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SC Rural 2

Missão do Banco Mundial conhece experiências inovadoras na agricultura catarinense

  • Andréia Oliveira /SAR

O Projeto SC Rural 2 entra na fase final de implantação. Na última semana, a missão do Banco Mundial realizou reuniões e visitas técnicas a campo para levantamento de informações sobre as práticas do Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) e sobre sistemas de tratamento de esgoto com soluções ambientais no campo.

O Governo do Estado trabalha para viabilizar o financiamento de US$120 milhões com o Banco Mundial, tendo a contrapartida de US$30 milhões, para colocar em prática esse projeto que busca promover aumento de renda, competitividade e enfrentamento aos eventos extremos, por meio da inovação tecnológica e na prestação dos serviços públicos.

O SC Rural 2 foi proposto pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) em conjunto com a Epagri, Cidasc, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e Secretaria Executiva da Aquicultura e Pesca (SAQ), com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) e Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).

Roteiro na Grande Florianópolis e Serra

A Missão iniciou o roteiro em Florianópolis com reunião técnica de alinhamento entre equipes da SAR e Epagri. Esta é a etapa de finalização do planejamento, preparação e validação dos processos operacionais e estruturação institucional do projeto.

“O SC Rural 2 está sendo construído de forma conjunta, de acordo com as necessidades dos nossos agricultores. Será um importante meio para levar mais inovação, sustentabilidade e para impulsionar renda no meio rural”, destaca o secretário Adjunto de Estado da Agricultura e Pecuária, Admir Dalla Cort.

O gerente do Banco Mundial para Agricultura na América Latina e Caribe, Diego Arias, destaca que o SC Rural 2 está em fase final de preparação para o lançamento do projeto, previsto para agosto. 

“Santa Catarina é uma referência não só para outros estados sobre apoio à agricultura familiar, mas também em nível global. Os resultados do SC Rural são partilhados em nível mundial e tem muito interesse de outros governos estaduais do Brasil e de governo de outros países na experiência aqui em Santa Catarina, de como se tem revolucionado esse apoio à agricultura familiar”, destaca Arias.

Agricultura sustentável

Na sexta-feira (11), a missão se deslocou ao município de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, para conhecer  o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças na propriedade do agricultor Edésio Schmitt, acompanhado da equipe da Epagri da região.

O SPDH foi desenvolvido e difundido pela Epagri para promover uma agricultura mais limpa e sustentável.  O sistema integra a Plataforma de Boas Práticas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), um espaço de disseminação e compartilhamento de boas iniciativas replicáveis desenvolvidas na região Sul do Brasil. 

O SPDH se baseia na redução nos custos sociais, econômicos e ambientais das lavouras e no estímulo ao protagonismo dos agricultores.

Tem como objetivo central a transição da agricultura convencional para a agricultura agroecológica respeitando três elementos básicos: o revolvimento localizado do solo, a diversificação de espécies pela rotação de culturas e a cobertura permanente do solo.

Edésio é um dos pioneiros nesse sistema em SC, desde 2008. Sua principal atividade é a produção de chuchu, mas o agricultor também se dedica ao cultivo de outras hortaliças e frutas.

Redução das emissões na pecuária

No sábado (12), a comitiva do Banco Mundial esteve na Estação Experimental da Epagri em Lages, onde foi recebida por pesquisadores da unidade para conferir alguns trabalhos na pecuária voltados ao saneamento rural.

Foto: Pablo Gomes/Epagri

“Ficamos muito felizes em visitar a estação de Lages, porque tem toda uma experiência sobre os gases de efeito estufa na pecuária, e nós também estamos financiando estudos sobre as emissões. O Banco Mundial tenta mitigar os impactos das mudanças climáticas, e isso pode nos ajudar a desenvolver técnicas e práticas mais sustentáveis aos agricultores. As pesquisas estão avançando e são verdadeiras inovações que podem mudar a vida do campo e os impactos que a agricultura pode ter no meio ambiente. Trabalhamos com vários países do mundo, e Santa Catarina poderá contribuir com estas inovações e experiências para reduzir as emissões na pecuária”, diz a economista agrícola do Banco Mundial, Marie Paviot.

O projeto

Esse programa dará sequência aos já executados: Microbacias 1, Microbacias 2 e SC Rural 1. Será desenvolvido por meio de ações estratégicas, durante seis anos, com apoio direto aos agricultores e pescadores.

Está dividido em eixos: no de infraestrutura, por exemplo, o objetivo é ampliar a cobertura de sinal de internet e oferta de serviços digitais, melhoria da energia elétrica, recuperação e melhorias das estradas rurais.

No eixo empreendedorismo e inovação, o propósito é fomentar a inclusão social, aumento de renda e estimular os empreendimentos nos espaços rural e pesqueiro.

Na área ambiental, é meta o fortalecimento dos recursos hídricos, adoção de sistemas de produção de baixo impacto ambiental e a adequação ambiental. Também contempla o componente de bens e serviços públicos para dar suporte estratégico para as ações de apoio direto.

As etapas

O Programa SC Rural 2  foi aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) em março de 2024. Após essa etapa iniciou a tramitação de operacionalização dos recursos com o Banco Mundial e com o Estado, por meio das Missões 1,2 e 3.

Foi aprovado na  Assembleia Legislativa de Santa Catarina em setembro do mesmo ano. Em janeiro de 2025, foram negociadas e aprovadas as minutas contratuais entre os governos estadual e federal, a próxima etapa é o envio do projeto ao Senado. A expectativa é que a assinatura do contrato ocorra em agosto de 2025.

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