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Reconhecimento

Mel produzido em Capão Alto é finalista no Prêmio CNA

Dos 10 produtores finalistas no Prêmio CNA Brasil Artesanal 2024, anunciados recentemente pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, três são de Santa Catarina.

Eles se classificaram para a próxima etapa, do júri popular, prevista para o próximo dia 28 de agosto. Ao todo, 297 inscritos tiveram seus produtos selecionados pelo júri técnico.

O Apiário Rainha da Serra (mel escuro), de Capão Alto, está entre eles. A empresa Três Coqueiros (categoria mel claro) e a Apicultura Tineli (mel escuro) completam a lista. 

Os três participam da Assistência Técnica e Gerencial (AteG) do Sistema Faesc/Senar (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em parceria com os Sindicatos Rurais de suas regiões.

Fernanda Cordova Muniz, do Apiário Rainha da Serra, do município de Capão Alto, expressou o orgulho em saber que a empresa está entre as finalistas.

“Quando recebi a ligação de Brasília foi um momento de muita alegria e gratidão por representarmos nosso estado e a nossa associação (Apromel). Essa conquista é resultado de um trabalho feito com muito carinho e dedicação. Importante salientar que tem sido anos difíceis para o apicultor na questão clima e produção, mas chegarmos à final desse prêmio nos trouxe um sentimento de estarmos caminhando para um futuro próspero”.

Verno Lunemburger, da Três Coqueiros, situada em Maravilha, no extremo-oeste catarinense, recebeu a notícia com surpresa e alegria. Ao participar do concurso, incentivado pela equipe técnica da ATeG, ele não esperava ser reconhecido.

A premiação representa uma grande conquista, pois resgata a tradição familiar: seu avô sempre lidava com abelhas e agora é ele quem dá continuidade ao legado. “Com orgulho, o meu filho também gosta e tem interesse pela apicultura”.

O produtor salientou, ainda, que melhorou muito a produção e a industrialização do produto há mais de sete anos. “Não posso deixar passar batida a parceria com a ATeG que há dois anos e dois meses vem nos ajudando a melhorar as práticas de qualidade do mel”.

O apicultor Tiago Tineli, da Apicultura Tineli, situada em Salto Veloso, conta que a atividade iniciou com seu avô e era desenvolvida de forma rudimentar. Ele levava seu filho Roberto (pai de Tiago) para auxiliar na colheita e manejo. “Meu pai adquiriu gosto pela apicultura e, ao casar-se, deu sequência na criação de abelhas.

Buscou conhecimento, fez cursos, aprimorou seus manejos, sempre em contato com a natureza. Nos fins de semana, filhos e netos o auxiliam no manejo, seja na apicultura ou meliponicultura, e juntos desenvolvemos novas formas de trabalhar”, conta Tiago.

Atualmente, a família trabalha com a Associação de Apicultores de Salto Veloso para envase e extração de mel. “Há dois anos conhecemos a ATeG do Senar/SC e aderimos à iniciativa.

Fomos informados do prêmio pelo técnico Mateus Pagliarini e no início fomos relutantes, mas fizemos a inscrição para conhecer e adquirir experiência. 

Ao receber a notícia ficamos felizes por saber que, entre as 200 amostras enviadas para a premiação, a nossa estava selecionada entre as cinco melhores. Realmente não esperava por algo tão especial!”, comemorou Tineli.

O produtor salientou, ainda, que as equipes técnicas da ATeG, tanto na apicultura quanto na agroindústria, as quais participam há dois anos, têm ajudado a melhorar o manejo, a produção, a rotulação e a embalagem.

Classificação destaca mel no cenário nacional

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, realça que ter três finalistas em uma competição de tamanha relevância demonstra o destaque da produção de mel catarinense no cenário brasileiro.

“Com a ATeG Apicultura e a ATeG Agroindústria apícola incentivamos e contribuímos para o fortalecimento dessa atividade no estado, o que impacta na melhoria da qualidade do produto, na valorização da cadeia produtiva e na sustentabilidade dos negócios do segmento”.

JÚRI

O júri técnico foi composto por dez especialistas, que avaliaram, nos dias 25 e 26 de julho, os produtos em duas categorias – claro e escuro, provenientes dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará e Paraná.

A segunda fase de avaliação do concurso será feita por um júri popular, prevista para o dia 28 de agosto, onde ocorrerá a degustação pelo público em geral no Centro de Convenções de Goiânia (GO). A última etapa será a avaliação das histórias dos produtores rurais.

Premiação

Os dez produtos selecionados, cinco em cada categoria, vão receber certificados e prêmios. Os três primeiros vão ganhar também o Selo de Participação Ouro, Prata e Bronze.

O prêmio é realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultora (CBA) e Escola Brasileira de Apicultura e Meliponicultora (Ebram).

Artesanal e tradicional – A premiação é uma iniciativa do Programa Nacional de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA. O objetivo é valorizar os pequenos e médios produtores rurais, com foco na profissionalização da atividade e na agregação de valor dos alimentos que produzem.

O Prêmio CNA Brasil Artesanal é realizado desde 2019. Já foram realizados concursos para produtores de chocolates, queijos, salames, cachaças, charcutaria, azeites e vinhos. Atualmente, está em andamento um concurso voltado para produtores de cafés especiais.


Bom Retiro lidera produção em SC

Segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, foram produzidas em Santa Catarina 4,75 mil toneladas de mel.

Isso gerou um valor de produção estimado em aproximadamente R$71 milhões e colocou o Estado em sétimo lugar no ranking nacional das unidades federativas produtoras.

O principal município produtor é Bom Retiro, na região agro Planalto Sul, onde foram produzidas 450 toneladas de mel em 2022, cerca de 9,5% da produção estadual.

Conforme explica a analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural na Epagri/Cepa, Cintia Uller Gómez, os dados do IBGE, para 2023, devem ser divulgados no segundo semestre do ano em curso.

Em relação à exportação, os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para 2023, colocam Santa Catarina na terceira posição nacional.

No ano passado, foram exportadas cerca de 3,6 mil toneladas, o que gerou um faturamento de mais de US$10 milhões. O principal destino do mel catarinense foram os Estados Unidos, que adquiriu mais de 80% da produção destinada ao comércio internacional.

Os dados sobre a exportação de mel podem ser consultados na área temática de Comércio Internacional, no site do Observatório Agro Catarinense, a partir da seleção do grupo “produtos apícolas”.

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