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Política

Olivete Salmória

Usando as mesmas estratégias da velha política

Quem não lembra quando, no final do segundo mandato, o então governador Raimundo Colombo lançou o projeto Pacto 2, depois de editar a primeira versão em que contemplou vários municípios com recursos e obras? O governador Carlos Moisés se espelhou nele para lançar uma versão diferente, mas com igual propósito: as eleições. Naquele caso, o Pacto 2 não prosperou, ficando apenas na promessa. Moisés só lançou no final de seu terceiro ano de mandato o Plano 1000, prometendo aos municípios recursos proporcionais ao tamanho das cidades (mil reais correspondente a cada habitante) para os próximos cinco anos. Contudo, ele permanece no governo até o final deste primeiro ano. Para os prefeitos receberem o correspondente aos outros quatro anos, ou seja, os 4/5 restantes dos recursos, terão de reelegê-lo. Se Lages terá direito a R$ 158 milhões, só estariam garantidos os R$ 31 milhões do primeiro ano. E mesmo assim, só serão liberados se os prefeitos apresentarem projetos estruturantes. "Não é para asfaltar rua", avisou Moisés. E, para isso terá de passar pelo crivo do governo. Vejam então que é preciso definir as obras, fazer o projeto, ser aprovado pelo governo, ocorrer a licitação para a liberação dos recursos, tudo isso antes de maio. Pois, estamos em ano de eleição. O que for feito até essa data, está feito. Até agora Lages nem definiu exatamente qual será o seu projeto. Os empresários sugeriram o asfaltamento do acesso pela Coxilha Rica, desta vez via Morrinhos. Mas o prefeito Ceron entrou em férias sem que tivesse realmente dado andamento ao projeto. Um projeto desta envergadura, prevendo a cobertura asfáltica de 70 quilômetros não se faz da noite para o dia. Terá de contratar uma empresa para tanto. Não vejo possibilidade de Lages usufruir desses recursos, porque não teria tempo hábil para dar andamento. Mesmo que conseguisse o encaminhamento, os R$ 31 milhões são insuficientes para concluir a obra. Corre-se o risco de, não se reelegendo Moisés, termos uma obra inconclusa. Outros municípios de SC já estão muito mais adiantados no processo, com os projetos prontos e aprovados. Por conta disso, os prefeitos já se comprometeram com Moisés e defendem sua reeleição. Politicamente parece um projeto perfeito e foi bem recebido pelos prefeitos. Ao que se vê, Moisés compreendeu a dinâmica política e faz hoje o jogo do poder, usando as mesmas armas da velha política: investindo nas promessas.


"A situação já nos preocupa, tanto para os produtores rurais que sofrem com a falta da chuva, quanto na captação de água no Rio Caveiras. Portanto, vamos fundamentar este decreto de Emergência nos próximos dias para que o governo estadual homologue e possamos acessar recursos que ajudarão nas ações de amenização dos efeitos da estiagem"

Juliano Polese, prefeito interino, durante reunião do colegiado para discutir o problema da estiagem


Governo não faz ideia do que fazer com a nova ala

Consta que na visita feita pelo secretário da Saúde, André Motta, à nova ala do Hospital Tereza Ramos ficou claro que o governo não sabe o que fazer com ela. O secretário se disse apavorado com o gasto já realizado com o prédio para não levar a lugar nenhum. Em suma, seria um elefante branco. Já se gastou horrores e não há previsão de ocupação. O governador Moisés já havia dito, no início do seu governo, que Lages não comportava um projeto daquele. Realmente dá para constatar que o governo não sabe o que fazer com essa ala. Ora pensa em ocupar o espaço transferindo a coordenadoria regional da Saúde, ora pensa em instalar a emergência, e assim vai-se o tempo sem que se tenha uma solução. Imagina que para colocar todo o projeto em funcionamento precisaria a contratação do dobro de funcionários que o Tereza Ramos tem hoje, que chegam a mais de 800. E tem problema com a contratação de pessoal mesmo para tocar a unidade atualmente. Quero crer que não veremos 100% da ativação deste prédio. Pelo menos, não neste governo!


Secretário André Motta esteve em Lages, na semana passada, e teria 

dito estar preocupado com os recursos já gastos na unidade


Cansados

A cada dez pessoas que fizeram o teste Covid, sete positivaram. O vírus se espalha como rastilho sobrecarregando o sistema de saúde. Tanto que os funcionários da UPA fizeram uma manifestação na sexta-feira, se queixando de cansaço, especialmente pela falta de profissionais em seus quadros. Na realidade, a dificuldade na contratação destes profissionais é que cria esse gargalo na saúde.


Afastamentos

A previsão é de que até o final do mês teremos, em Lages, mais de dois mil casos ativos do Covid 19, tal é a velocidade em que está a contaminação. Para o secretário Claiton Camargo, se isso acontecer o sistema de saúde entrará em colapso, porque não comportaria uma demanda tão grande. O caso só não é pior, porque a maioria dos contaminados tem apenas sintomas leves, mas mesmo assim crescem as internações, embora não na mesma proporção. De outro lado, temos uma equipe da saúde cansada e insuficiente, porque é infinitamente absurdo o número de profissionais que estão afastados, também contaminados pelo Covid", diz o secretário.


Insistente

Soube que o ex-presidente da Câmara, Gerson dos Santos, procurou o atual presidente Jean Felipe para tentar negociar a permanência dos integrantes da sua equipe nos quadros da Câmara. Já tinha tentado isso com o prefeito Ceron, mas a proposta não foi bem recebida. Decidiu então apelar para o presidente eleito. Logicamente que, também desta vez, seu pedido não foi aceito.


Licença

Na terça-feira (18), a deputada federal Geovania de Sá pediu licença da presidência do PSDB. O prefeito de Concórdia, Rogério Pacheco, primeiro vice-presidente, assumiu seu lugar. Geovania, que é pré-candidata à reeleição, pediu licença para focar exclusivamente em seu mandato de deputada. O partido no estado estava sob direção de Geovania de Sá desde 17 de outubro de 2019, quando o então presidente Marcos Tebaldi faleceu


Até que enfim!

Finalmente um governante se deu conta de que é preciso levar internet de qualidade ao campo, pois somente assim poderá manter as famílias no interior. Conforme o texto aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Carlos Moisés, R$ 100 milhões serão investidos nos próximos dois anos para melhorar a conectividade no campo.


Portas fechadas

Hospital de Ponte Alta fechou suas portas, novamente, no dia 1 de janeiro. Na verdade, ele é gerido por uma fundação e a prefeitura repassa, hoje, R$ 61 mil mensais. Da última vez que foi reaberto, após ser feita uma reforma, o hospital não funcionava mais 24 horas e não tinha nenhum paciente internado. O prefeito Edson Wollinger diz que a cidade não pode ficar com um hospital de portas fechadas e "a cada dor de barriga o paciente tenha de ser transportado para Lages". Ele quer uma solução, seja através de convênio ou a municipalização do mesmo. Mas parece que a fundação não quer abrir mão do hospital e tampouco aponta uma solução. O secretário Estadual da Saúde, André Motta, esteve lá essa semana e entende que estão tendo dificuldades políticas para dar andamento aos processos. Ele se dispôs a ajudar na realização de convênios do governo para a abertura do hospital. Tanto ele como o prefeito veem a possibilidade de vocacionar o mesmo para o atendimento psiquiátrico. Ao que parece mesmo é que a fundação não está disposta a abrir mão.


Bravata

O deputado Sargento Lima (PL) classificou de "bravata" a promessa do governo do Estado de resolver a fila em um ano e meio. "Teria que fazer 183 cirurgias por dia durante 18 meses, todos os dias. Seria um recorde pro Guiness", comparou. "A questão das cirurgias eletivas não é somente de administração e de saúde, é uma questão de empatia. É necessário se colocar no lugar do outro", recomendou.


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