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Novo mandato

Ceron avalia 2020 e prevê muito trabalho a partir de janeiro

  • Mauro Maciel

Com o término do ano, o prefeito de Lages, Antonio Ceron, fala dos desafios que foi administrar o município em período de pandemia do Coronavírus e também revela suas expectativas a partir de agora, já que foi reeleito em novembro para mais quatro anos de mandato.  

Ele avalia que o aumento das despesas na área da Saúde praticamente não impactou a realização de obras. O maior prejuízo, na opinião do prefeito, foi o cancelamento de eventos, a exemplo da Festa Nacional do Pinhão, um dos maiores eventos gastronômicos do Brasil. Ele também lamenta o número de mortes.

Folha da Serra: Como foi adequar o planejamento de 2020 com a realidade da pandemia? 

Antonio Ceron: Começamos a pensar na pandemia há mais de um ano, quando os primeiros casos surgiram no fim de 2019 no outro lado do mundo. Sabíamos que, mais cedo ou tarde, ela chegaria aqui, o que aconteceu em março. De imediato, decidimos abrir o Centro de Triagem no Pronto Atendimento Tito Bianchini, sendo que o local já atendeu cerca de 30 mil pessoas desde então. A prioridade sempre foi a vida humana, mas não era possível esquecer a economia. Afinal, as pessoas precisam trabalhar e sustentar suas famílias. Com o fechamento de praticamente todas as atividades econômicas nas primeiras semanas, em todo o Estado, a arrecadação caiu drasticamente, e foi necessário economizar. Cortamos gastos em quase tudo, com exceção da Saúde. Também tivemos que elaborar uma grande logística para distribuição de alimentos e materiais de ensino aos 17 mil alunos da educação municipal. Os servidores precisaram se adaptar ao sistema de home-office. As obras e demais serviços essenciais seguiram normalmente. 

Foi necessário transferir recursos de outras pastas (rubricas) para a Saúde?

Não houve essa necessidade. Primeiro porque conseguimos economizar em praticamente todas as demais secretarias. Segundo, porque o Governo Federal, embora eu considere que tenha falhado bastante no combate à pandemia, deu uma grande contribuição financeira aos municípios com a reposição de perdas e aos cidadãos com o auxílio emergencial. 


Essa atenção maior à Saúde chegou a prejudicar outros setores e projetos?

Não. Os serviços continuaram normalmente, mesmo com a redução de custos em praticamente todas as secretarias. Nestes momentos, a experiência em administração pública é ainda mais importante, e isso nos ajudou muito. 

Das ações e obras previstas, quais foram prejudicadas pela Pandemia?

As obras continuaram normalmente, pois a maioria tem verba específica. Mas as ações foram bastante prejudicadas, especialmente em relação a eventos, como a Festa Nacional do Pinhão e o Natal Felicidade, que obviamente precisamos suspender. 


Mesmo assim, nos últimos meses a economia voltou a crescer?

Sim, tanto que, conforme a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Lages teve um saldo positivo de 504 novos empregos em outubro na comparação entre admissões e demissões. Empresas continuam investindo, como a Berneck, e alguns setores vão muito bem, como a construção civil e o agronegócio. 

Qual o impacto da chegada da Berneck a Lages?

É o maior investimento privado da história do Município, com mais de R$ 1 bilhão. Existem empresas da cidade que estão fornecendo toda a produção para a obra da Berneck. Muitos trabalhadores são daqui e o dinheiro circula na cidade. Certamente vai mudar a nossa realidade. 

Quais foram os aprendizados em administrar durante uma pandemia?

Muitos, pois o que ontem parecia impossível, hoje é provável e amanhã acontece. A cada momento surgem novas realidades e informações e é preciso se adequar e encontrar soluções para cada uma delas. Uma grande ferramenta foi a instalação do Gabinete de Crise com a participação de diversas instituições de segurança, saúde, educação e entidades de classe. Ali podemos conversar e definir ações. Também fortalecemos a comunicação com as pessoas, com transparência e sinceridade, sobretudo. O principal desafio, sem dúvida, é manter o equilíbrio entre a vida humana e a economia. 


Como Lages encerra o ano de 2020, dos pontos de vista social e econômico?

As ações e obras continuam e a economia, ainda que com dificuldades, segue em bom ritmo. Porém, não queríamos ter registrado nenhuma morte pelo Coronavírus e, infelizmente, isso não foi possível. 


O que o lageano pode esperar para 2021?

Da nossa parte, pode esperar muito trabalho, comprometimento, respeito às pessoas e ao dinheiro público. Da parte da população, espero o mesmo compromisso, com otimismo e empatia, para que possamos superar os desafios e ter uma Lages cada vez melhor. 


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