtor catarinense da semente. Em 2019, segundo dados do IBGE, o município colheu 720 toneladas de pinhão, resultando em um movimento financeiro de R$ 2,5 milhões. Mas, acredita-se que a quantidade produzida é bem maior, já que nem toda a produção é vendida com nota fiscal.

Fato, é que a produção representa a principal renda do ano, principalmente para os pequenos produtores. "Nossa economia tem como base a produção pecuária e o pinhão. O pequeno produtor não tem como investir na criação de gado, que exige áreas extensas de terra. Assim, tem na colheita do pinhão uma importante fonte de renda," avalia o secretário de Agricultura de Painel, Rodrigo Camargo Vieira.

Rodrigo comenta que esteve conversando com vários produtores rurais e todos acreditam que essa safra será melhor em relação às anteriores. Nas duas últimas, as quebras ficaram entre 30% e 40%. Como consequência, principalmente no início da colheita, o pinhão foi comercializado a mais de R$ 13,00 o quilo em Lages. É a lei da oferta e da procura. Outro problema, é que a semente desapareceu rapidamente das gôndolas.

A Festa Nacional do Pinhão, um dos maiores eventos gastronômicos do Sul do Brasil, não foi realizada em 2020 em função da pandemia e também não será realizada em 2021 pelo mesmo motivo. Mas, caso tivesse ocorrido no ano passado, as pessoas que comercializam alimentos dentro do Parque de Exposições do Conta Dinheiro teriam dificuldade em conseguir pinhão para elaborar os pratos típicos.

O pinhão necessita de quase dois anos de desenvolvimento para poder ser colhido. Após a polinização da araucária fêmea é que se inicia o desenvolvimento das pinhas, que levarão em torno de 20 a 25 meses para amadurecerem. Em uma araucária, por exemplo, é possível encontrar pinhas em diferentes estágios de crescimento, e é por esse motivo que suas sementes estão disponíveis todos os anos. É alimento para a cutia, a paca, a gralha-azul e o papagaio-de-peito-roxo.


Colheita é perigosa

A cada ano, quedas são registradas na região da Serra Catarinense, algumas fatais. Em função da altura, dificilmente a colheita pode ser realizada do chão. A escalada é perigosa e, em anos anteriores, os produtores já relataram dificuldades em encontrar pessoas dispostas a fazer a colheita, principalmente em florestas antigas, onde as araucárias podem atingir mais de 20 metros de altura.

Formas de escalada

Os pinheiros geralmente são altos, o tronco e galhos são revestidos com grimpas que espetam. Mesmo assim, algumas pessoas se abraçam ao tronco e sobem. Amarram uma vara de taquara na cintura e quando atingem o cume, se firmam e derrubam as pinhas que estão grudadas nos galhos. Outros utilizam um artefato chamado de espora, que contribui para fixar os pés no tronco. Os mais precavidos utilizam um cinto de segurança, que fica preso ao tronco.

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