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Inter de Lages

Patrick Cruz

A arquitetura da madrugada

O que você faria com o dinheiro se tivesse ganhado sozinho os R$ 635 milhões do prêmio da Mega da Virada, que a Caixa Econômica Federal sorteou no dia 31 de dezembro? Moraria em um castelo? Banharia-se um leite de vacas premiadas, e depois deitaria-se em uma cama com lençóis de algodão egípcio de incontáveis fios?Compraria um sítio na Palmeira?

Todos os anos eu faço o mesmo plano: separaria parte do dinheiro do prêmio para uma única extravagância, investir no Inter de Lages.


Eu gastaria esse dinheiro para montar um bom time, mas, principalmente, para criar infraestrutura para o clube. O Inter voltaria a ter uma sede administrativa para fazer vista aos visitantes e orgulhar a torcida.

O clube passaria a ter um centro de treinamento, em um terreno com araucárias centenárias. Ele teria ainda escolinhas de futebol gratuitas, prioritariamente nos bairros mais carentes de Lages, e núcleos em outras cidades da região.

Nos poucos dias entre minha aposta e o sorteio que jamais ganho, e provavelmente nunca vou ganhar, o Inter de Lages é o clube que todos os clubes do mundo gostariam de ser: saudável, estruturado, amado pelos seus e preparado para o futuro, qualquer que seja ele.

Até que a Caixa sorteia os números. Imediatamente, o Inter volta a conviver com as dificuldades de sempre, e eu, com os boletos de sempre, e não os que sonhei em assumir nos dias anteriores, quando me entreguei aos devaneios de um candidato a multimilionário.

Mas sonhar é o primeiro passo de uma conquista. Em algum momento da década passada, quando surgiram discussões sobre planos de reforma e ampliação do Estádio Vidal Ramos Júnior, eu decidi que não poderia perder a oportunidade de sugerir aos responsáveis por esse trabalho, caso ele de fato fosse sair do papel, algumas coisas que eu via como importantes para a cidade e para o clube.

Assim, aprendi na marra, e sozinho, a usar versão de uma ferramenta que arquitetos usam para elaborar seus projetos. Como eu já não morava em Lages fazia muito tempo, não teria como propor uma reunião pessoalmente para apresentar minhas sugestões. E, segundo imaginei, uma carta ou email não bastaria para eu explicar o que tinha em mente.

Assim, atravessei madrugadas para dominar minimamente o tal software, até conseguir rascunhar algo. Ainda que o esforço não tenha sido pequeno, só consegui produzir algo que posso descrever como “garatujas gráficas”, ou como “arquitetura naïf”. Abaixo, uma das imagens desses rascunhos

A ampla reforma do Tio Vida acabou não ocorrendo, e meu “projeto” não ficou lá essas coisas. Ainda assim, creio que essa tentativa não foi uma completa perda de tempo. Se pensarmos em repaginar o estádio municipal em etapas, já vencemos dois terços do caminho. Temos o sonho e o rascunho, colorados. Agora só nos falta o dinheiro.


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