<
logo RCN
Patrick Cruz

Inter - 75 anos

Inspiração colorada na sala de aula
Quem estava lá, vibrou - e quem não estava, teve o desafio de não sorrir de satisfação com a cena e a alegria alheia: Memphis Depay abandonou a redoma que cerca os craques de sua estirpe para, como o mortal que é, circular entre seus iguais em uma quebrada aleatória de Santo André, na Grande São Paulo.

O holandês Depay é o nome do momento no futebol brasileiro. Depois de sua chegada ao Corinthians, há poucos meses, a equipe paulista, que parecia já condenada a cair para Série B, recuperou-se no Campeonato Brasileiro a tal ponto que acabou entrando na briga por vaga na edição de 2025 da Taça Libertadores, a mais importante competição do futebol sul-americano.

Depay é também o jogador mais bem-pago no Brasil na atualidade. Consta que recebe R$ 3 milhões por mês, em um acordo que prevê remuneração adicional caso ele e o clube atinjam algumas metas específicas.

Com essa bufunfa no contra-cheque e uma trajetória que inclui passagens por grandes equipes europeias, como Barcelona, Manchester United, Lyon e Atlético de Madri, e também pela seleção da Holanda, o atleta parecia ter todos os pré-requisitos para ser o que se costuma chamar genericamente de “mascarado”. Pois náo foi o que testemunharam os moradores do Jardim Santa Cristina, em Santo André, há coisa de duas semanas.

No dia 12 deste mês, o holandês aproveitou uma folga para circular pelo bairro e falar com aqueles que vibram com seus feitos em campo. Em vídeos amadores que circularam nas redes sociais, o jogador apareceu entregue às mãos hábeis de uma jovem que trançava seu cabelo, aproveitando um pagode e cantando ao lado de torcedores corintianos. Ali estava um sujeito vivendo um elemento central do que nos faz humanos: a convivência.

Esse tipo de interação já foi a regra no futebol, hoje um ambiente muitas vezes pasteurizado, distante, insosso. É assim no caso dos grandes clubes, dos craques de prestígio global: os torcedores só veem essas estrelas nas telas de suas TVs e de seus celulares, e quando cruzam com algum deles em um encontro casual, não raro têm que aturar uma cara de paisagem como resposta a um simples pedido de autógrafo.

O oposto dessa casca blasé foi o que se viu no passeio de Memphis Depay e na visita que João Hirata fez dias atrás à unidade lageana da Escola Sesi. Hirata, com passagem pelas categorias de base e também pela equipe principal do Inter de Lages, estudou na escola, e lá esteve contar aos alunos do primeiro ano sua experiência no futebol. A iniciativa fez parte do projeto “Pequenos atletas, grandes histórias: o esporte na nossa cidade”.

Um viva a João Hirata, que, com um gesto tão simples, fez tanto: mostrou orgulho do time da nossa cidade e também de quem ele próprio é. Um filho da terra, com a camisa da terra, pode ser tão inspirador quanto um holandês de fama internacional.

Aos 81 anos, Altair da Silva joga futebol todas as semanas Anterior

Aos 81 anos, Altair da Silva joga futebol todas as semanas

Lageanos são campeões catarinenses de Powerlifting Próximo

Lageanos são campeões catarinenses de Powerlifting

Deixe seu comentário