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Senado Federal

Empresário de Lages participa de debate sobre a vacina contra a covid-19 em bebês e crianças

  • Pedro França/Agência Senado

Farmacêutico, bioquímico, microbiologista clínico, doutor em Saúde Pública, presidente do Grupo Técnico Assessor em Análises Clínicas do Conselho Regional de Farmácia e membro do Grupo Técnico Assessor em Análises Clínicas do Conselho Federal de Farmácia, Caio Salvino foi um dos integrantes do debate sobre a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19 em bebês e crianças com idade entre 6 meses e 5 anos.

Em sua fala durante a audiência, Salvino defendeu a não aplicação do imunizante nesse público. Em suas redes sociais, publicou:

“Aqui, defendi crianças, independentemente da cor da camisa que vestem (vermelha ou verde-e-amarelo), ou da bandeira que carregam seus pais. Defendi a vida de TODAS as crianças do país. Criança não tem posição política e nem sabe o que lhe faz bem ou mal. Criança não decide por si. Criança confia nos pais! Pais confiam em nós!
Então, cabe a nós, jamais fugirmos do debate, da ciência, das evidências. Fugir é ato de covardia, e essa, mais uma vez, foi a escolha de quem deveria estar lá, debatendo conosco.
Senadores e deputados: protejam nossas crianças! Contamos com vocês, independentemente de ideologias e partidos.”

Em sessão temática no Plenário, debatedores criticaram nesta segunda-feira (26) a recomendação da vacina contra a covid-19 em crianças de até quatro anos, incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Os participantes questionaram a eficácia das vacinas para o público infantil e defenderam a ampliação de estudos para adoção ou não dos imunizantes.

Desde janeiro, a imunização contra a doença está prevista no Calendário Nacional de Vacinação Infantil para crianças abaixo de cinco anos (de seis meses até quatro anos e 11 meses) com a vacina da Pfizer. O esquema vacinal é composto por três doses.

A sessão temática foi um pedido do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que é crítico da medida. Para ele, a imunização de crianças deve ser opcional e não pode impedir a matrícula nas escolas.

Girão defendeu a discussão do tema "de forma técnica" e criticou a ausência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que foi convidada para o debate, mas não compareceu. Em ofício, a ministra afirmou que não pôde participar da sessão por incompatibilidade de agenda.

“É inaceitável que uma criança seja punida com o impedimento do acesso à escola pelo fato de seus pais não terem autorizado uma vacina que não consideram segura, por não existirem dados suficientes sobre a eficácia e a segurança a curto e longo prazo e por não impedir o contágio e a disseminação viral”, disse o senador.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069, de 1990) determina que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.

Todos os participantes da sessão temática foram contrários à imunização de crianças contra a covid-19. O cardiologista norte-americano Peter McCullough afirmou que as vacinas não impedem a transmissão ou hospitalização. Para ele, a imunização contra covid-19, em todas as idades, deveria ser interrompida.

O médico infectologista Francisco Cardoso criticou a Nota Técnica 118/2023, do Ministério da Saúde, que tratou da incorporação das vacinas contra covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

Segundo ele, a nota se baseia em poucos estudos direcionados para a faixa etária até 5 anos de idade. No documento, o órgão afirma que, em 2023, os casos de síndrome respiratória aguda gGrave (SRAG) por covid-19 foram mais frequentes entre idosos com 80 anos ou mais e crianças menores de um ano de idade.

“Neste momento, o Brasil é o único país do mundo que obriga a vacinação contra covid-19 na faixa etária de seis meses a cinco anos”, disse Cardoso.

O médico italiano Andrea Stramezzi disse na sessão que a obrigatoriedade da vacina é um problema principalmente para crianças mais pobres no Brasil, que têm menos recursos e dependem do sistema público de saúde e de ensino.

“As crianças ricas não terão problemas de ir para escolas privadas, pagar taxas ou qualquer outra cobrança. Elas podem fazer o que elas quiserem, elas têm acesso a médicos, mas eu realmente acredito e penso nessas crianças pobres”, declarou Stramezzi.

Parte da sessão foi presidida pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que também criticou a obrigatoriedade da imunização de crianças e falta de um representante do Ministério da Saúde no encontro.

“Qualquer médico especialista podia estar escutando os especialistas americanos, europeus, italianos e brasileiros que estão aqui falando hoje [...] Lamento. Não é apenas a ministra, mas também devia ter gente aqui com capacidade para discernir o que nós estamos falando”, disse Heinze.


Monitoramento

O Ministério da Saúde afirma que as vacinas são seguras e realiza o monitoramento da segurança dos imunizantes por meio do Sistema Nacional de Vigilância (SNV).

Em setembro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina Pfizer-BioNTech para crianças de seis meses a quatro anos de idade.

Dados do "vacinômetro" do Ministério da Saúde indicam que 3,7 milhões de crianças entre seis meses e quatro anos receberam a primeira dose da vacina, iniciada para essa faixa etária no final de 2022. O esquema vacinal completo, com as três doses, entretanto, foi aplicado em 776 mil crianças com até quatro anos.

Ainda de acordo com o ministério, os Estados Unidos foram o primeiro país a vacinar bebês a partir dos seis meses e que Canadá, Alemanha, Irlanda e a Grécia também iniciaram a proteção de crianças contra a doença a partir da faixa etária de seis meses de idade.

Fonte: Agência Senado

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