Há pouco mais de 20 dias à frente da administração municipal, o prefeito José Dirceu da Silva já estabeleceu algumas prioridades para o seu mandato. Uma delas terá atenção especial, a que trata das ações para evitar o êxodo rural, principalmente dos jovens filhos de agricultores. O desafio é evitar que venham para a cidade onde a oferta de empregos é muito limitada.

"Não podemos usar a prefeitura como cabide emprego. Queremos atrair investidores para gerar postos de trabalho, mas essas coisas demoram um pouco para dar resultado. Por enquanto, o caminho é fortalecer a agricultura familiar," diz José Dirceu, enfatizando que a economia do município é essencialmente agrícola.

Dentro desta proposta, uma das ações é recuperar as estradas do interior. O prefeito diz que, há algum tempo, algumas foram patroladas, mas colocaram terra sobre o cascalho. Com as últimas chuvas, surgiram problemas em diversos trechos. Na segunda-feira (25), haviam planejado buscar macadame em Lages, mas como amanheceu chovendo o trabalho foi suspenso.

A prefeitura vai enviar à Câmara de Vereadores projeto que prevê a recuperação de estradas porteira adentro. O objetivo é oferecer condições para o transporte de alunos e para o escoamento das safras. Cerrito produz principalmente milho, feijão e soja. São grãos colhidos em março. Até lá as estradas precisam ser recuperadas.

Outra ação visando o bem-estar do homem do campo é a implantação de poços artesianos. Segundo o prefeito, várias localidades enfrentam problemas com estiagem. A situação ameniza quando chove e volta a perturbar logo depois. O município participa de convênio com a Amures, que prevê a implantação desses poços, a um custo infinitamente menor, que o oferecido no mercado.

"Temos várias potencialidades que queremos estimular. A produção de frangos caipira, moranguinho, queijo e produtos orgânicos." O objetivo é dar condições para se produzir, escoar e ser bem remunerado. Desta forma o agricultor dificilmente pensará em se aventurar na cidade.

Máquinas estragadas

Para colocar em prática a manutenção das estradas, a prefeitura está recuperando a frota. Segundo o prefeito, todas as máquinas pesadas precisam ser recuperadas. Retroescavadeiras estavam com problemas na concha ou em rolamentos, a escavadeira estava com o rolo trancado e a patrola (motoniveladora) quebrada. "Os únicos em condições de rodar são os caminhões," explica José Dirceu.

Transição incompleta

O prefeito de São José do Cerrito afirma que na prática não houve transição com a administração anterior. As dificuldades foram até de acesso à algumas secretarias, e passados quase 30 dias, faltam relatórios e balancetes. "Falam que é aberto, mas acredito que eles ainda não conseguiram terminar. "Estamos no prazo final, precisamos fazer o controle interno. Não sabemos quanto o município deve. Tem um dinheiro em caixa vinculado para a Educação e a Saúde."

A equipe de José Dirceu apurou que há em torno de R$ 1 milhão em caixa. Mas os precatórios somam R$ 1.597.000,00. Além disso, a prefeitura precisa pagar financiamentos de recursos utilizados na pavimentação de 18 ruas e na compra de um caminhão de lixo e de uma patrola. Mas até o dia da entrevista, não se tinha conhecimento dos valores mensais a serem pagos. "Temos ainda que pagar o INSS e outras taxas e impostos. Assim que tivermos ciência, vamos tomar as providências.

Balsa parada

A balsa que faz a ligação entre São José do Cerrito e Cerro Negro está parada. O problema é na caixa de transmissão. O equipamento é da marca Tramontina e as peças de reposição são produzidas no Rio de Janeiro. A expectativa da prefeitura era reativar o transporte até o final desta semana. A balsa é muito utilizada, já que reduz a distância em dezenas de quilômetros. Sem ela, as pessoas precisam fazer uma volta muito grande por Abdon Batista, ou usar outra balsa na comunidade dos Luersen, que fica bem distante da balsa com defeito.

Foto: José Dirceu e Fabiano

Crédito: Mauro Maciel

Legenda: José Dirceu da Silva conta com o apoio do vice-prefeito, Leonardo Heinzen