Assim como todos os equipamentos culturais que fazem parte do sistema da Fundação Cultural de Lages (FCL), o Museu Histórico Thiago de Castro (MHTC) também teve que ser adaptado às normas de controle e regramentos diante da pandemia da Covid-19. Durante um período que ultrapassou um ano, a equipe realizou somente trabalhos internos que envolveram uma nova catalogação de todo o acervo, higienização e digitalização de documentos e finalização do plano museológico, entre outras ações, como a produção de conteúdos on-line para a Semana Nacional de Museus e Semana Nacional de Arquivos.

Um dos principais serviços oferecidos pelo MHTC é a possibilidade de as pessoas realizarem pesquisas através do seu acervo, um dos maiores do Estado e, para diversos historiadores, o mais importante da Serra Catarinense. Estudantes de ensino fundamental e médio, acadêmicos e acadêmicas de diversas graduações, pesquisadores da região e de outros Estados, mestrandos, doutorandos e uma infinidade de estudiosos e temas de pesquisa recorrem ao acervo para a construção de seus trabalhos.

A primeira etapa que o pesquisador ou pesquisadora realiza é o preenchimento do formulário para pesquisadores. Através dos dados inseridos, os servidores do MHTC organizam as agendas e realizam o atendimento que, durante o período da pandemia em que museus estavam fechados ao público, foi realizado totalmente de forma remota.

Pandemia não significou baixa busca

Ao contrário do eventual imaginado, os meses de reclusão do Museu por causa do novo coronavírus não afastaram os pesquisadores. O time do MHTC acredita que foi um dos períodos mais intensos de resgate ao conteúdo dos arquivos do Museu. "Mesmo com todas as dificuldades em que a pandemia imperou, apenas com o trabalho remoto, a atividade em torno de pesquisas aumentou em uma proporção muito além do imaginado e conseguimos atender a todos com excelência", salienta o superintendente da FCL, Giba Ronconi.

No ano anterior à pandemia, no período entre abril de 2019 e março de 2020, 25 pesquisadores utilizaram os serviços do Museu Histórico Thiago de Castro, todos eles presencialmente. De março de 2020, o mês que marcou o fechamento do Museu e de outros locais, até junho de 2021, o banco de dados do MHTC contabiliza 71 pesquisas realizadas. "Tivemos um aumento de mais de 280% de temas para pesquisas, sendo que só no final de junho que abrimos o Museu para atender presencialmente aos pesquisadores", ressalta Giba.

?Acervo do Museu é uma máquina do tempo

A professora e mestranda, Andréia da Silva Padilha, formalizou sua solicitação para pesquisa no MHTC pelo formulário para pesquisadores no final do mês de junho deste ano, e logo os servidores do Museu já prepararam a logística para os estudos da educadora de forma presencial, trabalho que começou no início deste mês de julho com o objetivo de conclusão do mestrado em Práticas Transculturais, pelo Centro Universitário Unifacvest. Com o tema sobre a história do cinema em Lages, Andréia foi motivada ao saber que Lages foi sede de um dos maiores festivais de cinema do Brasil, com a realização do Festival Brasileiro de Cinema em 1976, no icônico Cine Teatro Marajoara. "A pesquisa com o acervo do Museu Thiago de Castro será responsável por 80% do meu trabalho. A equipe é muito prestativa e atenciosa, o que facilita o processo. Com os docu mentos do Museu, a gente faz uma viagem ao passado, parece que entramos numa máquina do tempo", enfatiza Andréia.

Veja alguns itens de pesquisas realizadas durante o período de pandemia no MHTC:

- Catedral Diocesana;

- Vestimentas dos séculos XIX e XX;

- Igreja Católica Apostólica Brasileira em Lages;

- História do cinema lageano;

- Praça João Costa;

- Prefeitura de Lages;

- Batalhão da Polícia Militar;

- Ciclo da madeira em Lages;

- Fundação de Lages;

- Regime militar;

- Nazistas em Santa Catarina;

- História do cinema lageano, e

- História política em Santa Catarina