Em 2019, piscicultores amadores e comerciais da Serra Catarinense produziram cerca de 1.2 mil toneladas de peixes. A pandemia da Covid/19 impediu a realização de eventos, prejudicou o trabalho de assistência técnica oferecido pela Epagri e afetou o mercado.
Como consequência, a produção caiu para 400 toneladas ano. A meta da Epagri é ampliar para, ao menos, 500 toneladas até 2025. Desta forma, retomou a realização dos Encontros Regionais de Piscicultura. O último foi realizado dia 7, no Cedup Caetano Costa em São José do Cerrito.
Aziz Abou Hatem, coordenador Regional de Gestão de Negócios e Mercados na Epagri, explica que os encontros começaram em 2019, em Cerro Negro.
Mas foram paralisados durante a pandemia e retomados esse ano. “Nossa região tem um clima muito frio que prejudica a adaptação. Ainda não conseguimos retomar para o nível que tínhamos em 2019.”
Naquele ano, produtores amadores, que executam a atividade para consumo próprio e lazer, contabilizaram 810 toneladas de peixes. Produtores comerciais outras 413 toneladas. Atualmente, a soma total fecha na casa das 400 toneladas. A redução se deve principalmente à tilápia.
“Nosso custo é maior que em outras regiões e a competitividade ficou prejudicada, desestimulando a produção desse tipo de peixe,” avalia Aziz.
Além da tilápia, os produtores da região criam principalmente carpa comum, chinesa cabeça grande, chinesa prateada e a carpa húngara espelho.
Jundiás também estão bem adaptados ao clima e temperatura da água, mas o problema continua sendo a tilápia, que tem excelente aceitação no mercado, mas é difícil de ser produzida em grande escala em função das águas geladas da Serra Catarinense.
Desta forma, Aziz avalia que a grande aposta da região deve ser com a truta arco-íris, espécie que se desenvolve em águas limpas e geladas e também tem boa aceitação comercial. Atualmente essa produção está concentrada em Painel e em Urubici. .
Tecnologias auxiliam expansão
A Epagri tem desenvolvido variedades de tilápias mais adaptadas às regiões mais frias. Como resultado, espera-se a redução do custo de produção e o aumento de produtividade.
Novas vacinas e o controle da temperatura da água dos rios, que subiu dois graus nos últimos anos, também auxiliam. O aumento da temperatura não é visto com bons olhos por quem produz trutas.
Perfil
Segundo a Epagri, a Serra Catarinense possui 2.400 piscicultores amadores e 93 comerciais, segundo dados de 2019. “Esse número caiu um pouco com a pandemia.
Mas temos um número muito grande de açudes. Passa de quatro mil. Temos também um potencial muito grande, mas atualmente a produção não é intensiva,” lamenta Aziz.
É esta lacuna que deve ser preenchida com os encontros regionais, onde ocorre a troca de experiências, mostra de novas tecnologias e estimular a produção, que pode ser muito rentável se utilizando uma pequena área da propriedade.
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