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Prevenção

"Se precisar, peça ajuda" é a campanha para o Setembro Amarelo® 2023

Iniciativa visa a informar e a conscientizar a sociedade sobre suicídio

Desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina - CFM, realiza no Brasil a campanha Setembro Amarelo®, com o objetivo de trazer informações atualizadas sobre suicídio, a fim de conscientizar a sociedade e colaborar para a prevenção do suicídio no país.

A iniciativa chega na nona edição, trazendo um novo mote: "Se precisar, peça ajuda". A campanha acontece durante todo o mês, mas o dia 10 é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de um milhão de casos por ano.

No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média, 38 pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mil mortes por suicídio. Houve um aumento de 43% nos casos registrados.

Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, como nos países da Europa, por exemplo, estudos recentes observaram um aumento das taxas de suicídio em países de média e baixa renda, especialmente nas regiões do Leste Asiático, da América Central e da América do Sul.

Portanto, disseminar conteúdos orientativos para toda população é imprescindível para ajudar a diminuir esses números. "Precisamos orientar para conscientizar, prevenir. No mês de setembro concentramos os nossos esforços e vamos para a prevenção efetiva do suicídio. A morte por suicídio é uma emergência médica e pode ser evitada através do tratamento adequado do transtorno mental de base", afirma o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva.

Durante o mês de setembro, a ABP prepara diversas ações para conscientizar sobre o tema como eventos online, iluminação de espaços públicos e monumentos com a cor da ação; campanha nas redes sociais, além de disponibilizar cartilhas informativas no site e materiais gráficos.

“Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização sobre a importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha”, disse Silva.

Ele destaca que quando uma pessoa decide terminar com a própria vida, seus pensamentos, sentimentos e ações se apresentam muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. “Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe.”

Informar-se para aprender e ajudar ao próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas, principalmente, levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.

Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, por meio do telefone: 188, chat ou e-mail.


Entrevista

Sobre o tema, o Folha da Serra conversou com Marjorie Jasper Dall’Asta, neuropsicóloga, especialista nas áreas de terapia cognitiva comportamental, terapia dos esquemas, acupuntura, terapia ABA, avaliação psicológica, homeopatia e com enfoque em transtornos graves.

Folha da Serra_ O que leva uma pessoa ao suicídio?

Marjorie Jasper Dall’Asta_ O suicídio é um tema sensível e complexo, e as razões podem variar de pessoa para pessoa. Geralmente, envolve uma combinação de fatores, como problemas de saúde mental (como depressão, transtorno bipolar...), eventos traumáticos, isolamento social, perda de esperança e sentimento de desamparo.

 

Quais os sinais de que uma pessoa está pensando em se suicidar?

Os sinais de que alguém pode estar pensando em se suicidar podem incluir isolamento social, mudanças drásticas de comportamento, expressão de sentimentos de desesperança, aumento do uso de álcool ou drogas, preparação de despedidas, entre outros.

 

Como as pessoas próximas podem perceber essa intenção?

Pessoas próximas podem perceber a intenção de alguém ao prestar atenção aos sinais mencionados. Conversar abertamente e com empatia com a pessoa, e procurar ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra é o que se deve fazer ao se perceber esses sinais.

 

Dizem que as pessoas que ameaçam cometer suicídio estão apenas querendo chamar a atenção. Isso é verdade ou é uma ameaça real?

É importante levar todas as ameaças de suicídio a sério, mesmo que possam ser uma chamada de atenção. Às vezes, as pessoas podem pedir ajuda de maneira indireta. É essencial buscar ajuda profissional para avaliar a situação.

 

O suicídio acontece sem aviso?

O suicídio pode ocorrer sem aviso em alguns casos, mas muitas vezes há sinais de alerta. Portanto, é fundamental estar atento aos sinais e procurar ajuda sempre que houver preocupação.

 

Uma pessoa que tentou cometer suicídio uma vez, voltará a tentar?

Uma pessoa que tentou cometer suicídio pode estar em risco de tentar novamente. É crucial oferecer apoio contínuo e buscar ajuda profissional para tratamento e prevenção.

 

Aqui em Lages, temos algum órgão que ofereça apoio a essas pessoas?

Em Lages, você pode procurar o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou serviços de saúde mental, locais para obter apoio e orientação sobre o tema do suicídio. Também é possível entrar em contato com linhas de prevenção ao suicídio, como o CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo número 188. Eles podem fornecer apoio emocional. Esse serviço é gratuito e tem ajudado muitas pessoas ao longo dos anos.


 


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