A falta de medicamentos tem afetado não só farmácias, mas hospitais e unidades públicas de saúde na maioria das cidades do País

A Prefeitura de Campo Belo do Sul está preocupada com a falta temporária de alguns medicamentos, que são fornecidos à população gratuitamente. Alguns itens estão em falta na farmácia Básica do município.

O problema não é gestão. O maior obstáculo, aponta o farmacêutico responsável pela unidade básica de Saúde Central, Elias Severo Varela,  é a falta de produto nos laboratórios. Segundo ele o Brasil passa por uma fase de desabastecimento de remédios em diversas regiões.

A falta de medicamentos tem afetado não só farmácias, mas hospitais e unidades públicas de saúde na maioria das cidades do País. O desabastecimento se dá pela ausência de matéria-prima para compor as substâncias e, também, pela escassez de insumos para embalagem. 

Por esses motivos, explica Elias, as farmácias básicas dos municípios estão com falta de medicamentos como Azitromicina suspensão, Espironolactona 25mg, Levotiroxina, zolpidem, Nimesulida e Rosuvastatina.

Elias afirma que não é por falta de verba ou pedido que os medicamentos estão faltando. As compras são feitas, mas os fornecedores não têm previsão para entregar devido à escassez de matéria-prima usada na produção dos itens no Brasil. O país importa mais de 95% da matéria-prima utilizada na produção de medicamentos. A falta deve-se em parte ao cenário de lockdown da China e a Guerra da Ucrânia, o que afetou o fornecimento de insumos.

O problema

A falta de medicamentos foi percebida ainda durante os meses mais graves da pandemia do coronavírus. Na época, faltavam até remédios utilizados na intubação dos pacientes. A situação mais grave passou, mas o problema da falta de insumos importados permanece. Desde abril deste ano, municípios e hospitais relatam a falta de vários medicamentos e as consequências no tratamento de pacientes. 

A exemplo de Campo Belo, os pedidos são feitos mas os produtos não chegam. No mês der julho o município catarinense de Porto Belo publicou reportagem mostrando prateleiras vazias à espera dos medicamentos, situação que não tem data para ser resolvida.