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Aeroporto Regional do Planalto

Equipamento que pode reduzir cancelamentos de voos ainda não foi aprovado

Além da falta de teto, quando em função da cerração ou nuvens muito baixas o piloto não pode enxergar a pista, ventos de cauda também causam cancelamentos

Ninguém discute o benefício em ter um aeroporto em operação, mas, nos meses mais frios do ano, vários voos foram cancelados no Aeroporto Regional do Planalto Serrano, em Correia Pinto. Sempre que isso acontece, quem vem de São Paulo precisa desembarcar em Florianópolis e seguir via rodovia até Lages. As pessoas que iriam embarcar, também seguem até a capital do estado. São várias horas na estrada, espera por conexões e compromissos perdidos. Chamado de PAPI (Precision Approach Path Indicator), o equipamento que pode reduzir esses cancelamentos ainda não foi aferido. 

Para falar a respeito, nossa reportagem entrou em contato com o representante da Infracea (empresa responsável pela gestão do aeroporto) e também com o gerente de infraestrutura aeroportuária da Secretaria de Estado de Infraestrutura. Não obtivemos respostas. As informações a seguir são do empresário Anderson de Souza, que faz parte da Comissão Pró-Voo, da Acil. 

Anderson explica que os voos são cancelados basicamente por dois motivos. Falta de teto, quando a cerração ou camada de nuvens está muito baixa, impedindo que o piloto aviste a pista, fazendo a aproximação final, ou quando o vento de causa está muito forte. Esse fenômeno pode ocorrer mesmo com o céu limpo. “Vários voos foram cancelados por esse motivo”, afirma o empresário. 

O aeroporto regional iniciou sua operação em 4 de abril deste ano. Mas apenas uma cabeceira (oeste para leste) possui homologação para pouso. A mais próxima da BR-116, a cabeceira 27, aguarda a aferição do PAPI. Quando isso ocorrer, sempre que houver vento de cauda que impeça o pouso, o piloto pode tentar pousar utilizando a outra cabeceira. 

Anderson comenta que o primeiro equipamento instalado foi reprovado. Foi substituído por um novo, que aguarda a avaliação de uma equipe do Cindacta de Curitiba. Se tudo estiver certo, um avião especial será enviado para realizar um voo de aferição. 

Limites

Cada aeronave tem condicionantes de segurança impostas pela regulamentação aeronáutica. O manual de aproximação e pouso da Embraer 195 E1, utilizada pela Azul em Correia Pinto, orienta para operação com ventos de cauda de até 15 nós (cerca de 27 quilômetros/hora). Acima dessa velocidade de vento o pouso é desaconselhado por segurança. 

“Algumas vezes, prevendo esse problema, a Azul usou as aeronaves ATR, turbo-hélices que operavam em Lages. Como são menores e de outra classe, não há a exigência de PAPI,” afirmou Anderson. 

Um dos impeditivos apontados no Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo, em Lages, era o vento de través, que atingia as aeronaves de forma transversal. A pista do aeroporto regional foi construída em outro sentido justamente para evitar esse vento. Mas agora, o limitante é a velocidade do vento de cauda, que sopra sentido oeste/leste. 

Gol ainda não veio

Setembro era a data prevista para a companhia aérea Gol começar a operar voos regulares nos aeroportos Regional da Serra Catarinense (Correia Pinto) e Regional Sul (Jaguaruna), com ligação ao Aeroporto de Guarulhos. Em maio, a empresa já havia manifestado oficialmente a intenção à Secretaria de Estado da Infraestrutura, em um comunicado. Mas nem a venda de passagens está liberada no site da empresa. 

Seriam três voos semanais, nas terças-feiras, quintas e sábados, com itinerário Guarulhos - Correia Pinto - Jaguaruna - Guarulhos. Os dois aeroportos regionais catarinenses ocupam o 2º lugar no Estado em suporte e resistência de pista, o que permite a operação com aeronaves de grande porte. O terminal de Jaguaruna está em processo de concessão.

Da mesma forma que a Azul, a Gol seria beneficiada pela redução de ICMS no combustível de aviação. Esse benefício é concedido pelo Governo do Estado para empresas que operam em, pelo menos, cinco aeroportos estaduais. Para Anderson, ocorreu algum problema justamente com esse benefício, mas a companhia ou o governo do estado não se pronunciaram a respeito. 


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