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Novo risco

Lages em alerta contra Varíola dos Macacos

Em caso de suspeita, as pessoas devem procurar os pontos de Saúde ou a UPA. Recomenda-se também o uso de máscara, lavagem das mãos, uso de álcool 70% e evitar contato com pessoas com sintomas

Com 2.893 casos confirmados no Brasil e seis em Santa Catarina (números computados até o dia 15), a Secretaria de Estado da Saúde estabeleceu um protocolo para prevenção e tratamento da varíola dos macacos (Monkeypox). É com base nessas orientações que Lages prepara-se para enfrentar essa doença, que se alastra rapidamente pelo país. Profissionais da UPA e dos postos de saúde foram orientados a identificar os sintomas: febre alta, mialgia, fadiga, dor de cabeça, cansaço, dor nas costas e aumento dos gânglios linfáticos. Uns dois ou três dias após o quadro febril, inicia o aparecimento das erupções (bolhas) na pele.

Mariana Decker, gerente da Vigilância Epidemiológica, explica que em caso de suspeita o paciente é isolado por 7 dias até sair o resultado dos exames e se positivo é estendido o atestado médico para até 21 dias de isolamento, conforme preconizado. 

Apesar dos profissionais da Saúde estarem habituados a diagnosticar e tratar casos de covid, doença que continua vitimando a população mundial, Mariana comenta que a varíola é uma doença infectocontagiosa nova e causa sim preocupação. “Cada doença é um protocolo diferente para atendimento, mas, os profissionais de saúde já estão cientes do protocolo a ser seguido conforme nota técnica n°52/2022 CIEVS/DIVE/LACEN/SUV/SES/SC.” 

Questionada sobre medidas de prevenção, a gerente da Vigilância Epidemiológica de Lages recomenda o uso de máscara, lavagem das mãos e uso de álcool 70% e evitar contato com pessoas suspeitas ou confirmadas. São medidas semelhantes às utilizadas para evitar a propagação do coronavírus. 

“Recomendamos que qualquer sintoma referente ao quadro clínico do Monkeypox, como febre, adenomegalia, dor de cabeça, mialgia e erupções cutâneas procurem atendimento na unidade básica do seu bairro ou na UPA para avaliação médica”, conclui Mariana.


Seis casos no estado, nenhum na Serra

Com seis casos confirmados de varíola dos macacos em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou que há transmissão comunitária da doença, ou seja, quando não é mais possível identificar o local onde a pessoa foi infectada.

Com as ações de prevenção, a pasta quer evitar que a doença chegue ao público mais vulnerável, como as crianças, gestantes e imunocomprometidos.

Entre as ações para evitar a propagação da doença está a atualização de uma nota de alerta aos serviços de saúde para a detecção de casos suspeitos.

Além disso, os profissionais de saúde que atendem casos de infecções sexualmente transmissíveis também precisam ficar atentos para suspeita de varíola dos macacos.

Onde estão

Dos 32 casos notificados da doença em Santa Catarina, cinco são de moradores do estado e um de São Paulo. Destes, 16 ainda são suspeitos, 10 foram descartados e os seis confirmados, sendo três em Florianópolis, um Leoberto Leal, no Vale do Itajaí, e outro em Joinville, no Norte. Há ainda um caso importado que, embora tenha sido notificado por Santa Catarina, é de residente no estado de São Paulo.

Para o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), João Fuck, os casos têm se concentrado em adultos jovens, na faixa dos 20 a 39 anos. A maior parte apresenta lesões cutâneas, mas também dor de garganta, fraqueza, dor de cabeça, febre e dores no corpo.

  

Brasil vai vacinar a população

Inicialmente, o Ministério da Saúde quer vacinar os profissionais da área da Saúde e depois, se necessário, estender à população. Segundo o portal Agência Brasil, o ministério deverá saber em breve quando terá as primeiras vacinas disponíveis contra a varíola dos macacos.

Segundo a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, a fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina terminaram, mas falta uma posição do laboratório sobre o calendário de entrega.

“Esperamos ter o calendário das vacinas nesta semana”, disse ela. “Não temos como apresentar um calendário [de entrega de vacina] neste momento. Sabemos que uma parte das vacinas vai chegar em breve. Esperamos que o fornecedor nos especifique quando nós poderemos transportar a vacina para o Brasil”, disse ela, em coletiva de imprensa, no Ministério da Saúde.

A aquisição dessas vacinas deve ser feita através da Opas, uma vez que o laboratório responsável por elas fica na Dinamarca e não tem representante no Brasil. Assim, o laboratório não pode solicitar o registro do imunizante junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e caso o país queira comprá-lo, a OPAS deve intermediar a transação.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga esclareceu que as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil, caso cheguem, irão para profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados. “Se essas 50 mil doses chegarem aqui no ministério amanhã, não terão o condão de mudar a história natural da situação epidemiológica em relação à varíola dos macacos. Essas vacinas, quando vierem, serão para vacinar um público muito específico”.

Queiroga também não considera, até o momento, declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença. Segundo ele, a área técnica do ministério não se manifestou nesse sentido.

Além disso, de acordo com Queiroga, mecanismos de vigilância em saúde já foram reforçados; pedidos de registros de testes rápidos já foram feitos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e outras providências podem ser tomadas fora do âmbito da Espin, caso seja necessário.

Até o momento, Estados Unidos e Austrália já declararam emergência em seus territórios.

Dados

O Ministério da Saúde também divulgou dados atualizados sobre a doença. No mundo inteiro foram registrados 35.621 casos em 92 países.

Os países com mais casos são Estados Unidos (11,1 mil), Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil), Reino Unido (3 mil), Brasil (2,8 mil), França (2,6 mil), Canadá (1 mil), Holanda (1 mil), Portugal (770) e Peru (654).

Até o momento, 13 mortes foram registradas, em oito países. São eles: Nigéria (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Gana (1), Brasil (1), Equador (1), Índia (1) e Peru (1).

No Brasil, foram confirmados até o momento 2.893 casos. Além disso, existem 3.555 casos suspeitos de varíola dos macacos, com uma morte.

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