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Outubro Rosa

O drama do diagnóstico, o sofrimento do tratamento e a esperança da cura

  • Maria Caroline Pinheiro

Este mês é caracterizado pela conscientização da campanha Outubro Rosa, quando as mulheres são lembradas da necessidade da prevenção do câncer

Tamara Marcon, 27 anos, natural de Bituruna/PR, reside em Otacílio Costa desde os 9 anos. Adepta às atividades físicas e à alimentação saudável, descobriu em uma consulta de rotina em sua ginecologista, um possível problema de endometriose e foi encaminhada para um especialista. A seguir, ela conta como foi receber o diagnóstico de câncer, o duro tratamento e a informação de que, possivelmente, está curada. 

Em Lages, no dia 27 de outubro de 2021, Tamara acompanhada de sua mãe Ivanir Marcon, esteve no especialista para relatar seu problema e iniciar o tratamento. O médico, ao avaliar a paciente, já noticiou que não era endometriose e sim um possível caso de câncer no colo do útero. “Fiquei muito assustada. Lembro de voltar de Lages quieta, não consegui conversar com a minha mãe, que estava com a feição mais assustada que a minha. Sai do consultório com biópsia coletada e as requisições de exames para o pré-operatório em mãos, pois o médico, já na consulta, me deu um diagnóstico de 99% de chance de câncer,” lembra Tamara.

A moça conta que os sintomas foram aparecendo ao longo daquele ano. “Em janeiro de 2021, eu tive um atraso na minha menstruação e após isso, ao longo dos meses, as minhas cólicas antes de menstruar foram aumentando, consideravelmente. Junto com isso, comecei a ter muito estufamento abdominal e cansaço.”

Por decisão da família, buscaram outro médico para ter uma segunda opinião. “Nós procuramos uma clínica que minha irmã Denise indicou, em Curitiba, a NeoSaude. Dia 12 de novembro, consultei com a médica Ana Paula Derghan, que foi responsável pelo tratamento, e ouvi uma opinião totalmente diferente do primeiro médico.  Por ser um centro maior e mais especializado em tratamento de câncer, optamos por tratar lá.”

O tratamento

A NeoSaude estabeleceu que o protocolo para o tratamento da Tamara seria cirurgia de linfadenectomia pélvica, seguida de quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. A operação ocorreu no início do mês de dezembro e o tratamento no dia 27 do mesmo mês.

“O meu tratamento foi um protocolo com tudo acontecendo ao mesmo tempo. Foram sete sessões de quimioterapia, 30 de radioterapia e quatro de braqui. As sessões de quimioterapia eram semanais e as de rádio diárias. A primeira semana foi a que eu mais senti o meu corpo debilitado, devido ao primeiro contato com a quimio, mas ao longo das semanas os efeitos foram se tornando cumulativos, onde eu me sentia cansada, sem força e sem paladar. E junto com isso começaram os efeitos da radiação no meu intestino e bexiga. Então, além de quase não comer, meu corpo não absorvia nada do pouco que eu comia”, relatou.

Para finalização do tratamento, Tamara realizou as quatro sessões de braquiterapia e devido à queda da imunidade, precisou ficar uma semana internada.

“A cura”

Final de março de 2022, a jovem recebeu uma das notícias mais esperadas. “Eu retornei a Curitiba para mostrar os exames pós-tratamento e graças a Deus recebi a notícia de que havia entrado em remissão.” A remissão significa que depois do tratamento realizado, nenhuma célula neoplásica pode ser detectada. Ou seja, é o período em que o problema permanece sob controle. No período de cinco anos, caso a doença não apareça, os médicos consideram cura.

 “Quem acompanhou o tratamento sabe como foi difícil e ainda está sendo. A radiação também atingiu os ovários, acabei entrando na menopausa precoce e, consequentemente, me tornei infértil. É algo que demora para ser processado e as consequências de uma menopausa na minha idade trazem muitos malefícios para a saúde. Hoje, tomo remédios diários e serão para o resto da vida.”

Tamara hoje

Finalizados os oito meses de tratamento, ela relata que já retomou suas atividades de trabalho, academia, vida social e, com a rotina, consegue desviar o foco de tudo que passou.

“Hoje, me sinto bem, não tenho mais nenhuma limitação física, o que faz com que eu me sinta eu mesma de novo. Quando olho pra trás sinto orgulho de como passei e lidei com essa fase e tudo que eu aprendi. Confiei em Deus e aprendi que ele sabe de todas as coisas”.


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