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Plataforma de vidro deve ser construída nas proximidades do mirante da Serra do Rio do Rastro
Amures / Divulgação
Precisamente em abril de 2011, o empresário Moacir Bogo procurou as autoridades da Serra Catarinense e do Governo do Estado para anunciar a intenção de investir em um complexo turístico na Serra do Rio do Rastro. O objetivo era implantar uma passarela de vidro e uma tirolesa automática, nas proximidades onde está o mirante. Chegou a mostrar desenhos e vídeo do projeto, mas precisava de várias autorizações, já que a área pertence ao Estado. Uma década depois, o projeto ainda não passa de uma ideia.
Sua execução depende do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do Mirante da Serra do Rio do Rastro, conduzido pela Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) e SC Parcerias (SCPar), que definirá a empresa responsável pelos estudos técnicos, etapa que deve demorar mais um mês.
Quando o projeto foi apresentado, em 2011, Bogo disse que a passarela de vidro seria semelhante à implantada no Grand Canyon, nos Estados Unidos e acreditava que o complexo atrairia milhares de turistas para a região.
Mas o assunto ficou esquecido por muitos anos, até o atual Governo do Estado, atendendo pedidos da Amures, retomar o processo. Decidiu que a área não poderia ser cedida à uma empresa específica e que o processo precisaria ser público. Desta forma, em meados de 2020 o projeto de Lei 237/2020 foi encaminhado pelo Poder Executivo para a Assembleia Legislativa. A aprovação por parte dos deputados ocorreu somente em dezembro do mesmo ano.
Finalmente, em abril deste ano, foi anunciado que o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do Mirante da Serra do Rio do Rastro, conduzido pela Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) e SC Parcerias (SCPar), recebeu sete cadastros de interessados em realizar os estudos técnicos para implantação de um complexo turístico no local.
Segundo a turismóloga e integrante do Conselho Estadual de Turismo em Santa Catarina, Ana Vieira, atualmente três empresas participam do processo, uma de Brasília, uma de São Paulo e outra de Santa Catarina. Ana acredita que esse processo deve ser encerrado em um mês, anunciando a empresa que executará os estudos. Ela terá 120 dias para essa etapa. Como qualquer licitação, os prazos podem ser alterados caso haja recurso por parte das perdedoras.
Esses estudos deverão abranger aspectos como a viabilidade técnica, operacional, econômica, financeira, ambiental e jurídicos para a estruturação do projeto de concessão do complexo turístico para a iniciativa privada. Além de um mirante, o local deverá contar com uma estrutura de apoio ao visitante, como lojas, estacionamentos e restaurantes.
São 742 mil metros quadrados
Os três imóveis doados pelo Estado pertenciam à Cidasc. O investimento será na modalidade de Parceria Público Privada (PPP). A proposta aprovada pelos deputados estaduais autoriza a desafetação e doação das áreas com metragem total de 742,3 mil metros quadrados à Santur, autarquia responsável pela gestão pública do turismo em Santa Catarina. Nos registros desses imóveis, não constam as benfeitorias construídas, cuja averbação das mesmas será de responsabilidade da Santur.
Potencial internacional
Com suas curvas acentuadas, que serpenteiam ao lado dos paredões de pedras, a Serra do Risco do Rastro está entre as estradas mais espetaculares do mundo. Em dias sem nebulosidade, o mirante permite avistar quilômetros de distância, tal é a vastidão do local em função de sua altitude.
Principalmente no inverno, a visitação é tanta que os veículos congestionam as rodovias SC-110, SC-114 e SC-390, que servem de acesso ao local. Desta forma, é consenso que a implantação do complexo turístico só vai aumentar esse potencial atraindo visitantes de vários estados brasileiros e até de outros países.
Redenção econômica
Com menos de cinco mil habitantes, o município de Bom Jardim da Serra terá um grande impacto econômico com a construção do complexo turístico, ainda durante a fase de obras, por meio de recolhimento de impostos.
Assim que a estrutura estiver pronta, em função de sua singularidade, por ser a única passarela de vidro deste porte no estado, deve atrair milhares de pessoas. Esse movimento estimula a criação de postos de trabalho e outros investimentos na área de transporte, alimentação e hotelaria.
Com cerca de R$ 100 milhões de produto interno bruto (PIB), Bom Jardim tem a agricultura como a sua base econômica. Junto a São Joaquim, Bom Retiro, Urubici, Urupema e Painel, o município contribui para manter Santa Catarina como o maior produtor nacional de maçã. O turismo vem diversificar e ampliar as fontes de renda o que, na teoria, permitirá que a administração pública remodele a cidade pensando em receber esse fluxo de visitantes.
Foto: Serra do Rio do Rastro 1
Crédito: Amures / Divulgação
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