As mulheres roubaram a cena na Câmara

Esperava mais dos vereadores desta legislatura, visto que o nível cultural, na média, é muito melhor do que o da legislatura passada. Alguns chegaram prometendo dominar os debates e elevar o discurso, mas acabaram se recolhendo, como foi o caso de Heron de Souza (PSD), que tomou assento na casa se autodenominando de "O pacificador". É nítida a decepção com seus partidários. Chegou acreditando que sentaria na cadeira de presidente. Não teve o apoio de seus pares para isso e nem o respaldo do executivo para suas demandas. Hoje é um dos críticos, sobretudo das ações municipais na área da saúde. Agnelo Miranda, o líder do governo na Câmara, tem um discurso de qualidade, mas o comprometimento como líder do governo amarra suas ações às intenções partidárias e menos às expectativas da população. É um bom vereador! Seu outro companheiro de bancada, Ozair Coelho, também se mostrava insatisfeito com a administração, mas acabou mudando de postura após vislumbrar chances de embarcar na candidatura a deputado estadual. Foi dele a iniciativa de articular o quarteto fantástico - Jean Felipe (PP), Tio Zé (PODE), Freitinhas (MDB) e ele- para reforçar sua atuação na Câmara e juntos pressionarem a administração. E assim o quarteto passou a acompanhar cada obra executada, para mostrar ao povo que só aconteceram por sua interferência. Gerson dos Santos teve a oportunidade que sempre procurou. Deixou o MDB porque não contou com o apoio do partido para o seu intento, mas foi somente após se reeleger pelo PSD que obteve a presidência da Casa. Por conta de sua arrogância, não conseguiu fazer deste cargo um trampolim para a Assembleia Legislativa. Se indispôs com os demais vereadores e até mesmo com os funcionários da casa e ainda não atendeu as expectativas do partido, ou melhor, da administração municipal. Sua rejeição acabou resultando na eleição por unanimidade de Jean Felipe (PP), que como vereador não se destacou. Vamos ver agora qual será seu desempenho como presidente, mas já iniciou tentando agradar, pelo menos seus pares, para começar, retomando o pagamento das diárias. Freitinhas, único a se eleger pelo MDB, é comprometido com o paço municipal, tenta ser fiel à aliança, mas se distanciou do partido. Está longe de repetir a atuação de seus três tios como vereador. O que dizer do Tio Zé, do Podemos? Como pessoa: uma ótima criatura. Faz hoje para o seu companheiro de bancada, Jair Júnior, o que este fez ao PDS na legislatura passada. É da oposição mas trabalha para a situação. Foi massa de manobra da situação no início da legislatura, que com seu voto garantia a maioria na Câmara. É um dos candidatos a mudar de partido quando abrir a janela partidária. Já Jair Júnior se destacou no primeiro mandato, mas agora divide o discurso com Leandro do Amendoim, cujo desempenho é sofrível. O problema de Jair é que não soube selecionar suas lutas ou bandeiras e o discurso caiu no vazio. Quando ao Ênio do Vime (PSD), sua presença passa despercebida. Até esquecemos que lá está. Me desculpem os homens, mas o destaque desta legislatura são as mulheres. Suzana Duarte e Elaine Morais (Cidadania) têm dado o máximo desempenho, assim como a suplente do PP, Katsumi Yamaguchi, que assumiu a vaga do titular Álvaro Mondadori. Elas roubaram a cena e dominam os debates, dando qualidade aos mesmos. Já os três mosqueteiros do PSL - Bruno Hartman, Gabriel Córdova e Nei Casa Nossa-, levados pela estratégia eleitoral de Moisés, não souberam contabilizar em seu favor a condição de representantes do governador na Casa. Não resistiram ao canto da sereia e, por conta de promessas futuras, estão colocando seus mandatos em jogo. Ao Bruno foi prometida a presidência da Casa e, ao Gabriel, a Secretaria do Planejamento. Quanto ao Nei, quer a garantia de atendimento de suas demandas.

"Não é o valor que todos desejávamos, foi o valor possível. Sabemos que todos os procedimentos estão defasados há quase 20 anos, mas alguns serviços precisavam de um olhar emergencial. Esta portaria também é fruto das inúmeras audiências públicas que realizamos na Câmara Federal com as entidades, instituições e Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde"

Deputada federal Carmen Zanotto, ao falar a respeito da portaria que reajusta os serviços de hemodiálise

Empresários ajudam a definir as obras estruturantes

O prefeito Ceron esteve com os empresários, na Acil, para discutir projetos para serem realizados em Lages com os recursos do Plano 1000. Dentre as sugestões está a pavimentação da estrada da Coxilha Rica, avançando em 70 quilômetros da estrada que corta a coxilha através de Morrinhos. Mas, para isso é preciso observar algumas questões: Primeiro: os R$ 158 milhões não virão tudo de uma vez. Parte deles está incluso em um investimento futuro, que nem se tem garantia de que virão mesmo, uma vez que estão previstos para os próximos cinco anos, sendo que o governo Moisés termina no ano que vem. O que estaria garantido seriam apenas os R$ 35 milhões previstos para o primeiro ano. Segundo: este Plano 1000 é uma estratégia de marketing do governo Moisés visando sua reeleição. Sabendo que há este dinheiro no banco do governo de Moisés, obviamente que os prefeitos vão trabalhar pela sua reeleição. Terceiro: Tem gente incluindo entre os possíveis projetos listados a construção do Centro Administrativo. Esse projeto não passa pelo crivo do governo, uma vez que não é estruturante, visando o crescimento econômico da região. O que uma nova prefeitura resultaria em termos de desenvolvimento econômico?

Ceron realizou reunião na Acil para elencar os projetos para incluir no Plano 1000

Mais um nome para a disputa à Assembleia

O empresário Helder Violandi recebeu um convite para concorrer como deputado estadual pelo PDC. O empresário recebeu carta branca do presidente estadual do partido para estruturá-lo na Serra catarinense. Para o partido, Helder se apresenta como uma terceira via, e o PDC acredita que é possível sim Helder conseguir uma das 40 vagas no legislativo estadual, devido ao baixo quociente que o candidato precisa alcançar para conseguir uma cadeira. O PDC estará alinhado com o presidente Bolsonaro e com suas pautas, assim o empresário Hélder Violandi irá buscar este eleitorado de direita conservadora.

Helder atuou na eleição de Marcius Machado e agora pretende alçar seu próprio voo

Candidatura

Informação que chega é de que o PSD - nas internas - já decidiu quem será o candidato do partido a deputado estadual: o vereador Ozair Coelho, o Polaco. Consta que foram realizadas pesquisas e ele ficou em primeiro lugar nas intenções de voto. Pelo menos é isso que o próprio candidato vem informando a seu entourage. Não se sabe se é justamente isso ou o próprio candidato está plantando essa informação. Tenho a dizer que ele pode até ter o maior número de indicações na pesquisa feita, mas não creio que tenha fôlego para conseguir uma cadeira no legislativo estadual.

A prefeitura fica

A informação inicial era de que o prédio da prefeitura de Painel seria demolido dentro do projeto de pavimentação da principal avenida. Mas o prefeito Marcos Cavalheiro Flores (PL) diz que a comunidade pediu para que ele fosse mantido. Assim mudou-se o traçado da avenida para que não seja necessária a demolição. O governo do estado investirá R$ 4,4 milhões nesta obra que deverá fazer uma grande diferença para o município, uma vez que esta avenida corta a cidade. Não é à toa que o prefeito Antônio Marcos Cavalheiro Flores até pensa em deixar o PL para acompanhar o governador Moisés.

Demissão

A diretoria do Hospital Santa Clara, de Otacílio Costa, se demitiu porque disse que falta transparência das ações da interventora, a ex-vereadora Beatriz da Silva Mesquita Alves. Segundo Beatriz, todas as contas que somavam mais de R$ 5 milhões já foram negociadas, com exceção apenas da dívida com a Celesc, ainda pendente. Acho que a diretoria já deveria ter se demitido quando houve a intervenção no hospital, pois deixou a unidade chegar ao estado falimentar.