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Impeachment

Por 6 a 4, Moisés será afastado e Daniela assumirá o governo

  • Murici Balbinot/Arquivo

A sessão do Tribunal Especial de Julgamento do Impeachment desta sexta-feira (26), que avaliou a denúncia contra o governador Carlos Moisés da Silva no caso dos respiradores, decidiu, por seis votos a quatro, pela admissão do processo. Assim, Moisés será afastado da chefia do poder Executivo a partir da próxima terça-feira (30) pelo período de até 120 dias e a vice Daniela Reinehr assumirá o Estado de maneira temporária.

O julgamento foi construído voto a voto. Os cinco desembargadores do Tribunal votaram pelo prosseguimento da denúncia. Eles se juntaram ao voto do deputado Laércio Schuster (PSB), que também votou pelo aceite da admissibilidade. Os outros quatro parlamentares decidiram pela absolvição do governador. Veja abaixo como votou cada membro do Tribunal.

O resultado foi muito diferente do que ocorreu no julgamento de admissibilidade do primeiro processo - o dos procuradores - quando aconteceu o contrário: a maioria dos desembargadores protegeu Moisés enquanto os deputados decidiram pelo afastamento.

Dos quatro crimes de responsabilidade atribuídos a Moisés, apenas um restou: a ordenação de despesas sem as observâncias das prescrições legais no caso da compra dos respiradores. Ou seja, o Tribunal entendeu que há indícios de que Moisés sabia da aquisição e participou do processo. O próximo passo é um novo julgamento, agora com produção de provas, testemunhas, e julgamento do mérito, com data a ser definida.

As acusações de crime de responsabilidade na tentativa de construção de um hospital de campanha de Itajaí, a suposta mentira à CPI dos respiradores, e a suposta omissão em punir os responsáveis pela compra dos equipamentos, fatos citados na denúncia, foram refutados pelo Tribunal.

A sessão desta sexta (26) durou mais de 14 horas. Iniciou às 9 horas da manhã, teve dois intervalos, e encerrou às 23h45.

Entre os julgadores que decidiram pelo recebimento da representação, ficou claro que os fatos descritos na denúncia apontam para indícios de que Moisés sabia da compra dos respiradores. Os fatos são: a fala de Moisés sobre os respiradores durante live em 23 de março de 2020, a elaboração do Projeto de Lei (PL) para prever o pagamento antecipado apresentado na Assembleia Legislativa de SC, e o questionamento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a possibilidade de pagamento antecipado


Veja como votou cada um dos membros do tribunal (pelo acolhimento da denúncia):

Desembargadora Sônia Maria Schmitz - Sim

Deputado Marcos Vieira (PSDB) - Não

Desembargador Roberto Lucas Pacheco - Sim

Deputado José Milton Scheffer (PP) - Não

Desembargador Luiz Zanelato - Sim

Deputado Valdir Cobalchini (MDB) - Não

Desembargadora Rosane Portella Wolff (relatora) - Sim

Deputado Fabiano da Luz (PT) - Não

Desembargador Luiz Antônio Fornerolli - Sim

Deputado Laércio Schuster (PSB) - Sim


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