Visualizando a disputa do ano que vem

Lideranças surgem e desaparecem conforme as ondas do poder vão se sucedendo na ocupação dos espaços. Se na administração passada Juliano Chiodelli parecia ser a liderança que veio com força para ficar e em condições de disputar o poder municipal, hoje já não figura entre os nomes mais evidentes para este cenário de sucessão. A derrota de Carlos Moisés o afastou para longe dele. Desapareceu entre as quatro paredes do gabinete do deputado Lucas Neves e nem tem marcado presença nos últimos acontecimentos da Serra. O que houve para este recolhimento, não sabemos! Mas, evidentemente que sua estrela não está brilhando neste momento, mesmo porque não iria ofuscar o deputado, hoje a principal liderança do Podemos. O partido insiste que terá candidato à sucessão municipal. O deputado Lucas Neves garante que não virá para a disputa na eleição do ano que vem. Poderia ser então o Chiodeli o nome da vez? Mas não, o vereador Jair Júnior, o maior articulador do partido não esconde que desde a última eleição já vem namorando a possibilidade de concorrer a prefeito, e sabe que se não acontecer agora, não acontecerá depois, pois a fila anda e novas personagens entram em cena, mudando a configuração do momento político. Ele tem feito grande esforço para garantir a oposição ativa e agradar os espectadores que vão escolher o próximo diretor do circo político. E, evidentemente, manter seu lugar na linha de frente. O que se configura para o ano que vem é um vácuo de lideranças fortes, até agora escaladas para a disputa eleitoral. A ponto de que, mesmo alguns esquecidos no passado político da Serra, sonham ser essa a oportunidade para conquistar aquilo que não conseguiram no auge de sua liderança. É o caso de Ivan Ranzolin, grande articulista e deputado no seu tempo, que ainda sonha em se sentar na cadeira de prefeito. Ser o nome do PP para a continuidade da sigla no poder. Mas a ocasião não é propícia. E o eleitor deseja um político com outro perfil para este cargo e poderá até arriscar novidades, entregando o posto para estreantes que nada se liguem àqueles que representam os vícios do passado. A última experiência com os ocupantes do poder o faz prudente quanto a isso. É impossível que não se tenha assimilado o que está acontecendo hoje. É certo que ainda é muito cedo para arriscarmos qualquer previsão quanto às eleições do ano que vem, mas seria correto que todos aqueles que desejam se aventurar nela façam a leitura correta do que está posto hoje na política de Lages.

“A Serra Catarinense, em especial Lages, é o celeiro e a tradição que todos nós aprendemos a respeitar. Santa Catarina é um estado festeiro, com muita coisa boa para mostrar. Precisamos criar políticas públicas e investimentos para incentivar o catarinense a apreciar as coisas boas que temos aqui”

Governador Jorginho Mello (PL) durante a abertura da 33ª Festa do Pinhão, na quinta-feira da semana passada.

Vaias ao prefeito na abertura do Recanto

O palco lotou de autoridades na abertura do Recanto do Pinhão, na quinta-feira passada. Por conta da audiência pública da Assembleia legislativa para discutir a questão da segurança nas escolas, alguns deputados que não são da região também subiram a Serra, a começar pelo presidente do legislativo estadual, Mauro de Nadal. Aqui também estiveram os deputados Paulinha, Luciane Carminatti, Nilso Berlanda e Mário Motta, além dos dois eleitos na Serra, Marcius e Lucas. Apesar de toda esta gente, os discursos se limitaram ao representante da CDL, os dois deputados estaduais eleitos pela Serra – Lucas Neves e Marcius Machado -, a deputada Carmen Zanotto, o presidente da Fundação Cultural, o prefeito em exercício Juliano Polese e o governador, naturalmente. Os professores municipais, que formaram mais do que um terço da plateia presente à abertura do Recanto do Pinhão, roubaram a cena do evento. O prefeito em exercício, Juliano Polese teve de discursar abaixo de vaia, e mal deu para ouvir o que ele disse. Não sei se foi pela presença do governador Jorginho ou por medo de que as manifestações dos professores acabassem em tumulto, o policiamento do local foi intenso a ponto de mais de cinco policiais do PPT, fortemente armados desfilarem em meio aos presentes.

Os professores municipais aproveitaram a abertura do Recanto do Pinhão e a presença do governador para vaiarem o prefeito Polese

A perda de uma importante liderança do PSD

Lamentamos a morte do empresário Osvaldo Uncini, que ocorreu na quarta-feira passada (31), em sua propriedade em Santa Terezinha do Salto, vítima de acidente quando estava trabalhando com uma máquina agrícola. Ele teve importante participação na vida política de Lages, tendo sido vereador, presidente da Câmara de Vereadores e candidato a vice-prefeito. Foi uma das principais lideranças do antigo PFL e do atual PSD e um leal companheiro do ex-governador Raimundo Colombo. Uncini, conhecido carinhosamente como Tajabeco, nasceu em 1945, em Passo Fundo (RS) e, com 16 anos, mudou-se para Lages, onde exerceu a profissão de motorista até 1969, quando iniciou as primeiras atividades na agricultura.

Uncini foi importante para o fortalecimento do PSD de Lages e fiel companheiro de Raimundo Colombo

Audiência com o ministro

Liderados por Ozair Coelho, o Polaco, um grupo de vereadores de Lages irá a Brasília, no dia 23, para tentar obter recursos para o pagamento dos professores que ganham abaixo do piso do magistério. O grupo é formado pelo Polaco, o presidente Freitinhas, provavelmente a vereadora Elaine Morais, que preside a Comissão da Educação, o prefeito em exercício, Juliano Polese e o secretário de Administração e Finanças, Alexandre Martins. Eles devem se encontrar com o ministro da Educação, Camilo Santana. A ideia desta audiência com o ministro foi do vereador Polaco, a partir da constatação de que dos dois mil professores da rede municipal de ensino, cerca de 890 deles ganham abaixo do piso dos professores que hoje seria de R$ 4.420,36. Em que pese o esforço dos vereadores, é muito pouco provável que o ministro libere recursos para beneficiar apenas os professores de Lages. Mas, vale o esforço, embora, entendo que seria uma tarefa do prefeito e do secretário de Finanças.

Coordenação

O MDB realizou reunião, na noite de quarta-feira (31) passada, com os vereadores e presidentes municipais da sigla de 12 municípios que compõem a regional de Lages. O partido divide o estado em 36 regionais. Nesta reunião, Juarez Mattos foi reconduzido a coordenador da 27ª regional do MDB. Juarez foi secretário Regional de Lages e candidato a deputado estadual e a iniciativa já faz parte da estratégia do partido visando as eleições do ano que vem.

Te-ti-a-te-ti

Na quinta-feira passada, o governador Jorginho Mello prometeu que irá falar com cada um dos prefeitos, em particular, para saber de suas dificuldades, problemas e reivindicações. Disse que até agora, enquanto governador, já conseguiu falar com mais de 80 prefeitos, mas fará o mesmo com cada um dos 295 prefeitos de SC. Ao que parece, a partir daí ele começará a liberar recursos para as obras dos municípios, provavelmente aquelas iniciadas pelo Plano 1000 e que estão agora paradas.

Exoneração

O secretário da Agricultura, Thiago Henrique Cordeiro, pediu a exoneração do cargo. Deve permanecer na pasta apenas como médico veterinário que era a sua função antes de assumir a pasta. Segundo confidenciou a amigos, o motivo seria: “incompatibilidade de ideias” e esta seria, então, a melhor opção para todos. Mais um secretário ligado ao PSD e ao titular Antonio Ceron que deixa a função.