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Estúdio Folha

Carmen diz que o trabalho mais difícil está relacionado à coleta do lixo

  • A jornalista Cláudia Pavão entrevistou a prefeita Carmen Zanotto com exclusividade para o Folha da Serra

    Nilton Wolff

Em uma agenda bem apertada dos primeiros dias da sua gestão à frente da Prefeitura de Lages, a prefeita Carmen Zanotto recebeu o Folha da Serra para falar sobre as ações iniciais e suas expectativas.

Folha da Serra_ A senhora assumiu já tendo que resolver os problemas deixados pela tempestade de granizo.

Carmen Zanotto_ Os episódios foram no dia 31 à noite, e prontamente a equipe que já estava na Defesa Civil, junto ao nosso secretário, atuou, e a gente deu continuidade nesse processo. No dia 2 começamos a distribuir as telhas. Esse trabalho continuou no sábado e no domingo. Agora, a gente tem,também, a tarefa de concluir todos os cadastros, para concluir a entrega com mais uma carga de telhas que estamos recebendo da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. 

Tem a tarefa de recolher esse material (telhas quebradas) e as nossas equipes estão trabalhando nisso. 

Foram recebidas 20 mil telhas. Todas as famílias atingidas receberam?

Conforme a necessidade de cada uma das famílias que fizeram o cadastro, obrigatoriamente, e por força da legislação e das normas da Defesa Civil, que são as normas construídas em conjunto, Defesa Civil Nacional, estados e municípios, porque, por exemplo, nós podemos atender às casas. Galpões, por exemplo, não podemos atender com esse material. As famílias que foram atingidas, sim. 

Além dessa demanda, quais são as ações que estão em andamento?

Limpeza, limpeza e limpeza. Estamos fazendo roçada, capina, limpeza das nossas avenidas, dos acessos, das praças. A equipe do Meio Ambiente, e também a Semasa, estão trabalhando na questão da coleta do lixo. E essa é a parte mais complexa.

Porque nós vamos garantir o horário da coleta, a melhoria na forma da coleta, ou seja, não pode, depois que houve a descarga do contentor para o caminhão, ficarem resíduos no chão. A gente tem que trabalhar com as pessoas que catam lixo e têm grupos diferentes, como os que mexem no lixo para retirar material que pode ser reciclado, mas também tem aqueles que rasgam os sacos para ver se tem alimentos. Precisamos garantir os horários para que o Comércio e as famílias saibam o horário de colocar o lixo nas lixeiras. Temos de trabalhar com a cooperativa que faz a coleta do material reciclável, que ficou trabalhando só com um caminhão do dia 20 ao dia 6.

Já melhoramos o aspecto da praça em frente ao Batalhão Ferroviário, com a troca da bandeira. A bandeira que lá estava, inclusive, fere a legislação, porque não pode ter nenhum símbolo nacional nas condições que lá estavam. 

Na questão da limpeza da cidade, é muito importante que a população se conscientize do dever de cada um, porque não adianta exigir do poder público, mas não contribuir para que a cidade se mantenha limpa.

Mas a gente precisa dar o exemplo. Nós somos remunerados pela população. Se nós fizermos a nossa parte, cuidando dos prédios públicos, das praças, das avenidas, da parte que é nossa competência, as famílias vão cuidar do seu espaço. Eu ainda acredito que a gente vai ter uma cidade mais florida, mais cuidada, não só nos espaços públicos. As nossas empresas vão abraçar essa pauta, as famílias vão abraçar essa pauta, e a gente vai ter outra forma de apresentar a nossa cidade.

Esse trabalho também está sendo feito nas rótulas da BR-282, no perímetro do urbano de Lages, em parceria com o Dnit, que estava sem contrato de manutenção, mas que logo deverá ser renovado. Muito em breve veremos o nosso viaduto do batalhão e todo o nosso acesso, aquelas grelhas que nós temos na BR-282, recuperadas.

Também conversamos e tivemos uma reunião com os órgãos de segurança, Polícia Civil, Polícia Militar, as nossas equipes de assistência social e da saúde, da nossa segurança do município, para que a gente possa olhar para esses homens e mulheres que estão nas ruas como um problema de saúde. Eles têm uma dependência muito alta de álcool e drogas e precisam ser encaminhados para o tratamento.

A população em situação de rua era um tema que estava preocupando muito a população. Aumentou muito o número de pessoas que estão nas ruas e preocupa pela questão da saúde dessas pessoas, pela da condição em que elas se encontram e também pela segurança.

Por isso que a gente precisa não só acolher no nosso centro de acolhimento.Vamos ter uma série de procedimentos. Tenho uma experiência de quando participei do governo municipal, lá no início, com o prefeito Coruja, em que implantamos o primeiro CAPs. Fizemos um acolhimento, ali na Varga, uma casa alugada, numa chácara, depois a gente construiu o nosso CAPs no Tributo (9:23) e isso foi crescendo, essa política foi se fortalecendo.

Além do abrigo, do acolhimento, a gente precisa dar o tratamento, fazer abordagem clínica e atualizar os dados. Saiu uma matéria estadual, e fala-se em 300 pessoas em Lages que vivem nas ruas.

Nós temos que ter clareza de quantas são, temos de ter o histórico de cada uma, o tipo de dependência, saber de onde vêm, por que vieram, por que não retornaram, quais são as aptidões, o que sabem fazer; porque a gente vai precisar de uma contrapartida. Muitos dizem que querem trabalhar. Então, vamos dar as condições de trabalho para que possam, na medida do possível, retornar para os seus domicílios e ter um trabalho. 

Com relação à infraestrutura, quais as ações mais emergenciais que estão sendo realizadas?

Estamos dando agilidade nas questões da Ponte Grande, que é fundamental. São obras que têm uma pendência de pagamento, e essa foi a explicação da empresa do porquê está em um ritmo tão lento. Nós precisamos concluir a Ponte Grande. O recurso está depositado na Caixa Econômica, a empresa tem que dar celeridade, tem que aumentar o número de homens trabalhando, e a gente vai aumentar a fiscalização.

A Belisário Ramos, que já tem recurso assegurado do Governo do Estado; e temos avenidas que são importantes. Por exemplo, já fizemos a limpeza, a capina e a varredura na avenida Primeiro de Maio, mas não adianta pintar os meios-fios, porque vamos precisar refazer todo o recapeamento daquele asfalto, colocar meio-fio onde não tem, para que as famílias possam fazer as suas calçadas. Então vamos manter a conservação, mas sem a pintura, para não gastar duas vezes. 

A senhora sempre mostrou uma preocupação com relação à falta de professores no município. Alguma ação com relação a esse tema?

Os professores já estão sendo chamados. A gente faz o apelo para que aqueles que já receberam o comunicado compareçam à Secretaria de Educação e ao Recursos Humanos da Prefeitura o mais rápido possível, porque a nossa meta é iniciar o ano letivo com os professores na sala de aula.

Temos, sim, falta de vagas para as crianças da educação infantil, mas eu estive em Brasília e temos lá quatro centros de educação infantil, que são de 2019. Dos quatro, os últimos prazos eram agora dia 11 de janeiro. A gente vinha trabalhando no ano passado, assim como durante todo o período que estive lá como deputada. O município deu as respostas necessárias neste período de transição. Então, duas creches, dois centros de educação infantil, já foram aprovados.

As três obras que estão paradas também terão continuidade. E as outras duas, o prazo é um pouquinho mais longo, mas a gente quer encerrar pelas pendências nesse período de janeiro ainda. 

A senhora tem quatro anos pela frente ainda. Como espera ver Lages no final deste ano, ainda no primeiro ano do mandato? 

Do mesmo jeito que cada lageano que ama a sua terra quer ver. Uma cidade limpa, organizada, que acolhe o setor empresarial, o setor produtivo, mas acolhe também os trabalhadores.

A gente vai melhorar na área da saúde, nas nossas unidades básicas de saúde. Eu estive no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, conversando sobre a possibilidade de dar mais agilidade nos procedimentos cirúrgicos eletivos. Nosso desejo é que a gente consiga operar os pacientes de Lages, aqui na nossa região; como em Otacílio Costa, São Joaquim, Bom Jardim, Campo Belo. Que a gente possa operar aqui os pacientes que hoje nós temos que mandar para fora e não são cirurgias tão complexas. 

Assista à entrevista completa no YouTube Folha da Serra.

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