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Bocaina do Sul

Padre Theodoro, o autor do Hospital São José

  • Imagem está fixada no túmulo do padre

    Reprodução

Há exatamente 32 anos, Bocaina do Sul perdeu o Padre Theodoro Bauschulte, personalidade muito importante para o crescimento do município. Em 1956 ele foi nomeado o terceiro padre da cidade e se destacou como o grande responsável pela construção do Hospital São José que, por décadas, atendeu a comunidade da Serra Catarinense na especialidade de psiquiatria.

Ele faleceu no dia 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, ao qual era devoto. Apesar de enfrentar vários problemas de saúde, que o afastaram da região e do Brasil, nunca escondeu seu amor por Bocaina do Sul e a vontade de permanecer para sempre no município que lhe acolheu como filho.

Theodoro Bauschulte era filho de Heinrick Bauschulte e Maria Storm. Nasceu em 22 de fevereiro de 1905, em Hagen, Westfalia, na Alemanha Ocidental. Pertencia a Paderdorn, cuja a diocese o auxiliou e recomendou às organizações alemãs do Adveniat e Misereor. Fez oito anos de escola elementar e em 1927 ingressou em Driburg no Colégio de Vocações adultas dos Franciscanos. Em 1931 veio para o Brasil e entrou no seminário de Rio Negro, no estado do Paraná. Em Rodeio, estado de Santa Catarina, iniciou a fase do noviciado, onde ficou apenas dez meses.

Saiu por motivos de saúde, admitido por Dom Daniel Hostin, na Diocese de Lages. Estudou Filosofia por dois anos em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Em 1935 regressou à Alemanha para estudar Teologia, em Friburgo na Suíça e depois em Paderborn, na Alemanha. Residiu com os Padres Dominicanos no seminário Albert Einstein. Recebeu a autorização de Dom Daniel para ser ordenado Padre na Europa e por Dom Dr. Hilarin Felder, Capuchinho, aos 30 de junho de 1939. Devido ao início da Segunda Grande Guerra Mundial, não pode regressar ao Brasil. Neste período exerceu funções sacerdotais no Tirol e na Alemanha.


O retorno ao Brasil

Adoeceu e submeteu-se a um tratamento em um hospital militar. No dia 24 de agosto de 1947, retornou ao Rio de Janeiro, Brasil. Em Campos Novos, Santa Catarina, exerceu sua primeira atividade. Novamente adoeceu quatro semanas depois e foi internado em Porto Alegre e em Santa Cruz, Rio Grande do Sul. Logo depois, trabalhou na Cúria Diocesana de Lages. Durante muito tempo, devido a Tuberculose esteve em repouso na Chácara das Irmãs da Divina Providência. Nesta ocasião, da mesma doença, faleceu o Padre Arquimínio Bortoli, em 1951. Finalmente, já restabelecido, em 1956 foi nomeado o terceiro Pároco de Bocaina do Sul, Santa Catarina. Em viagem às capelas do interior, acabou quebrando uma das pernas.

Regressou à Alemanha à procura de melhores recursos para o tratamento. Quanto voltou para Bocaina do Sul preocupou-se com a construção da Escola de Arte Culinária e Serviços Domésticos. A população almejava um hospital. Nem as enormes dificuldades financeiras, o fizeram desanimar. No ano de 1960, começaram os trabalhos de fundação do Hospital São José. Em 1964 o padre recebeu um presente de aniversário, a chegada da primeira comunidade das Irmãs da Divina Providência, em Bocaina do Sul.

Embora o hospital ainda não estivesse pronto, foi iniciado o atendimento aos pacientes. Finalmente em 1970 seu sonho estava terminado, com a construção do Hospital São José. Já em 1975, entrou na Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora. Foi para Maringá, estado do Paraná. Regressou em 1985, após quatro anos de estadia em Maringá. Queria imensamente ficar em Bocaina do Sul, onde a população o acolheu carinhosamente, porém a doença não permitiu.

Na festa de Nossa Senhora de Fátima, em 13 de maio de 1989, entregou sua alma ao Pai maior. Com as presenças de Dom Onéris Marchiori, Dom Honorato Piazera, oito sacerdotes, muitos religiosos e uma multidão popular foi sepultado em Bocaina do Sul, após a celebração eucarística na Igreja Matriz.

Sua sepultura já havia sido preparada atrás do Hospital São José, onde foi sepultado e até hoje ele é lembrado e homenageado pela população local.

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